Termina neste sábado, 11, a segunda edição do Camping Militar Paralímpico. A iniciativa começou no domingo, 5. Vinte e nove militares reformados estiveram no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, sendo apresentados a 11 modalidades paralímpicas: atletismo, canoagem, halterofilismo, natação, parabadminton, parataekwondo, remo, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo. A maioria dos participantes passou a ter deficiência física por conta de acidentes em serviço.
Kathiane Dantas de Oliveira é 1º Tenente da Comissão de Desportes da Aeronáutica (CDA), professora de educação física e participa do Camping como treinadora auxiliar voluntária. Ela, que esteve na primeira edição, percebeu diferenças e melhorias neste segundo Camping.
"Temos algumas modalidades que foram incluídas que eu acho que agregaram ainda mais. Também tem uma diversidade maior de forças do que o primeiro. Acredito que isso ajuda a promover ainda mais o movimento paralímpico."
A tenente é também coordenadora do projeto João do Pulo, iniciativa do Ministério da Defesa em parceria com a Marinha; o Exército e a Aeronáutica, que tem o objetivo de democratizar a prática do esporte para ex-militares que se tornaram deficientes físicos.
Segundo a professora, a participação no Camping agregou muito conhecimento: "Tive contato com cada um dos militares e pude entender como eles se sentiam por não querer voltar para o quartel após se tornarem deficientes. Isso me ajudou a fazer esse resgate de vários outros militares que estavam lá que iriam treinar, mas tinham vergonha. Essa vivência com eles me auxiliou nisso e acaba ajudando indiretamente no esporte e na frequência do treinamento."
"Aqui a gente tem contato com especialistas e técnicos de alto gabarito. Então podemos aproveitar bastante. Tivemos várias palestras específicas para os voluntários que vieram, com relação à classificação funcional, à saúde do deficiente, o bolsa atleta, benefícios que eles podem conseguir. Foram várias palestras que contribuíram muito para esse conhecimento, e a bagagem que a gente levou para lá foi indescritível."
"Uma experiência ímpar"
O militar Hélvio Santos Pompílio, 1º sargento da Polícia Militar do Distrito Federal e participante do Camping, avalia sua experiência como "ímpar": "Ao chegar aqui a estrutura já impressiona. O cuidado e a responsabilidade de passar o conhecimento para a gente é de alto nível. E está sendo bacana e proveitoso porque estamos conhecendo pessoas com vários tipos de deficiência e de vários estados. Está agregando demais não somente na área esportiva, mas também na área social. Já fiz vários amigos."
Em 2012, ao entrar numa loja e se deparar com um assalto, o sargento interveio. Houve troca de tiros e um o atingiu nas costas, lesionando a medula. Desde então, Pompílio, como é conhecido entre os militares, é paraplégico. Para ele, o Camping abre um leque de possibilidades: "Uma pessoa que tem deficiência física e está numa cadeira de rodas, ou um amputado, pessoa com deficiência visual e até intelectual, tem um mundo um pouco restrito e fechado. Atividades como essa, abrem um leque e mostra a mim e a eles, que não há limites para nós."
Os participantes do Camping Militar Paralímpico foram indicados pelas forças das quais pertencem. Há 11 forças representadas: Marinha, Aeronáutica, Exército, Polícia Militar do Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo e Bombeiros do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)