A taekwondista Débora Menezes, da classe K44 (para amputados de braço) foi a convidada da segunda Live Paralímpica nesta quinta-feira, 7, no Instagram do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Débora contou como foi o seu início de carreira, como foi entrar no mundo das artes marciais, ambiente majoritariamente masculino e ressaltou o crescimento da modalidade no Brasil.
A transmissão faz parte do conjunto de ações feitas pelo CPB para todos os seguidores do esporte paralímpico durante o período de quarentena devido à pandemia do vírus Covid-19.
Débora tem má-formação congênita no braço direito e antes de entrar no parataekwondo, ela competia no lançamento de dardo. No fim da faculdade de Educação Física, a paulista conheceu as artes marciais devido a um trabalho acadêmico sobre lutas para pessoas com deficiência.
“No trabalho da faculdade conheci o boxe e só depois o parataekwondo. Comecei a praticar a modalidade como hobbie, não pensava em competir. Mas depois que ela entrou no programa dos Jogos, em 2015, eu vi a chance de chegar a tão sonhada Seleção e aos Jogos Paralímpicos”, relembrou a campeã mundial.
Débora já está classificada para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, no ano que vem. Ela fechou o período qualificatório pelo ranking em segundo lugar. Pela regra de classificação internacional, os quatro primeiros atletas do ranking garantiam a vaga.
“Sempre pensei e trabalhei a longo prazo. A minha meta era me classificar para Tóquio pelo ranking. Minha equipe técnica e eu fizemos um trabalho tático para que eu conquistasse os pontos necessários a cada competição para ficar bem posicionada”, contou.
Aos 29 anos, Débora contou que desde o início de sua vida esportiva presenciava uma segregação de mulheres e que isso nunca a fez desistir e que foi conquistando seu espaço ao se impor. “Quando jogava futsal ouvia muito que não era lugar de mulher, que era para ir limpar a casa. Sempre me posicionei firme contra esse tipo de atitude. Lugar de mulher é onde ela quiser! Quando comecei na luta já tinha isso tão claro dentro de mim que não me abalava mais e com todo o apoio da comissão técnica pude mostrar quem eu sou”, revelou a atleta.
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Em 2019, Débora conquistou a medalha de ouro no Campeonato Mundial da modalidade, em Antalya, na Turquia, na categoria acima de 58kg da classe K44. “O ouro no mundial foi a minha conquista mais especial até agora, era algo que eu sonhava. O primeiro mundial de parataekwondo foi em 2017, eu fiquei em 5º lugar, treinei muito e fui determinada a trazer o ouro para o Brasil”.
Também no ano passado, a modalidade estreou em Jogos Parapan-Americanos, em Lima, no Peru, e Débora conquistou a medalha de prata.
Débora ressaltou o crescimento da modalidade no país em 2019 e atribui este crescimento a ações como o Festival Paralímpico – evento realizado nacionalmente pelo CPB em comemoração ao Dia do Atleta Paralímpico, em setembro.
“Em 2018 tivemos 24 atletas no Campeonato Brasileiro, em 2019 tivemos 104. A modalidade estrear em competições importantes e ações como o Festival Paralímpico em que as crianças puderam experimentar o parataekwondo fizeram a diferença”.
A próxima Live Paralímpica será na terça-feira, 12, também no perfil oficial do CPB (@ocpboficial) às 16h.
Confira abaixo a live na íntegra:
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Débora Menezes é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)