Fundistas e maratonistas da Seleção Brasileira de atletismo paralímpico vão colocar à prova uma preparação feita na altitude de 2.500m da Colômbia, durante a 1ª etapa do Desafio CPB/CBAt da modalidade, que acontece neste domingo, 25, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
O Desafio de atletismo CPB/CBAt tem a finalidade de difundir e desenvolver a prática da modalidade entre atletas brasileiros com e sem deficiência. A competição é dirigida e organizada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
O evento reunirá 114 atletas paralímpicos e 75 olímpicos para competir em provas de pista (100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, e saltos em distância, triplo e em altura) e provas de campo (arremesso de peso e lançamentos de dardo, disco e club).
Para a competição deste domingo, parte da comissão técnica de atletismo do CPB fará uma simulação da preparação que pretende colocar em prática dias antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que começam em agosto. A proposta foi baseada em treinar os atletas de provas de meio-fundo, fundo e maratona para o Desafio CPB/CBAt na cidade colombiana Paipa, a quase 200km da capital Bogotá e a 2.500 metros acima do nível do mar. A atividade durou 25 dias e o retorno ao Brasil foi somente no começo desta semana.
“O principal objetivo é levar os atletas a passarem períodos de treinos em ambientes com baixa oxigenação para terem esse ganho no desempenho quando competirem em cidades mais próximas do nível do mar. Já há estudos que mostram melhores resultados com esse tipo de ação por permitir que os atletas tenham maior intensidade quando chegam ao local mais perto do dia da prova”, explicou Cássio Damião, treinador de atletismo do CPB.
O trabalho conta com apoio de uma equipe multidiciplinar, com médicos, fisiologistas, nutricionistas e psicólogos do CPB. Após o período na Colômbia, os atletas passaram por nova bateria de testes para avaliar e mapear como o corpo de cada um deles tem reagido ao período de treinos na altitude.
Isso porque a ideia da comissão técnica brasileira é preparar os atletas convocados para estas provas nos Jogos de Paris em um Centro de Treinamento em Sierra Nevada, na Espanha, que fica a 2.300m de altitude, e se deslocar à capital francesa somente cinco dias antes das disputas de cada competidor. Já Paris tem o ponto mais baixo a 35m acima do nível do mar.
“Poderemos analisar e identificar dados, como por exemplo, em qual período cada atleta vai atingir o maior pico [de desempenho]. Alguns conseguem evoluir [o rendimento] em até 1% durante a preparação e essa pode ser a vantagem que renderá uma medalha para o país. Então, essas informações nos auxiliarão a realizar o mesmo tipo de trabalho próximo a Paris”, acrescentou.
Esta não é a primeira vez que este tipo de atividade é realizada para os Jogos Paralímpicos. Para a edição do Rio 2016, os atletas naquela ocasião também foram levados à Colômbia. Já para Tóquio 2020, devido aos protocolos que a pandemia da Covid-19 ainda exigia, a preparação foi feita na cidade de Senador Amaral, no sul de Minas Gerais e a 1.560m do nível do mar.
“Não foi fácil, foi bastante desafiador sair de quase 800 metros de altitude para cerca de 2.500 metros. Agora, estamos neste período de readaptação a poucos dias do Desafio. Sentimos um pouco de incômodo, dor de cabeça. Mas estou confiante, tanto para correr os 1.500m agora quanto os 5.000m na semana que vem. Estamos curiosos em como vai ser o nosso desempenho”, apontou Júlio Agripino, da classe T11 (deficiência visual) e medalhista de ouro nos 1.500m e bronze nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, além da prata nos 5.000m no Mundial Paris 2023.
A piauiense Antônia Keyla, da classe T20 (deficiência intelectual), também integrou a equipe que tem feito este tipo de preparação específica. Para ela, o treino foi muito importante para o restante do ano.
“As primeiras semanas são sempre as mais difíceis. Com este tipo de condicionamento, pretendo bater todas as minhas marcas do ano passado e atingir o índice para o Mundial de atletismo em Kobe [em maio, no Japão] já neste domingo. Será o pontapé inicial da nossa temporada e, com isso, vamos conseguir ajustar os treinos até os Jogos”, finalizou.
O Desafio CPB/CBAt contará também com a presença de medalhistas paralímpicos e mundiais, como a acreana Jerusa Geber, recordista mundial e campeã mundial nos 100m e 200m da classe T11 (deficiência visual) no Mundial Paris 2023, o paulista Samuel Conceição, ouro nos 400m da classe T20 (deficiência intelectual) no Mundial Paris 2023 e Parapan de Santiago 2023, o mineiro Claudiney Batista, ouro no lançamento de disco F56 (que competem sentados) no Mundial Paris 2023 e Santiago 2023, e a paraense Fernanda Yara, atual campeã parapan-americana e mundial nos 400m T47 (amputados de braço), entre outros.
Patrocínios
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Antônia Keyla é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Time São Paulo
O atleta Júlio Agripino é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)