Marcelly, que esteve em seu primeiro evento internacional, é cria da Escola Paralímpica de Esportes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), projeto que tem o objetivo de iniciar crianças e jovens em uma modalidade paralímpica (saiba mais sobre o projeto abaixo). Atualmente, Marcelly treina no Centro Olímpico por ter ultrapassado o limite de idade da Escola.
No sábado, 28, a atleta percorreu os 100 m em 14s15, chegou em segundo lugar na prova e melhorou a sua própria marca de 14s48, que já a colocava no top 5 mundial de 2022. Ela registrou esse tempo no Campeonato Brasileiro Loterias de atletismo, disputado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, no dia 5 de maio.
Na disputa realizada neste final de semana na Suíça, Marcelly ficou atrás apenas da francesa Mandy Francois-Elie, 32, campeã paralímpica da prova nos Jogos de Londres 2012.
Além de ter disputado os 100 m, a jovem também correu os 200 m e, novamente, só foi superada pela francesa, medalhista de bronze nesta prova nos Jogos de Tóquio 2020. Em Nottwil, a paulistana registrou o tempo de 29s69, o que seria a quarta marca do mundo em 2022, mas não a melhor da própria Marcelly. No Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo, na capital paulista, no dia 6 de maio, ela fez o percurso em 29s60, o terceiro tempo de temporada.
Outros brasileiros
Lorraine Aguiar, 24, venceu a prova dos 100 m da classe T12 (para atletas com deficiência visual) ao finalizar o trajeto em 12s45. Com esse tempo, ela estabeleceu a melhor marca de 2022. O feito era de outra brasileira, Viviane Ferreira, que correu para 12s46 no Desafio CPB/CBAt, em março, no CT Paralímpico Brasileiro.
Ariosvaldo da Silva, o Parré, fez os 200 m da classe T53 (para atletas cadeirantes) em 27s08, o que seria o terceiro melhor tempo do ano da prova. Já Aline Rocha, a única mulher brasileira a disputar os Jogos Paralímpicos de Inverno (PyeongChang 2018 e Pequim 2022), quebrou dois recordes brasileiros: nos 800 m e 1.500 m da classe T54 (também para atletas cadeirantes).
Na distância mais curta, Aline registrou a marca de 1m51s46 e superou o seu próprio recorde nacional, que era de 1min51s74. Esse tempo havia sido alcançado também em Nottwil, no ano passado. Já no trajeto mais longo, a brasileira fez a marca de 3min19s77 e melhorou seu tempo anterior de 3min2205, registrado na mesma cidade suíça em 2021.
Escola Paralímpica de Esportes
A Escola é realizada pelo CPB desde 2018 e, atualmente, são oferecidas aulas em 13 modalidades: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos, estabelecido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês). Todos os serviços são oferecidos gratuitamente.
Ainda há vagas para participar da Escola Paralímpica de Esportes do CPB, basta preencher a ficha de cadastro.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30.
Time São Paulo
A atleta Aline Rocha é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 108 atletas, de 13 modalidades, e 13 atletas-guia (atletismo).
Patrocínios
O atletismo tem o patrocínio da Braskem e das Loterias Caixa.
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.