O CPB considera que a mudança no processo de classificação, implementado em meados de 2018 pelo IPC, do qual Andre Brasil foi uma das vítimas, não foi pautado pela ciência e nem tampouco por pesquisa que pudesse retratar a equidade do esporte paralímpico. Além de trazer o desequilíbrio, mudou a ordem das classes paralímpicas, ocorreu no meio do ciclo, já com metade da preparação para os Jogos de Tóquio em andamento, afetou o sistema de maneira brutal.
É inegável o prejuízo que este processo intempestivo causou.
Andre Brasil competiu por 14 anos, conquistou 14 medalhas paralímpicas, participou de três edições de Jogos Paralímpicos, ainda é o detentor de quatro recordes mundiais da classe S10.
A deficiência do Andre não é progressiva, ela só limita ainda mais os movimentos, portanto, como justificar então tudo o que ele conquistou?
Denominamos esta mudança na classificação como um dos mais tristes episódios da história do paralimpismo mundial. O fato de o Andre Brasil não ter tido nova oportunidade de classificação aumenta nossa tristeza e deixa a dúvida se a prioridade do esporte são os atletas.
Mizael Conrado
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro