A delegação brasileira de natação já está na Cidade do México para a disputa do Mundial da modalidade, de 2 a 7 de dezembro. A competição será realizada com quase dois meses de atraso devido ao forte terremoto que abalou a capital mexicana no fim de setembro e adiou para esta data o evento.
Apesar da alteração, a equipe nacional, que está na capital Azteca com 17 nadadores, não abriu mão de uma preparação do mais alto nível para representar o Brasil no Mundial. Uma exemplo prático disso foi a agenda do time nesta terça-feira, 27. Horas após desembarcar no Aeroporto Internacional Benito Juarez, na Cidade do México, os atletas passaram no hotel, deixaram as malas, e seguiram para a piscina da YMCA Mayorca, na zona leste da capital. Um treino leve, para adaptar-se à altitude de mais de 2.000 metros da região, e para diminuir os efeitos do jetlag, já que os atletas estão com um fuso de quatro horas a menos em relação ao Brasil.
A movimentação desta terça-feira foi apenas um complemento de um amplo programa de preparação, comandado pelo técnico-chefe da equipe nacional, Leonardo Tomasello. “Com o adiamento do Mundial por causa do terremoto, em setembro, os atletas diminuíram um pouco a intensidade até a confirmação da nova data, agora em dezembro, e retomaram os treinamentos”, explicou Tomasello, à beira da piscina da YMCA Mayorca. “O programa de preparação aumentou de 36 semanas para quase 50. É uma diferença grande, mas alguns atletas reagiram bem a esta carga”, complementou.
Uma das nadadoras que aproveitou a mudança para aperfeiçoar a forma até este Mundial foi a capixaba Patrícia Santos, da classe S4. Ela fez o melhor tempo da vida nos 50m nado livre na última etapa do Circuito Loterias Caixa de natação, no CT Paralímpico, em São Paulo, em outubro. Ela completou a distância em 43s89, três centésimos mais rápido do que alcançou nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, quando foi finalista e terminou em sexto nesta prova.
“Foi uma surpresa este resultado no Circuito Loterias Caixa, mas me deu mais confiança para encarar este Mundial aqui do México, que será minha estreia”, comentou a capixaba, que ficou tetraplégica após ser atingida por um tiro durante um assalto a uma casa lotérica, em 2002, no Espírito Santo.
Outro que soube aproveitar a alteração na data do Mundial foi o pernambucano Phelipe Rodrigues (S10). Ele foi à cidade inglesa de Sheffield, no início deste mês de novembro, e disputou o campeonato universitário de piscina curta. “Fiz os melhores tempos nos 50m e 100m livre em piscina de 25 metros, me preparei bem e cheguei no Mundial tendo a mim mesmo como meu principal adversário”, avisou.
Paralelamente ao Mundial de natação, a Cidade do México também sediará o Mundial de halterofilismo, de 2 a 8 de dezembro. A delegação brasileira desembarca nesta quinta-feira. Ambas as modalidades serão disputadas no Complexo Olímpico Juan de La Barrera, no histórico bairro de Coyoacan, imortalizado por ter sido logradouro de Frida Khalo e do pintor Diego Rivera, na primeira metade do século XX. O local das disputas dos dois mundiais foi sede dos Jogos Olímpicos da Cidade do México em 1968. Após reforma, a região é um amplo e estruturado complexo que abriga diversas modalidades.
O SporTV transmitirá o Mundial de Natação. Acompanhe, ainda, a transmissão dos dois Mundiais pelo Facebook do CPB (facebook.com/comiteparalimpico) e a cobertura nos perfis no Twitter (@cpboficial) e no Instagram (@ocpboficial).
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