O paranaense Eduardo Allan Moraes foi um dos jovens que se destacaram na categoria sub-16 do atletismo ao conquistar duas medalhas de ouro e uma de prata na terceira fase regional das Paralimpíadas Escolares, que se encerram nesta sexta-feira, 09, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O evento, que contou com cerca de 600 atletas em idade escolar em provas também de natação e bocha, terá a cerimônia de encerramento nesta sexta, às 18h30, no mesmo local.
Com 14 anos, o atleta nascido em Cascavel com má formação no braço esquerdo conquistou a medalha de ouro na prova dos 250 m, com o tempo de 36s14, e no lançamento do dardo, com 14,35 m, marca atingida na sua última tentativa. Já a prata foi obtida nos 75 m, com apenas dez milésimos atrás do primeiro lugar (10s65 ante 10s55 do carioca Kaique Machado).
“Certamente, quem fica nas raias 6, 7 e 8, tem mais vantagem porque começa na frente. Mas escolhi ficar na raia três porque tenho uma visão mais ampla de toda a pista. Consegui conquistar o primeiro lugar e estou muito feliz por isso”, afirmou o jovem está no nono ano escolar e que gosta de astronomia.
As medalhas no atletismo vieram somente após um ano e alguns meses de treino na modalidade. Antes, Eduardo Moraes era praticante da natação. Porém, devido à pandemia, se viu obrigado a migrar para um esporte que o isolamento social permitisse praticar.
“Fiz pouco mais de um ano de natação, mas devido à pandemia precisei parar por causa do paralisação dos treinos e suspensão das piscinas. Mas não quis ficar parado por muito tempo. Optei pelo atletismo porque era uma atividade ao ar livre e com isolamento social”, recordou.
“Em 2021, comecei a treinar, de fato, no atletismo. Às segundas e quartas, pratico corridas. Continuo fazendo natação apenas para fortalecimento. Mas meu foco agora é o atletismo”, completou.
Eduardo Moraes conheceu o esporte adaptado graças à uma reportagem sobre o Festival Paralímpico, projeto realizado anualmente pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2018 e que proporciona a crianças com e sem deficiência a vivência em modalidades paralímpicas, de maneira recreativa e lúdica, em diversas cidades do país.
“Em 2018, vi na televisão que iria acontecer um Festival Paralímpico na minha cidade e me inscrevi. Lá, durante as brincadeiras, conversei com a treinandora Pollyana Bastos sobre o esporte paralímpico e então comecei a praticar natação. Espero em 2024 estar lá na França”, apontou.
Para atingir esse objetivo, Eduardo pretende seguir os mesmos passos de um de seus ídolos: o paraibano Petrúcio Ferreira, considerado o atleta paralímpico mais rápido do mundo. Ambos são da classe T47, para atletas amputados de braço.
“Sou muito fã do Petrúcio. Ele é praticamente igual eu. Já vi muita reportagem dele. Gostaria muito de conhecer ele. O mesmo profissional que fez a minha classificação esportiva para fazer a corrida no atletismo foi o mesmo que fez a do Petrúcio no passado. Achei muita coincidência e fiquei muito feliz ao mesmo tempo”, lembrou.
Para 2022, a competição contou com novo formato, com três fases regionais e uma fase nacional. Após Brasília receber participantes das regiões Norte e Centro-Oeste do país, entre os dias 9 e 12 de agosto, Natal contemplou a fase regional Nordeste das Paralimpíadas Escolares, de 24 e 26 de agosto.
Já o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, foi a sede da etapa Sul-Sudeste (exceção a Minas Gerais, que participou da regional Brasília) de 7 a 9 de setembro. A fase nacional acontecerá de 23 a 25 de novembro, também em São Paulo, no mesmo local.
A estimativa é que a competição tenha, ao todo, 3 mil crianças com deficiência envolvidas nas provas das fases regionais e da nacional.
Para as regionais, foram selecionadas as modalidades que possuem um grande número de inscritos na fase nacional. O intuito da diretoria de Desenvolvimento Esportivo do CPB, responsável pela organização do evento, é ter os melhores atletas de cada região do país nas disputas em novembro.
Os três primeiros colocados nos regionais de atletismo e natação vão se classificar automaticamente para a fase nacional, em São Paulo, que acontecerá em novembro, no CT Paralímpico. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, vão conquistar a vaga.
As Paralimpíadas Escolares são idealizadas e organizadas pelo CPB desde 2009 e é o maior evento mundial para crianças com deficiência em idade escolar. No ano passado, a competição contou com mais de 900 atletas, de 25 unidades da federação.
Serviço
Cerimônia de encerramento
Data: 9 de setembro de 2022
Horário: 18h30
Local: Centro de Treinamento Paralímpico
Endereço: Rodovia dos Imigrantes KM 11,5 – sem número – Vila Guarani – São Paulo
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)