*Nota atualizada às 17h50
A Seleção Brasileira de judô paralímpico brilhou em Astana, no Cazaquistão, nesta quarta-feira, 14, e conquistou quatro medalhas de ouro no segundo dia do Campeonato Mundial da modalidade. O país ainda levou mais quatro pratas e um bronze no período.
Somando os dois pódios do primeiro dia de combates, o Brasil já contabiliza onze medalhas: cinco ouros, cinco pratas e um bronze, atingindo a sua melhor campanha histórica na competição. Até então, o maior desempenho havia sido registrado na edição de Baku 2022, com dez pódios (duas de ouro, duas de prata e seis de bronze). Treze dos 20 convocados para Astana fizeram parte daquela delegação, incluindo a paulista Alana Maldonado e o paraibano Wilians Araújo.
Com a disputa por equipes mistas marcada para quinta-feira, 15, o Brasil pode ampliar sua maior performance da história em Campeonatos Mundiais organizados pela IBSA (Federação Internacional de Esportes para Cegos). O Brasil também encerrou na liderança do quadro de medalhas do Mundial, à frente dos atletas paralímpicos neutros (atletas russos), com sete pódios, e da Geórgia, que ficou na terceira colocação, com seis medalhas.
As finais desta quarta-feira renderam novas conquistas para o país, incluindo as vitórias de Wilians Araújo, da paulista Alana Maldonado, da carioca Brenda Freitas e da paulista Rebeca Silva em uma final inteiramente brasileira contra a conterrânea Meg Emmerich.
Pela categoria até 70kg da classe J2 (atletas que conseguem definir imagens), a bicampeã paralímpica Alana Maldonado garantiu o tricampeonato mundial e se tornou a primeira judoca brasileira a alcançar esse feito. Ela superou a cazaque Ayala Mareke na decisão.
“É uma emoção muito grande. Foi muito trabalho, mas conseguimos — mais um título, tricampeonato mundial. Me sinto muito honrada, muito feliz por conquistar minha terceira medalha em um Campeonato Mundial. Muito obrigada. Eu sempre digo que a gente sobe sozinha no pódio para receber a medalha, mas, por trás disso, tem uma equipe muito grande que trabalha com a gente. Então, essa vitória é nossa”, afirmou.
Já a carioca Brenda Freitas conquistou o ouro na categoria até 70kg da classe J1 (cegos totais ou com percepção de luz) ao derrotar a grega Theodora Paschalidou. A vitória foi celebrada com emoção, ao som da banda RBD, escolhida por ela para embalar o momento nas redes sociais.
“Ainda não caiu a ficha, mas eu vim aqui lutar concentrada, focada e bem objetiva. Isso tudo graças aos meus treinos — a gente pratica tudo lá, né? É tudo muito emocionante. Estou muito feliz por essa conquista. No último Mundial, eu não tive um bom resultado porque não estava bem de cabeça. Hoje, consegui lutar do jeito que treinei, e isso é uma vitória. Só tenho a agradecer a todo mundo que está do meu lado: o título é do Benjamin, do seu Antônio, do Jaime, do sensei Garcia, que tem toda a paciência do mundo para me corrigir e, ao mesmo tempo, me dá segurança para vir aqui e dar o meu melhor”, destacou.
No segundo dia de combates, o Brasil ainda garantiu uma dobradinha no pódio com uma final 100% nacional na categoria acima de 70kg J2. A paulista Rebeca Silva, atual campeã paralímpica, superou a conterrânea Meg Emmerich e conquistou o título mundial em Astana.
Natural de Riachão do Poço (PB), o campeão paralímpico em Paris 2024 Wilians Araújo confirmou o favoritismo na categoria acima de 95kg J1 e venceu por ippon o moldavo Ion Basocna na final.
“É a realização de um sonho. Só tenho que agradecer às pessoas que acreditam em mim — meus senseis, o Antônio, o Jusciney, o João, que está comigo treinando na Paraíba quando não estou com a Seleção, com a CBDV. É muita gratidão. Essa conquista é a realização de um sonho. Quero agradecer também à minha esposa e à minha filha. Quando descobri que seria pai, ela com certeza passou a me dar todas as energias possíveis. Não tem sensação melhor do que ligar para ela e ouvir ‘Papai? Papai?’. Isso me motiva demais. Agradeço aos meus patrocinadores e a todas as pessoas que acreditam em mim. É muito bom fazer parte desse grupo seleto”, afirmou.
O Brasil ainda subiu no pódio mais quatro vezes no dia, sendo três pratas e um bronze. O potiguar Arthur Silva conquistou a prata na categoria até 95kg J1 após ser superado pelo britânico Daniel Powell em uma final bastante equilibrada.
Natural de Belém (PA), Larissa Silva estreou em Campeonatos Mundiais com excelente desempenho, conquistando também a prata na categoria até 60kg J1. Ela foi derrotada na decisão pela uzbeque Uljon Amrieva.
A gaúcha Millena Freitas também ficou na segunda colocação na categoria acima de 70kg J1, disputada no formato todas contra todas, sem fases eliminatórias. Com duas vitórias e uma derrota, garantiu o segundo lugar na classificação final.
Já o bronze brasileiro do dia ficou com o paulista Felipe Amorim na categoria acima de 95kg | J2. Após ser superado na semifinal, venceu a repescagem e derrotou o britânico Jack Hodgson na disputa pelo terceiro lugar, garantindo seu primeiro pódio em Mundiais.
O torneio é o principal evento da modalidade no ciclo paralímpico e distribui a maior pontuação no ranking que define a classificação para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028.
As lutas contam com transmissão ao vivo pelo YouTube da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, sigla em inglês).
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)