O judoca paraibano Wilians Araújo, da classe J1 (para cegos totais), conquistou o ouro na categoria acima dos 90kg, nesta quinta-feira, 24, nos Jogos Mundiais da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, na sigla em inglês), em Birmingham, na Inglaterra.
A Seleção Brasileira de judô foi ao pódio sete vezes neste segundo dia de competição. Além do ouro de Wilians, foram duas pratas, de Arthur Silva (até 90 kg J1) e Rebeca Silva (acima de 70 kg para atletas J2, de baixa visão), e quatro bronzes, com Brenda Freitas (até 70 kg J1), Érika Zoaga (acima de 70 kg J1), Marcelo Casanova (até 90 kg J2) e Meg Emmerich (acima de 70 kg J2).
Wilians se sagrou campeão com um ippon contra o judoca Ilham Zakiyev, do Azerbaijão, dono de quatro medalhas paralímpicas e derrotado pelo brasileiro na final do último Campeonato Mundial, realizado em Baku, em novembro do ano passado.
“É a concretização de um trabalho. Eu nunca havia sido campeão dos Jogos Mundiais. Sou muito grato ao meu sensei Antônio, ao Jaime [Bragança, técnico da Seleção Brasileira de judô], ao Garcia e a toda a comissão técnica da CBDV, que me ajudou demais nos treinamentos. É muito bom estar no ponto mais alto do pódio. É um ensaio para o ano que vem, e o sonho da medalha de ouro paralímpica está muito vivo dentro de mim”, comentou Wilians.
As pratas brasileiras vieram com Arthur Silva, que perdeu a final contra o iraniano Mousa Gholami, 14º do ranking, e a paulista Rebeca Silva, que foi superada pela italiana Carolina Costa, segunda do mundo.
Já os bronzes do Brasil foram conquistados, em sua maioria, por atletas que continuam em ascensão no ranking e ganharam pontos preciosos na corrida até Paris 2024. A exceção deste grupo foi Brenda Freitas, que ficou em terceiro lugar nos Jogos Mundiais da IBSA, mas já lidera o ranking J1 até 70 kg.
A sul-mato-grossense Érika Zoaga, 35, chegou à Inglaterra na terceira posição e venceu Khatira Ismiyeva, do Azerbaijão, quinta melhor do ranking. A paulista Meg Emmerich, 36, quinta melhor de sua categoria, vai se manter na briga por uma vaga com a vitória sobre a chinesa Hongyu Wang. E o gaúcho Marcelo Casanova, 19, e quinto colocado na sua categoria, confirmou a boa fase batendo o italiano Simone Cannizzaro, oitavo do ranking. “É uma felicidade muito grande, a coroação de um trabalho. Fico feliz pelo resultado, pelos pontos na classificação do ranking”, disse Marcelo.
Nesta sexta-feira, 25, último dia da modalidade no Mundial, haverá o torneio por equipes, que vale medalha, mas não conta pontos no ranking mundial, principal critério de seleção para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.Participarão deste torneio oito países (Brasil, França, Geórgia, Cazaquistão, Japão, Uzbequistão, China e Turquia), que se enfrentam em séries eliminatórias melhores de seis combates.
A competição de judô nos Jogos Mundiais da IBSA conta com a participação de 236 atletas, sendo 143 homens e 93 mulheres, de 42 países diferentes.
Sobre os Jogos Mundiais da IBSA 2023
A competição organizada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos acontece na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e na CBS Arena, em Coventry, até o dia 27 de agosto e reúne mais de 1.250 atletas de 70 países que disputam: futebol de cegos (dentro da Copa do Mundo), goalball, tiro com arco, xadrez, críquete, futebol B2/B3, powerlifting, showdown, boliche e tênis.
Esta é a sétima edição dos Jogos Mundiais, realizados pela primeira vez em Madri, em 1998. De lá para cá, já foram sedes: Quebec-CAN (2003), São Paulo-BRA (2007), Antalya-TUR (2011), Seul-KOR (2015) e Fort Wayne-USA (2019).
Patrocínio
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do judô.
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)