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Após vaga para Paris 2024, par BC4 de bocha do Brasil é campeão de qualificatório em Portugal

Laissa “Guerreira” Vasconcelos e André Martins se cumprimentam após vitória no Parapan de Jovens de Bogotá | Foto: Ale Cabral / CPB

A paraibana Laissa “Guerreira” Vasconcelos, 19, e o maranhense André Martins, 21, conquistaram nesta quarta-feira, 27, o título do qualificatório dos pares BC4 de bocha (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência), que aconteceu em Coimbra, em Portugal.

Na decisão, a dupla brasileira derrotou por 4 a 3 o par da Malásia formado pelos atletas Noor Mat Salim e Abdul Rahman. Com isso, o Brasil encerrou a participação na competição de maneira invicta. Na fase de grupos, foram quatro vitórias – sobre Malásia (5×0), Hungria (8×2), Japão (5×4), e Portugal (4×2). Já na semifinal, diante da Espanha, Laissa e André venceram a partida por 5 a 4.

Com a classificação para a final, os brasileiros asseguraram mais uma vaga para Paris 2024, já que as três primeiras seleções do qualificatório têm direito ao acesso direto ao evento na capital francesa. Além de Brasil e Malásia, a terceira colocada Espanha também conquistou uma das vagas para os Jogos Paralímpicos. Na final, o Brasil saiu perdendo por 3 a 0, mas na última parcial a dupla brasileira chegou à vitória por 4 a 3 com uma jogada de André Martins.

Pela bocha, o país já havia assegurado cinco vagas nos Jogos que serão realizados na capital francesa de 28 de agosto a 8 de setembro: pela classe BC1 feminino (com Andreza Oliveira), BC2 masculino (com Maciel Santos), BC3 masculino e feminino (Mateus Carvalho e Evelyn de Oliveira), além da equipe BC1/BC2 (com Andreza Oliveira, Iuri Tauan e Maciel Santos). Todos eles conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, o que era um dos critérios de classificação da modalidade.

Ao todo, o Brasil chegou a 119 atletas confirmados pelo Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) em Paris 2024.

A delegação brasileira, até o momento, assegurou sua participação nas seguintes modalidades: atletismo, natação, vôlei sentado (masculino e feminino), goalball (masculino), futebol de cegos, ciclismo, hipismo, canoagem, remo, taekwondo, tiro esportivotiro com arcobocha e tênis de mesa.

Ambos atletas que representaram o Brasil em Coimbra são formados em projetos do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Laissa é fruto do trabalho de formação do Centro de Referência de Campina Grande, na Paraíba, além de ter participado de Camping Escolar e Paralimpíadas Escolares.

Os Centros de Referência fazem parte do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro e tem como objetivo aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.

Já André, que teve diagnosticada uma Distrofia Muscular de Duchenne (doença neuromuscular genética) aos cinco anos de idade, começou a praticar bocha no projeto Escola Paralímpica de Esportes do CPB.

Após conquistar títulos em competições de jovens, o atleta de 21 anos ganhou dois ouros na sua primeira missão internacional na carreira, o Parapan de Jovens, em Bogotá 2023: no individual masculino e nas duplas mistas BC4, ao lado justamente de Laissa Guerreira, sua atual companheira na Seleção adulta.

Para Paris, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem a expectativa de convocar cerca de 250 atletas com deficiência. Na última edição, em Tóquio, foram 235 esportistas, oportunidade em que o país não teve representantes no rúgbi em cadeira de rodas e no basquete em cadeira de rodas. O recorde de participantes brasileiros foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas em todas as 22 modalidades. 

Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, está a 27 do seu 400º pódio no evento. Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.

Antes do início dos Jogos de 2024, os atletas brasileiros farão uma aclimatação na cidade francesa de Troyes, a 160 km de Paris. O presidente do CPB, Mizael Conrado, assinou o acordo no último mês de julho, no Centre Sporttif de L’Aube Troyes, espaço onde os esportistas ficarão hospedados até o início do megaevento. 

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