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Paralímpico Brasileiro

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Dezoito halterofilistas da Seleção Brasileira no Mundial de Dubai são atletas dos Centros de Referência

Naira Celia da Cruz treina no Pará e competiu no Mundial neste domingo, 27 | André Aroni/CPB

A Seleção Brasileira que disputa o Campeonato Mundial de halterofilismo em Dubai conta com 18 atletas representantes dos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de um total de 23 convocados. Com um ouro e um bronze entre adultos, e mais um ouro nos juniores, os participantes do projeto do CPB são responsáveis por todos os pódios brasileiros até agora.

O Campeonato nos Emirados Árabes começou na terça-feira, 22, e vai até 30 de agosto no hotel Hilton Habtoor City, onde as delegações estão hospedadas. O evento conta com 495 atletas de 78 países. A Seleção Brasileira se faz presente com atletas de 12 unidades federativas (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP).

A delegação é formada por aqueles que alcançaram os índices estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) durante a Primeira Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa, em março, e o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa, em abril, ambas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O Mundial é realizado pela terceira vez em Dubai, onde já esteve em 1998 e 2014 e é etapa obrigatória para qualificação aos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Os Centros de Referência fazem parte do Planejamento Estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisitado em 2021, e têm o objetivo de aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.

São seis os Centros de Referência representados na competição. O Centro de Referência de Uberlândia conta com seis atletas, maior número entre os participantes da competição: Ângela Teixeira, Caroline Fernandes, Edilândia Araújo, Lara Aparecida, Mateus Silva e Tayana Medeiros.

Na sequência, o Centro de Referência de Itu conta com quatro halterofilistas na Seleção do Mundial: Bruno Carra, Ezequiel Correa, Laira Guimarães e a campeã Mundial em Dubai Mariana D’Andrea. É o mesmo número de participantes do projeto do Centro de Referência de Natal: Alane Lima, João Maria Junior, Maria Rizonaide e Naira Célia da Cruz.

Ainda são representados em Dubai os Centros de Referência de Belo Horizonte — com Cristiane Reis e Jean Rufino; Rio de Janeiro, com Gustavo Souza; e Brasília, com Ana Paula Marques.

Dentre os atletas listados, dois não treinam diretamente nas unidades vinculadas ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), mas recebem suporte de seus técnicos e equipe multidisciplinar. A paraense Naira Célia da Cruz montou uma estrutura para treinamento no quintal de sua casa, em Altamira (PA) e o catarinense Ezequiel Correa criou sua própria academia na cidade de Capivari de Baixo (SC). A atleta Márcia Menezes recebe suporte do técnico Valdecir Lopes, do Centro de Itu, apesar de não não ser vinculada ao centro de Itu, no qual o treinador trabalha.

“Temos uma estrutura incrível, com dois bancos para halterofilismo muito bons e maquinário adaptado para nosso treino. Eu consigo fazer um exercício cardiorrespiratório ótimo, mesmo tendo deficiência na perna, fazendo exercícios aeróbicos com as mãos. Há uma diversidade de equipamentos, o que evita termos de ficar modificando movimentos porque as máquinas não nos atendem”, disse a potiguar Alane Lima, que estreou no Mundial de Dubai com a décima primeira colocação na categoria até 86kg.

“Em Uberlândia, temos um Centro de Referência muito grande no Sesi Gravatás. São em torno de dez bancos para supino cedidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e muitos acessórios”, disse a mineira Ângela Teixeira, que terminou no décimo primeiro lugar na categoria até 73kg.

“O Centro de Referência é fundamental para minha preparação. Consigo ter a mesma estrutura da competição no meu dia a dia. Não tem nada mais desonfortável do que treinar com um banco, um peso e, na hora da disputa, ser tudo diferente”, afirmou Bruno Carra, do Centro de Referência de Itu.

“Nosso Centro de Referência foi a salvação do treinamento adaptado para o halterofilismo. Uma menina como a Mariana D’Andrea não consegue treinar num banco convencional, por conta da envergadura dela. Desde a nossa base, a maioria dos atletas de elite estão nos Centros de Referência, assim como os melhores resultados. Sem eles, não seria possível a modalidade crescer do jeito que está crescendo nem ter um plano de colocar cada vez mais atletas nos Jogos Parapan-Americanos e nos Jogos Paralímpicos”, acrescentou Valdecir Lopes, treinador no mesmo local.

Domingo
As competições em Dubai no domingo começaram com a disputa na categoria até 54kg, com o paulista Bruno Carra, um dos participantes do Centro de Referência de Itu, acertando um levantamento de 162kg em seu primeiro movimento e o potiguar João Maria França Junior sem movimentos válidos. A prova foi vencida pelo Cazaque David Degtyarev, com 180kg, seguido pelo chinês Jinglang Yang (179kg), com a prata, e o nigeriano Roland Ezuruike, com o bronze (178kg).

“Foi uma prova boa, levando em conta o nível alto do Mundial. Claro que gostaria de ter feito mais. Cometi um erro técnico, não me atentei à altura do suporte um pouco diferente, e isso pode ter interferido no meu resultado final. Mas, agora é me preparar para os Jogos Parapan-Americanos [em Santigago, no Chile, em novembro]”, afirmou Bruno. 

