O Conexão Paralímpica, evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), começou nesta quinta-feira, 3, em São Paulo, com provas de atletismo e tiro com arco, no Centro de Treinamento Paralímpico, e de tiro esportivo, na Escola de Educação Física da Polícia Militar. A primeira manhã de disputas teve entre seus destaques o catarinense Michael Silva, 20, participante desde os 13 anos das competições de base do CPB e agora tricampeão universitário na prova dos 100 para a classe T37 (paralisia cerebral).
O evento nacional reúne 347 atletas em duas competições simultâneas para esportistas com deficiência: as Paralimpíadas Universitárias, voltadas a alunos de graduação e pós-graduação, e as Paralimpíadas Militares, para agentes das forças de segurança. Ao todo serão cinco modalidades em disputa até o final da tarde de sexta-feira, 4. O CT Paralímpico ainda receberá provas de natação e bocha a partir da tarde desta quinta-feira.
Michael Silva, aluno de Educação Física da Unisociesc, começou a treinar aos sete anos no Centro Esportivo para Pessoas Especiais (CEPE), em Joinville, e participa de eventos organizados pelo CPB desde 2017, quando estreou nas Paralímpíadas Escolares, maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência do mundo, e conquistou sua primeira medalha, de prata. Logo que terminou o período escolar e entrou para a faculdade, já migrou para a disputa das Paralimpíadas Universitárias. Nesta quinta-feira, ele venceu sua prova com tempo de 12s23, sua melhor marca pessoal na prova.
“É muito bom para mim, um jovem de periferia, chegar até aqui e representar a minha universidade. É motivo de muita alegria saber que tudo que eu renunciei na minha adolescência me ajudou a chegar até aqui. Hoje, meus colegas de classe não enxergam só a minha deficiência, eles enxergam o atleta Mika”, disse o velocista, que planeja seguir carreira no atletismo, e depois se tornar professor.
Michael já vem sendo convocado para a seleção de base da modalidade e esteve no CT de 8 a 14 de setembro para um período de treinos e testes físicos. “Estamos trabalhando bastante nos detalhes, que são fundamentais para os atletas de alto rendimento. Estar na seleção de base é uma grande responsabilidade e mostra que o CPB está de olho nos futuros atletas”, completou.
A abertura do Conexão Paralímpica também contou com a reestreia da amapaense Wanna Brito após sua conquista da medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Paris, na prova do arremesso de peso da classe F32. A atleta, aluna de Educação Física na Universidade Federal do Amapá, registrou no CT nesta quinta-feira a marca de 7,74m, pouco abaixo da obtida na capital francesa. Durante os Jogos, ela arremessou 7,89m e conquistou o novo recorde das Américas da prova naquela ocasião.
“Foi o resultado esperado, ficou na média do que eu costumo fazer, apesar de alguma oscilação, alguns arremessos que não foram tão longe. Imaginei que ainda não conseguiria o mesmo resultado que tive em Paris depois de um mês ainda sem retornar ao mesmo nível de treinamento de antes dos Jogos. O objetivo é retornar firme agora e chegar muito bem no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa, em dezembro”, afirmou a atleta.
Entre os participantes das Paralimpíadas Militares está o sargento fluminense Luis Eduardo da Cunha, 53, atleta do tiro com arco da classe ST (que competem sentados). Na modalidade desde 2023, ele ressaltou a importância da competição para seu desenvolvimento como esportista e para promover inclusão e qualidade de vida. “O esporte que me chamou. Conheci através de um colega meu que tem deficiência. Conheci o tiro com arco em um Camping Militar do Comitê Paralímpico Brasileiro e me apaixonei. Estava na intenção de fazer exercício para sair da depressão e hoje o esporte para mim é vida”, afirmou.
Luis sofreu um acidente automotivo enquanto servia o exército em 1989, o que mais tarde ocasionou uma osteomielite (infecção óssea causada por bactérias, fungos ou microbactérias que podem afetar qualquer osso do corpo) que o levou à amputação da perna esquerda em 2022. Em 2023, participou do Camping Militar em São Paulo e realizou ali sua primeira competição na modalidade. Conquistou a medalha de prata. Foi a porta de entrada para a participação em outros eventos da modalidade. No mesmo ano, esteve também na Paraíba, em Minas Gerais e Recife para competir.
O Conexão Paralímpica foi criado em 2022 e teve sua primeira edição em João Pessoa (PB), em outubro daquele ano. Em 2023, o Conexão contou com três fases regionais, em São Paulo (SP), Goiânia (GO) e João Pessoa (PB), além de uma etapa nacional na capital paulista.
Em 2024, o Conexão ganhou novo formato, com Seletivas Estaduais realizadas ao longo de todo o primeiro semestre, como parte do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, evento que círculos pelas 27 unidades federativas do Brasil de fevereiro a junho de 2024.
Imprensa
Os profissionais de imprensa interessados em cobrir o Conexão Paralímpica podem enviar um e-mail para imp@cpb.org.br com os seguintes dados: nome completo, RG ou CPF e o veículo por qual irá cobrir o evento. No dia da competição, os profissionais deverão se identificar na sala de imprensa do local para retirada do colete.
Serviço
Conexão Paralímpica – Etapa Nacional
Data: até 4 de outubro, a partir das 8h
Provas de atletismo, bocha, natação e tiro com arco
Local: Centro de Treinamento Paralímpico
Endereço: Rod. dos Imigrantes, Km 11,5 – Vila Guarani, São Paulo (estação Metrô Jabaquara – Comitê Paralímpico Brasileiro)
Provas de Tiro esportivo
Local: Escola de Educação Física da Polícia Militar
Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 548 – Canindé, São Paulo.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Wanna Brito é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Patrocínio
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da bocha.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do tiro esportivo.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)