Pablo Borges, 17, se despede das Paralimpíadas Escolares, evento realizado no CT Paralímpico, nesta edição de 2017. O judoca potiguar encerrou nesta sexta-feira, 24, seu ciclo na competição para jovens ao faturar a prata na categoria até 81kg e o bronze no absoluto acima de 73 kg. Além das medalhas, o garoto também recebeu muitos aplausos na Cerimônia de Abertura das Escolares, onde ele expôs sua outra vocação: a música, com uma performance de guitarra do Hino Nacional Brasileiro.
Cego de nascença em decorrência de uma má formação, o garoto participou de todas as edições das Paralimpíadas Escolares desde 2012, exceto a de 2013, quando passou por uma cirurgia para tratar o ceratocone. Em 2014, chamou a atenção no hotel da competição ao tocar em um piano disponível no local.
“Graças às Paralimpíadas, eu cheguei aonde cheguei. Estou construindo a minha história. Agora estou na Seleção de base, desde o começo do ano, e é graças às Paralimpíadas Escolares, aos anos que eu participei”, disse Pablo.
O destaque no torneio ao longo dos últimos anos permitiu que ele disputasse o Grand Prix INFRAERO de Judô Para Cegos no fim do ano passado, em Belém, e, depois, fosse convocado para a Seleção Brasileira de jovens para disputar os Jogos Parapan-Americanos deste ano, em São Paulo.
O judoca disse que, agora, a meta é alcançar a Seleção principal. “Cada vez mais eu tento chegar no meu melhor resultado, fazendo tudo da melhor maneira possível, sem tentar passar por cima de ninguém. Quero representar o Brasil em Jogos Paralímpicos.”
No esporte desde pequeno, Pablo já jogou goalball e também já praticou karatê. Foi no judô, no entanto, que se encontrou e entrou no universo paralímpico, aos 12 anos. Já na música, o potiguar de Natal não escolheu um caminho específico. Toca vários instrumentos, sendo eles baixo, guitarra, piano, bateria, violão e teclado. E ainda canta! “Estes instrumentos são os que eu domino melhor, mas arranho um pouco de cada coisa. Toco praticamente de tudo”, conta o jovem.
Ele relata ainda que começou a se interessar por música por estímulo de um tio, que era um tecladista famoso na região onde mora, conhecido como “Pinguim”. “Eu via ele tocando e fiquei curioso. Ele tocava demais, era de impressionar. Como eu era muito fã de comida quando era criança, meu tio me estimulou a começar a tocar através disso. Ele dizia ‘po, se você acertar essa música aqui eu te dou um pão a mais’, aí eu fui aprender os instrumentos sozinho. Só o piano que eu tive aulas”, contou.
A edição que marca sua última participação em Paralimpíadas Escolares foi especial, já que pôde unir suas duas paixões ao tocar na cerimônia de abertura do evento e ganhar medalhas. “Quero fazer história no esporte e na música. A história é importante. Se você não faz história, você não é lembrado”, finaliza Pablo.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)