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Último dia de natação tem ouro, recorde de medalhas e bronze emocionante no revezamento

Daniel chora no pódio ao receber a medalha de ouro

O último dia de provas na natação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 foi cheio de emoções para os brasileiros. Além das medalhas de Daniel Dias, Joana Neves e do time de revezamento 4×100 medley 34 pontos, o torcedor ainda presenciou a despedida de Clodoaldo Silva, o Tubarão, do esporte.

Daniel Dias encerrou o dia com duas medalhas: uma de ouro nos 100m livre S5 e um bronze no revezamento 4x100m medley 34 pontos. As duas conquistas deste sábado transformaram o nadador no maior medalhista de Jogos da história entre os homens, com 24, no total (14 ouros, sete pratas e três bronzes).

O revezamento, aliás, levou o torcedor ao delírio. A medalha de bronze só chegou na última parte da prova, com Phelipe Rodrigues. O pernambucano foi responsável por fechar a disputa e deu uma arrancada sensacional para levar o Brasil ao pódio.

Quem também brilhou no último dia foi Joana Neves. A nadadora, que já tinha a prata os 50m livre S5, faturou o bronze nos 100m livre S5. Além das duas individuais, Joaninha também participou do revezamento 4x50m livre misto 20 pontos no começo da competição, que terminou com a medalha de prata para o Brasil.

O dia também foi de despedida para um mito das piscinas. Clodoaldo Silva, o Tubarão, foi ovacionado ao terminar os 100m livre S5. O potiguar fechou a prova em 8º e ficou sem medalha mas levantou a torcida, que o saudou por toda a história dentro do esporte.

Confira o que Clodoaldo, Daniel e Joana falaram após suas provas.

Clodoaldo Silva
“É indescritível tudo o que vivi nessa Paralimpíada, desde a abertura dos Jogos, com o acendimento da pira. Foi uma emoção gigantesca. Eu sabia que tinha uma validade para a carreira do Clodoaldo acabar dentro da piscina, mas desde ontem acho que foi caindo a ficha. Foi difícil dormir ontem, foi difícil nadar a eliminatória. E entrar na final com toda a torcida gritando meu nome, torcendo pelo desporto paraolímpico, é inexplicável. Só estando ali para sentir tudo isso. E com o privilégio de ter Daniel ali do meu lado, um dando força para o outro. A emoção já começou ali. Não consegui segurar as lágrimas, mas essas lágrimas são de felicidade.  E de alegria por saber que pude contribuir para o esporte paralímpico estar onde está. Nesse momento eu quero tirar férias. Fiquei muito tempo longe da minha filha, da minha família. Estou vivendo uma dificuldade em Natal, que minha irmã está doente. Mas tenho várias propostas para minha vida fora da piscina, vários projetos, mas só mais para frente vou decidir o que fazer”. 

Phelipe Rodrigues
“Nos 50m e nos 100m livre eu não costumo tirar muito a cabeça da água, então não ouço muito, mas hoje ouvi tudo na volta. Cada respiração que fazia eu ouvia a torcida gritando. Isso com certeza me empurrou até o fim porque eu não conseguia ver o cara da Austrália. Então esse apoio foi essencial para a gente”.

Daniel Dias
“Confesso que não parei para pensar ainda no que aconteceu, estou sem voz de tanto que eu gritei no revezamento, então é uma alegria imensa poder ajudar meu país. Meu objetivo aqui era conquistar medalhas nas minhas provas individuais e ajudar ao máximo meus companheiros no revezamento. Estou extremamente feliz por nadar em casa, com essa torcida me apoiando. Isso é algo que vai ficar marcado na minha história para sempre, e acredito que o esporte paralímpico nunca mais será o mesmo depois disso aqui. Considero que aqui foi muito melhor que Londres. Lá ganhei seis ouros e aqui foram quatro, mas nunca tive uma torcida assim, nunca ouvi tanto barulho embaixo da água. Foi muito melhor do que eu esperava. A gente sempre se cobra por resultados, tem hora que penso que poderia ter sido melhor, mas estou muito feliz com esse momento que a gente está vivendo”.

Joana Neves
“A minha concentração foi fundamental para levar a medalha. Sou boa nessa parte de ficar com foco. Pela manhã nadei muito tranquila, fui para classificar. Agora à tarde vim para soltar tudo. Meu rendimento aqui nos Jogos foi 100%. Fui a única mulher que levou duas medalhas individuais, e saber que as mulheres estão crescendo no mundo paralímpico, evoluindo, é uma satisfação tremenda para mim. Fechei com chave de ouro e a consciência tranquila sabendo que dei meu melhor em todas as provas e fui recompensada com essas medalhas”.

Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro 
Rafael Maranhão 
Diogo Mourão 
Fernanda Villas Bôas 
Thiago Rizerio

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