Os velejadores brasileiros encerraram sua participação nos Jogos do Rio neste sábado, 17. E, mesmo sem chances de conquistar medalha, sentiram de perto o apoio da torcida, que compareceu em ótimo número à Praia do Flamengo.
A primeira embarcação do Brasil a entrar nas águas da Baía de Guanabara foi a da classe Sonar, com Antonio Marcos do Carmo, José Matias de Abreu e Herivelton Anastácio, às 12h. Os brasileiros passaram os dois primeiros marcos da prova na quarta colocação, mas depois caíram para 11º, e assim terminaram o dia e a classificação geral, dentre os 14 barcos participantes. No pódio ficaram as equipes de Austrália, Estados Unidos e Canadá.
“Lutamos até o fim hoje. Tomamos uma punição, então o resultado poderia ter sido melhor, mas chegamos na frente de todos adversários que queríamos. A ideia é adquirir mais experiência daqui para frente”, disse Herivelton, acrescentando que as Paralimpíadas do Rio serão um marco para todo o grupo do Brasil: “Nosso desempenho foi bom. Esperávamos um pouco mais, de maneira bastante otimista, mas somos uma equipe nova. Em Pequim 2008 o Brasil ficou em último nessa categoria (em Londres 2012 apenas a Skud18 representou o país, com o velejador Bruno Landgraf). Aqui chegamos em 11º entre 16 equipes e a ideia é seguirmos progredindo para ficar entre os seis melhores do mundo”.
Em seguida, os barcos da Skud18 iniciaram a disputa da regata final. Acompanhado de Marinalva de Almeida, Bruno Landgraf buscou melhorar sua marca de Londres, também uma 11ª colocação, e conseguiu. O time, que começou o dia na oitava posição, chegou em nono lugar, mas não perdeu posições no ranking geral, se mantendo entre os oito melhores de 11 barcos. Os três primeiros colocados foram Austrália, Canadá e Inglaterra.
Por fim, Nuno Rosa, da classe 2.4mR, tentou fazer uma regata de recuperação e largou muito bem, passando pelo primeiro marco em terceiro lugar. No entanto, foi perdendo posições e chegou em 12º. Não foi o suficiente para melhorar sua classificação geral e ele ficou na última colocação entre 16 participantes. O pódio da categoria foi composto por França, Austrália e Inglaterra.
“O desempenho dos brasileiros foi melhor do que esperávamos. Nossos velejadores mostraram que já têm velocidade suficiente para disputar as regatas. Em alguns momentos, estiveram na frente de atletas consagrados. Mas faltou experiência. Comparando com o futebol, faltou ritmo de jogo”, analisou Walcles Osório, coordenador técnico da Vela do Brasil.
Assim como o futebol de 7, a vela não consta do programa paralímpico de Tóquio 2020. Mas, segundo Walcles, há grandes chances de a modalidade voltar nos Jogos de 2024. E, para que o Brasil consiga galgar espaço no cenário mundial, a ideia é aumentar a participação de brasileiros nos campeonatos mundiais.
“O que temos que fazer daqui para frente é primeiro pensar na renovação, e ver como vai ficar em 2024. Temos que esperar a decisão do Comitê Paralímpico Internacional, mas temos boas notícias com a perspectiva do Japão apoiar a participação da vela nos próximos Jogos”, afirmou o coordenador, que continuou: “Os velejadores da Europa conseguem fazer intercâmbio bem mais fácil, pois os eventos são todos por lá e a logística da vela é muito cara e complicada. Mas os velejadores brasileiros vêm evoluindo e cada vez mais vamos disputar de igual para igual com os outros países”.
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Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro
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