Chegou ao fim nas primeiras horas desta sexta-feira, 8, a oitava edição do Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, realizado na Cidade do México. O Brasil participou com 17 atletas de 16 Estados e volta para casa com o retrospecto de 18 ouros, de um total de 36 medalhas conquistadas em seis dias de competição.
A China terminou em primeiro lugar no quadro de medalhas, com 30 ouros, seguidos dos Estados Unidos (21 ouros), Itália em terceiro (20).
A última conquista brasileira no México foi um eletrizante ouro nos 100m livre da classe S12 do carioca Thomaz Matera, que foi marcado por uma série de resultados históricos para a natação paralímpica nacional.
“A nossa participação foi extremamente positiva. Conquistamos um número muito expressivo de medalhas, superando nossa performance de Glasgow 2015, e estamos felizes com a renovação, por termos seis novos campeões mundiais. Daniel Dias e Andre Brasil são sempre os principais destaques e estão sempre liderando o nosso grupo, mas é muito importante ressaltar jovens como Talisson Glock, Ítalo Pereira e Cecília Pereira, a mais nova da delegação, com apenas 19 anos, e que venceu uma medalha de ouro”, disse Jonas Freire, diretor-técnico adjunto do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Elencamos, abaixo, cinco motivos que fizeram deste Mundial do México inesquecível para a natação paralímpica brasileira.
1 – A começar pelo total de medalhas de ouro conquistadas. Os 18 ouros do México superam o desempenho do Brasil no Mundial de Eindhoven, na Holanda, em 2010, quando fomos ao pódio ouvir o Hino Nacional em 14 oportunidades. Jamais conseguimos romper esta barreira, até a noite da quarta-feira, 6, na capital azteca, quando Andre Brasil conquistou o 15º ouro nos 100m borboleta da classe S10. Depois disso, ainda vieram outros três pódios dourados.
2 – Este resultado leva a outro momento nunca antes alcançado em competições deste porte pelos nadadores brasileiros. É a primeira vez na história que a delegação verde e amarela supera a marca das 26 medalhas em um Mundial. Coincidentemente, o país chegara a esta quantidade de premiações em duas competições consecutivas: Durban 2006, Eindhoven 2010. Na última edição do Mundial, em Glasgow 2015, o Brasil se despediu com 23 pódios.
3 – Parte desta conquista no México se deve à participação feminina na Piscina Olímpica Francisco Márquez, na Cidade do México. O local, uma das arenas dos Jogos Olímpicos da capital mexicana em 1968, serviu de palco para que todas as seis representantes do sexo feminino do Brasil chegassem ao pódio neste Mundial. A cearense Edênia Garcia (S3), a paulista Raquel Viel (S12), a mineira Patrícia Santos (S3), a potiguar Joana Neves (S5) e a paranaense Beatriz Carneiro (S14) levarão para casa uma medalha cada. A potiguar Cecília Araújo (S8) teve a oportunidade de faturar duas medalhas.
4 – O Brasil ganhou também seis novos campeões mundiais de natação paralímpica em provas individuais. O tocantinense Ítalo Pereira (S7), o pernambucano Phelipe Rodrigues (S10), o carioca Thomaz Matera (S12), o paulista Ruan Souza (S9), o catarinense Talisson Glock (S6), além de Cecília Araújo, experimentaram ouvir o hino pela primeira vez à pérgola de uma piscina de Campeonato Mundial. Quatro deles têm 25 anos ou menos, numa prova de que o processo de maturação corre em ritmo forte na modalidade.
5 – Não é possível encerrar o Mundial do México sem lembrar, também, da meta pessoal de medalhas de Daniel Dias. No último treino antes da estreia, ainda em 1º de dezembro, ele avisara que deixara aos filhos Asaph, 3 anos, e Danielzinho, 2, a promessa de levar para casa duas medalhas para cada. O nadador de 29 anos, nascido em Campinas, São Paulo, não só cumpriu a meta, como quase a dobrou. Despediu-se do México com seis pódios, sendo seis ouros (quatro individuais e dois revezamentos).
Patrocínio
A natação paraolímpica brasileira tem o patrocínio das Loterias Caixa.
Time São Paulo
Os atletas Andre Brasil, Cecília Araújo, Gabriel Souza, Felipe Caltran, Daniel Dias, Ítalo Gomes e Phelipe Rodrigues são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 56 atletas e nove atletas-guia de 10 modalidades.
Assessoria de imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br) nos Mundiais de Natação e Halterofilismo