Esta é a primeira fase de treinamentos do acreano Ricardo Campos, 20, com a Seleção Brasileira de jovens. Ele veio com seu pai, Clodoaldo Campos, que também é seu calheiro e técnico. “Começamos em 2018. Fomos atrás de apoio para conseguir material. Li muito e busquei conhecimento para treinar o Ricardo. Muitas pessoas ajudaram e tiraram dúvidas, quando não consegui entender algo”, disse Clodoaldo, que divide as atividades junto ao filho com o trabalho de taxista na cidade de Assis Brasil (AC).
A convocação veio após Ricardo, que joga na classe BC3 (atletas que usam instrumento auxiliar), ter sido quarto colocado no Campeonato Brasileiro. “Ele conseguiu ser o atleta que é hoje com muita força de vontade. Acorda animado para treinar. Não reclama de ficar muito tempo na quadra. Ele ama isso”, afirmou.
Também na Seleção de jovens, o paulistano Caio Henrique Martins, 17, disse que foi emocionante receber a convocação para representar o Brasil na Colômbia. “É um reconhecimento de que o trabalho está sendo feito corretamente. E será uma nova experiência, uma nova vivência”, destacou.
O atleta tem paralisia cerebral e joga pela classe BC1 (opção por ajudantes). Conheceu a bocha aos 6 anos, quando começou a treinar na Associação Desportiva para Deficientes (ADD). “O esporte me dá mais coordenação motora e controle do tronco, além de ampliar minha percepção corporal”, explicou o atleta que, quando não está treinando ou estudando, escreve contos e poesias.
A delegação que representará o Brasil em Bogotá também conta com o maranhense André Martins, 20, que começou seus treinos de bocha na Escola Paralímpica de Esportes, projeto de iniciação esportiva do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Dos três, ele é o único que treina junto com a Seleção Brasileira principal. “Vai ser minha primeira viagem internacional. Estou bem preparado e com potencial para evoluir”, afirmou o jogador, da classe BC4 (não recebe assistência), e que tem Distrofia de Duchenne, doença genética degenerativa.
Sobre o Parapan de Jovens de Bogotá
A delegação brasileira será representada por 96 atletas na capital colombiana, entre os próximos dias 2 e 12 de junho, com uma média de idade de 17,39 anos. Entre os convocados, 10% terão 15 anos ou menos durante o evento.
São 68 atletas do sexo masculino (70,8%) e 28 (29,2%), do feminino, oriundos de 20 unidades federativas do país e divididos em dez modalidades: 16 no basquete em cadeira de rodas, oito na bocha, 10 no futebol de cegos, 12 no futebol PC (paralisados cerebrais), 10 no goalball, cinco no judô, 16 no halterofilismo, oito no tênis de mesa, três no tênis em cadeira de rodas e oito no vôlei sentado. Duas delas são disputadas apenas por jogadores masculinos: futebol de cegos e futebol PC.
Nos outros oito esportes, as 28 representantes femininas serão divididas desta maneira: quatro no basquete em cadeira de rodas, quatro na bocha, cinco no goalball, quatro no halterofilismo, duas no judô, quatro no tênis de mesa, uma no tênis em cadeira de rodas e quatro no vôlei sentado. Confira mais sobre o perfil da delegação.
Esta será a quarta participação do Brasil no evento – a exceção foi em Barquisimeto, na Venezuela, no ano de 2005. Quatro anos depois, em Bogotá, a delegação brasileira estreou no evento com 134 medalhas (78 de ouro, 39 de prata e 17 de bronze). Em 2013, na cidade de Buenos Aires (ARG), o país teve o seu melhor desempenho e foi campeão com 209 pódios (102 ouros, 65 pratas e 42 bronzes).
Já em 2017, em São Paulo, última vez em que os Jogos Parapan-Americanos de Jovens foram realizados, o Brasil voltou a liderar o quadro de medalhas, com 139 no total: 66 de ouro, 41 de prata e 32 de bronze.
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da bocha.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
