Esse último projeto foi iniciado em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças e adolescentes com deficiência física, visual e intelectual, na faixa etária de 10 a 17 anos, em dez modalidades paralímpicas. Todas as aulas são totalmente gratuitas e realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Neste ano, as atividades começaram na última segunda-feira, 31.
As dez modalidades oferecidas são: atletismo, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos. Para realizar a inscrição, os responsáveis devem preencher a ficha disponível neste link ou comparecer ao CT e fazê-la pessoalmente.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30. É oferecido um lanche ao final das atividades, bem como uniformes para a realização das práticas esportivas. Além disso, o CPB oferece transporte gratuito em pontos estratégicos de São Paulo para os alunos e seus acompanhantes.
Por causa da pandemia, protocolos sanitários foram adotados durante as aulas: todos deverão utilizar máscara, com exceção dos alunos no momento das atividades, e deverão apresentar o comprovante de vacinação contra Covid-19.
Nesta entrevista, Ramon, que tem vasta experiência no Movimento Paralímpico, explicou como a iniciação feita na Escola Paralímpica de Esportes do CPB pode formar atletas de alto rendimento, além de promover inclusão social às crianças e aos jovens participantes. Confira:
Por que é tão importante a prática esportiva desde a infância?
Muitos dos nossos alunos, infelizmente, são dispensados das aulas de Educação Física nas escolas convencionais. E sabemos que a prática esportiva é importantíssima para a inclusão social. Aliás, não só para a inclusão social. Hoje, um atleta paralímpico é profissional. Ser um atleta paralímpico é uma profissão.
Atualmente, quantos alunos há na Escola Paralímpica de Esportes? Ainda há vagas?
Até a pandemia, tínhamos 539 alunos. Tivemos que paralisar as atividades e voltamos no final do ano passado. Hoje, temos 373 alunos inscritos. As crianças e os jovens estão voltando aos poucos, até porque eles também estão voltando de suas férias escolares. Há vagas. Temos capacidade para atender mais de 700 alunos.
Como funciona o cotidiano da Escola Paralímpica de Esportes? O que os alunos fazem durante as aulas?
Durante um ano e meio, eles são inseridos em diversas modalidades, em aulas de uma hora e meia, de acordo com a sua deficiência. Ou seja, uma pessoa com deficiência visual pode fazer atletismo, futebol de 5, goalball, natação e judô. A nossa ideia é provocá-lo e entender em qual modalidade ele apresenta os melhores resultados. No entanto, no final das contas, a escolha é do aluno, pois a prática esportiva é saudável, mas tem que ser prazerosa também. Eles, então, passam por três fases dentro da Escola Paralímpica de Esportes: iniciação, aperfeiçoamento e transição. Na última fase, entregamos esses alunos às seleções de base geridas pelas confederações de cada uma das modalidades oferecidas no projeto [atletismo e natação são geridos pelo próprio CPB].
Falamos muito sobre os atletas, mas o que diria aos pais das crianças com deficiência que não conhecem o projeto?
Posso dizer que temos o quarto maior Centro de Treinamento Paralímpico do mundo, de fácil acesso por meio de um transporte oferecido pelo próprio CPB e com uma estrutura fantástica. Todas as nossas arenas possuem dimensões oficiais. Perder essa oportunidade gratuita, de iniciar seus filhos em uma prática esportiva de qualidade, é deixar de beneficiá-los. É uma chance ímpar que o CPB oferece aos jovens e às crianças. Espero que os responsáveis possam nos procurar para que o projeto impacte um número cada vez maior de pessoas.
Patrocínio
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.