Antônio Tenório não chegou ao posto de maior judoca paralímpico de todos os tempos à toa. Foram muitos os adversários, em cima e fora dos tatames, que ele teve de derrubar física e mentalmente. Mas o novo coronavírus se mostrou, certamente, o mais difícil de todos. Após receber alta na última quinta-feira, 15, exatos 17 dias após ter dado entrada no hospital, o atleta só pensa em uma coisa: voltar a competir.
“A sensação é de ter nascido novamente, de ter ganhado vários Jogos Paralímpicos contra a Covid-19. Sair com vida do hospital depois de ter passado duas semanas na UTI com 80% dos pulmões comprometidos foi uma das melhores sensações que já tive. Foi uma lição de vida tremenda para mim”, diz o dono de seis medalhas paralímpicas (quatro ouros, uma prata e um bronze), que passou 15 dias respirando com auxílio de oxigênio.
O quadro dele lembrou o de muitos casos relacionados ao vírus que já atingiu quase 14 milhões de brasileiros: os primeiros dias foram de sintomas mais leves, até evoluir subitamente para a falta de ar. No dia 28 de março, nove dias após o início dos sintomas, ele buscou ajuda médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). De lá, foi transferido a um hospital para receber cuidados intensivos.
“Posso dizer que esse vírus que está assolando o mundo é um dos adversários mais difíceis que o mundo já teve, não só o Tenório. Temos muitos entes queridos morrendo, pessoas sofrendo no hospital. É momento de termos consciência de que a vida é o mais importante”, ressalta.
“Agora é voltar para a reabilitação. Já começo a fazer fisioterapia para, assim que possível, poder retornar aos treinos”, completa o atleta da categoria até 100kg.
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)