O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) estava no caminho certo ao ser a primeira entidade esportiva a cancelar seus eventos desde o mês de fevereiro, afirmou o presidente da entidade, Mizael Conrado, durante a "live" de comemoração dos 106 anos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), na noite desta segunda-feira, 8.
Em transmissão realizada nas páginas oficiais do Time Brasil no Facebook e no YouTube, Mizael Conrado integrou uma mesa-redonda virtual com o tema “Desafios da gestão no novo cenário esportivo”, que contou também com a presença de Paulo Wanderley, presidente do COB, Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e Bernard Rajzman, ex-atleta e representante do Brasil no Comitê Olímpico Internacional (COI).
Para o presidente do CPB, a decisão de cancelar precocemente as competições que contavam com a participação de atletas de vários países evitou graves consequências para a comunidade paralímpica, apesar das críticas recebidas na época.
"Naquele período, sofremos bastante pressão da comunidade esportiva internacional e de confederação porque ninguém entendia que, enquanto o governo brasileiro não tinha qualquer restrição para entrada de chineses ou residentes de países em que o vírus já estava presente, o CPB não permitia competições internacionais. Inclusive, foram divulgadas notas acusando o nosso comitê de discriminação e que estávamos 'matando' o sonho dos atletas. Lamentavelmente, o tempo mostrou que estávamos certos. Foram decisões prudentes e provaram que, se tivéssemos optado por um caminho contrário, haveria consequências bem mais dolorosas", afirmou Mizael Conrado.
Na ocasião, o Torneio Brazil Para-badminton International, que aconteceria no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 7 e 17 de fevereiro, foi o primeiro evento a ser cancelado em suas instalações. A disputa receberia 220 atletas de 38 países.
Depois, o Open Internacional Loterias Caixa 2020 de Atletismo e Natação, que seria realizada no mesmo local, entre 26 e 28 de março, também foi suspenso.
"Essa é a maior crise que a nossa geração já enfrentou. Falta-nos horizonte e a imprevisibilidade é o principal desafio. Muito difícil fazer qualquer prognóstico considerando o cenário em que estamos atualmente. Em relação à realização dos Jogos de Tóquio 2020, no ano que vem, a nossa expectativa é positiva e de esperança. Se as Paralimpíadas acontecerem é porque vamos ter vencido a batalha contra o vírus", aponta Mizael Conrado.
Durante a quarentena, o CPB lançou dois importantes programas para contribuir com a saúde da comunidade paralímpica. Em abril, foi dado início ao Programa de Acompanhamento Técnico aos atletas paralímpicos do mais alto rendimento que estão em isolamento social devido à pandemia.
Já em maio, foi criada a primeira plataforma de atividade física para pessoas com deficiência, o Movimente-se. As aulas são gratuitas e voltadas exclusivamente a deficientes físicos e visuais.
"Os atletas estão cientes que tudo que for possível e estiver no nosso alcance será feito para que eles possam praticar o esporte o quanto antes e nas condições ideais para a preparação para Tóquio. Eles podem ter a certeza que a nossa prioridade é com a saúde e com a integridade de cada um deles", concluiu o presidente do CPB.
Em ação inédita, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) se uniram em série de “lives” desde o mês de maio, em seus perfis do Instagram (@ocpboficial e @timebrasil), que somados reúnem mais de 336 mil seguidores, com a participação de atletas paralímpicos e olímpicos da mesma modalidade em bate-papo.
Confira a "live" na íntegra:
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)