“Eu ainda não consigo visualizar um erro específico nesta competição. Tivemos muito cuidado com minha alimentação, meu descanso, meu treinamento. Mas vou estar muito mais motivado para ser superior nos Jogos Parapan-Americanos [no Chile, em novembro]. Sempre busquei o meu melhor e vou brigar por minha medalha. Eu agradeço ao Comitê Paralímpico Brasileiro por todo o suporte que nos dá, a toda a equipe multidisciplinar que me acompanhou aqui, ao médico Rodrigo Braga, à fisioterapeuta Caroline de Camargo, ao psicólogo André Aroni e ao meu técnico Carlos Willians”, disse João Maria.

Durante a tarde em Dubai, a gaúcha Ana Paula Marques, do Centro de Referência de Brasília, suportou 99kg e ficou na sétima posição na categoria até 61kg, com três movimentos válidos. Na mesma prova, a paraense Naira Célia da Cruz, do Centro de Referência do Rio Grande do Norte, levantou 95kg e ficou com a nona colocação. O ouro foi para a nigeriana Onyinyechi Mark (144kg) e a prata, para a egípcia Fatma Korany (122kg). A chinesa Jianjin Cui, que também levantou 122kg, resultado obtido mais tarde, ficou com o bronze.

Já na noite de Dubai, o pernambucano José Arimateia Lima suportou 203kg em seu terceiro levantamento e ficou na oitava colocação na categoria até 97kg. A medalha de ouro ficou com o chinês Panpan Yan, com 233kg erguidos, a prata, com o uzbeque Farhod Umirzakov (232kg), e o bronze, com o iraniano Seyedhamed Solhipouravanji (226kg).

Programação de segunda-feira
A segunda-feira, 28, em Dubai, terá duas halterofilistas brasileiras estreantes em Mundiais no tablado. A mineira Cristiane Alves Reis, 40, compete pela categoria até 55kg e a manauara Maria de Fátima Castro, 29, na categoria até 67kg.

Maria está na nona colocação do ranking Mundial do ciclo Paris 2024, com um levantamento de 112kg em Dubai, em dezembro de 2022. Cristiane ainda não aparece neste ranking. Nas Seletivas para os Jogos Parapan-Americanos, realizadas no começo de agosto, no Chile, Maria de Fátima suportou 124kg e Cristiane, 95kg. A competição, porém, não está no rol das que são levadas em consideração para qualificação para os Jogos de Paris.

“Eu tenho buscado ficar mais quietinha, descansar, visualizando bem os movimentos que vou fazer. Também tento assistir a todas as competições para aprender tudo o que posso, pensando em como vou reagir. Fico ansiosa, dá um frio na barriga, mas também tenho confiança de que vou melhorar minha marca — e o resto é consequência. Se eu acertar minhas três pedidas, vou ficar bem feliz e satisfeita”, afirmou Cristiane, que tem baixa estatura.

“Minha preparação está sendo boa. Tenho focado nos treinos em possíveis pedidas, percebendo erros e tentando melhorar. O Val [técnico Valdecir Lopes] que vai fazer meu jogo, definir os pesos amanhã. Só tenho a agradecer a ele e a toda a comissão por tudo o que estou aprendendo”, afirmou Maria.

Seleção Brasileira em Dubai
A equipe brasileira adulta em Dubai supera em número a convocada para a edição anterior do Mundial, em Tbilisi, na Geórgia. Na competição passada, o Brasil contou com 18 atletas para as disputas na elite da modalidade.

Com as medalhas conquistadas em Dubai, o Brasil acumula sete pódios adultos em Campeonatos Mundiais, cinco deles em disputas individuais. Duas dessas conquistas são da paulista Mariana D’Andrea sendo um ouro (Dubai 2023) e uma prata (Geórgia 2021). O país também possui três bronzes, com a mineira Lara Lima (Dubai 2023), o baiano Evânio Rodrigues da Silva (México 2017) e a paranaense Márcia Menezes (Dubai 2014). Todos os medalhistas participam do Mundial de Dubai em 2023.

Além dessas medalhas, o país tem duas pratas com seu time misto, na Geórgia, em 2021, e no Cazaquistão, em 2019.

Com seis atletas, Minas Gerais é o estado com o maior número de representantes no Mundial. Dentre os convocados, 11 vêm da região Sudeste, sete do Nordeste, três do Sul e dois do Norte.

A Seleção Brasileira é formada majoritariamente por mulheres. São 14, cerca de 61% do grupo, ante nove atletas masculinos. Além disso, a delegação conta com nove estreantes.

Confira a programação de brasileiros desta segunda-feira, 28 (horários de Brasília, sujeito a alterações):

4h50
Categoria até 55kg
Cristiane Reis

8h55
Categoria até 67kg
Maria de Fátima Castro

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.

Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do halterofilismo.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

PATROCINADORES

  • Toyota
  • Braskem
  • Loterias Caixa

APOIADORES

  • Ajinomoto

PARCEIROS

  • The Adecco Group
  • EY Institute
  • Cambridge
  • Estácio
  • Governo do Estado de São Paulo

FORNECEDORES

  • Max Recovery