Entre os nadadores, além de Wendell, destaque também para os campeões paralímpicos Gabriel Bandeira (S14) e Gabriel Araújo (S2), além do campeão mundial Samuel Oliveira (S5). Todos do Praia Clube, de Uberlândia (MG).
Na manhã deste sábado, mais do que nadar os 50 m livre e os 100 m costas, Wendell quis testar seus limites, já como preparação para a próxima temporada. Em 2023, a natação paralímpica terá dois grandes eventos internacionais no calendário: o Mundial, em Manchester, Inglaterra, e os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, Chile.
“Estou vindo de uma lesão, que não me deixou fazer a periodização completa depois do Mundial [da Ilha da Madeira, Portugal, no último mês de junho]. Vim para Belo Horizonte testar meus limites, ver onde posso chegar e ajustar alguns detalhes nas provas. No ano que vem, pretendo estar em melhores condições em relação às que eu estava em Tóquio”, afirmou o nadador, que fez os 100 m costas em 1min22s28 e os 50 m livre, em 28s51, tempo superior aos 26s03 que lhe garantiram o ouro na capital japonesa.
Já Gabriel Araújo, em sua estreia pela equipe de Uberlândia, fez o que seria o segundo melhor tempo do ano nos 50 m livre de sua classe: 55s64. Essa marca só foi superada por ele próprio, em Lignano, na Itália, onde o atleta terminou o percurso em 53s08 no último dia 12 de março.
Gabriel Bandeira, o Bill, também registrou o segundo tempo do ano, mas nos 100 m borboleta da classe S14 (atletas com deficiência intelectual). Nesta manhã, ele nadou a distância em 55s82, marca que só não foi melhor aos 54s18, recorde mundial estabelecido por ele mesmo, em maio, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Samuel Oliveira, a exemplo de seus companheiros de clube, registrou a segunda melhor marca de 2022. Nos 50 m borboleta da classe S5 (comprometimento físico-motor), ele fez o tempo de 33s17, acima apenas dos 32s83 feitos pelo próprio nadador, em abril, na capital paulista.
Cão-guia
Em Belo Horizonte, Wendell também foi um dos responsáveis por promover o reencontro de dois cães-guias irmãos: o macho Ink, que hoje acompanha o brasiliense, e a fêmea Gal, que guia a nadadora Fernanda Paiva (S12). Ambos conseguiram os cães após participarem de um edital aberto pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).
Ink é o irmão mais novo, com 3 anos e 9 meses, enquanto Gal tem quatro. Eles foram treinados em Balneário Camboriú (SC) e não se encontravam desde junho, quando se juntaram aos atletas. Os cães-guias auxiliam as pessoas com deficiência visual em várias tarefas cotidianas, como parar em sinais, desviar obstáculos e encontrar as portas dos estabelecimentos, entre outras habilidades. O animal graduado como cão-guia trabalha oito anos, em média, antes de se aposentar.
“Não podia ter recebido um cão-guia melhor do que o Ink. Estava na expectativa para saber qual seria o tamanho, a raça e a adaptação. Ainda estamos em um processo de conhecimento, que deve se completar em dezembro, mas tem sido ótimo contar com ele”, disse Wendell, que está com Ink desde 22 de junho, dois depois de ter voltado do Mundial de natação paralímpica da Ilha da Madeira, Portugal.
No dia 3 do mesmo mês, Gal passou a acompanhar Fernanda. “Ela é uma cão-guia muito tranquila e boazinha. Eu não estava no momento em que os irmãos se reencontraram, mas disseram que foi bonitinho demais. Fizeram uma maior farra. Teve uma hora em que fui fazer carinho no Ink e ela sentiu um pouco de ciúmes, mas foi de boa. Eles se davam muito bem em Santa Catarina”, afirmou Fernanda, que nadou os 100 m livre, 100 m costas e os 100 m peito no Meeting de Belo Horizonte pelo clube Sadevi/MG – CTE – UFMG. Além da Gal, a nadadora tem outra cachorra, a Muriçoca, uma vira-lata adotada por seu pai. “Elas ficam disputando para saber quem manda mais em casa [risos]”, finalizou a atleta.
Halterofilismo e atletismo
No halterofilismo, destaque para a mineira Lara Lima, do CDDU, que levantou 100 kg e bateu seu próprio recorde nacional na categoria até 41 kg. Antes, a melhor marca era 98 kg, registrada no Open das Américas, disputado em julho, nos EUA.
Já no atletismo, quatro recordes brasileiros foram quebrados em Belo Horizonte neste sábado: Jean Carlos da Costa, da classe F38, registrou nova marca nacional no arremesso de peso (14,25 m); Marleydes Arcanjo, da classe F31, fez 8,89 m no lançamento de club; Rodrigo Parreira, da classe T36, saltou 5,70 m no salto em distância; e Walter de Moraes estabeleceu a marca de 14,23 m no lançamento de dardo.
Belo Horizonte foi a décima sede do Meeting Loterias Caixa em 2022. Antes, o evento já havia passado por Campo Grande (MS), Amapá (AP), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Aracaju (SE), Brasília (DF) e Goiânia (GO). Depois da capital mineira, o evento chegará a Vitória (ES), dia 15 de outubro, com provas de atletismo e natação.
O Meeting Paralímpico é idealizado e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2021, como uma atualização dos tradicionais Circuitos Loterias Caixa, que já eram realizados desde 2005 pelo Comitê. Há provas de atletismo, natação e halterofilismo. Cada cidade sedia, pelo menos, disputas de uma dessas modalidades.
Os objetivos do Meeting são desenvolver a prática esportiva para pessoas com deficiência em todas as regiões do país, contribuir para o aprimoramento técnico dos competidores e propiciar oportunidades de competição aos atletas de elite e jovens promessas do paradesporto em todo o Brasil.
Confira os catálogos do Meeting de Belo Horizonte:
Patrocínios
O Meeting Paralímpico Loterias Caixa tem o patrocínio das Loterias Caixa
O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e pela Braskem
A natação é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa
O halterofilismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Wendell Belarmino, Gabriel Bandeira, Gabriel Araújo e Samuel Oliveira são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)