Um incrível lançamento de 43 metros e 6 centímetros, com direito a quebra de recorde paralímpico, deu o ouro dos Jogos Rio 2016 a Alessandro Rodrigo na prova de lançamento de disco F11, para deficientes visuais, na noite desta segunda, 12, no Estádio Olímpico. Seu principal adversário era o italiano Oney Tapia, que ficou com a prata ao alcançar a marca de 40m89 logo na primeira das seis tentativas, com o espanhol David Casino Sierra levando o bronze (38m58). O começo de Alessandro não foi bom: lançou o disco a 30m61 na primeira tentativa e a 34m75 na segunda. Na terceira, no entanto, vieram o recorde e o ouro.
“Eu sabia que eles iam vir com tudo, o italiano é o segundo do ranking mundial. Mas vim para fazer meu melhor, a medalha era consequência. E a pressão passou depois dos lançamentos iniciais. No primeiro eu fui muito mal, no segundo também fui mal. Mas como você só precisa de um para ganhar, no terceiro veio”, comentou Alessandro, líder do ranking mundial da categoria, e que ficou cego há sete anos por causa de uma toxoplasmose. “Só quem vive esse momento sabe o quanto é especial. O quanto eu fiz pra estar onde eu estou. O esporte é tudo pra mim depois de minha família e de Deus. É onde consigo ter felicidade, é o que faz minha família sorrir ao me ver competir. Eles vieram me assistir, entrei tranquilo na prova. E que presente dei para eles e para mim! Meu filho fez um ano e um mês. Quando fui pro Parapan do Canadá, ele tinha dois meses, e eu trouxe duas, uma para ele e uma para mim. Dessa vez eu trouxe uma, vamos ver se ele vai pegar pra ele”.
No revezamento 4x100m masculino T42-T47, com o tempo de 42s04, Renato Cruz, Yohansson Nascimento, Petrúcio Ferreira e Alan Fonteles já estavam comemorando a medalha de bronze quando receberam a notícia da desclassificação da equipe americana, que havia ficado em segundo lugar, atrás apenas da Alemanha (40s82).
“A gente começou a comemorar tudo de novo”, disse Alan, que, depois de não conseguir se classificar para as finais dos 100m e dos 200m rasos T44 – prova na qual foi ouro em Londres 2012 –, demonstrava estar ao mesmo tempo feliz e aliviado com a medalha.
“A gente foi prata nessa prova em Pequim, depois prata de novo em Londres, mas foi desclassificado. E agora essa prata veio. Para mim, esse pódio foi de lavar a alma. Estou correndo ao lado desses caras aqui, realizando o sonho de uma medalha em casa e isso só me motiva mais. Rumo a Tóquio. Vim em busca de medalha nos 100m, nos 200m e nos 400m, mas me machuquei ontem (na classificatória dos 200m). Fiz ressonância de manhã, não era nada grave. Fiz fisioterapia, estou cheio de bandagem, todo remendado. Senti um pouco o posterior no aquecimento hoje, mas pensei: ‘vou para cima, porque se estourar agora eu não tenho mais nada para correr. Tem que ser agora’”, contou.
Ouro ontem nos 100m rasos T47, no qual ainda bateu o recorde mundial, Petrúcio Ferreira disse que estava mais tranquilo esta noite.
“Entrei mais confiante na pista, porque olhei para a largada e vi o Renato, na reta eu vi o Yohansson e na minha frente tinha o Alan. Isso me passou muita confiança. Fico muito feliz em sair daqui com um ouro e uma prata”, declarou.
Na final do lançamento de dardo F57, Cícero Nobre ficou em quarto lugar e Claudiney Batista, em quinto. Na do salto em altura T44, Jeohsah Bezerra dos Santos terminou em sexto, saltando 1,85m.
Depois da decepção de ser desclassificada na final dos 100m rasos T11, Terezinha Guilhermina conquistou a classificação para a final dos 200m rasos com o melhor tempo das semifinais: 24s86. A prova será realizada na noite desta terça-feira, 13. O Brasil também se classificou em primeiro lugar, com o tempo de 42s69, para a final do revezamento 4x100m rasos T11-T13 (deficientes visuais) que acontecerá na manhã desta terça. E Aline Rocha estará na final dos 1500m feminino T54 na sessão noturna.
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