O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) deu início a um Programa de Acompanhamento Técnico aos atletas paralímpicos do mais alto rendimento que estão em quarentena devido à pandemia do Covid-19.
O projeto será coordenado pelo departamento de Ciência do Esporte e a coordenação das modalidades envolvidas visa ajudar aos atletas a estabelecer uma rotina de atividades de treinamento neste período de confinamento, além de oferecer suporte técnico e psicológico. O objetivo é controlar os efeitos do destreinamento (perda de condicionamento) dos atletas enquanto os locais de treino estiverem indisponíveis.
Desde o encerramento das atividades no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em meados de março, os atletas foram embarcados de volta às suas respectivas cidades e seguiram uma rotina de treino temporária, apenas com orientações dos técnicos e sem um programa sistematizado de atividades e de acompanhamento.
“Os atletas estavam se expondo ao risco de buscarem locais para treinamentos. Com este programa, podem ficar mais tranquilos. O Comitê Paralímpico Brasileiro vai oferecer o apoio neste momento difícil e de muita incerteza que todos temos vivido nos últimos dias. Tão logo a pandemia seja superada, as instalações do nosso CT Paralímpico e demais equipamentos esportivos espalhados pelo país voltarão a ficar disponíveis”, afirma o presidente do CPB, Mizael Conrado.
Neste primeiro momento do projeto, cerca de 80 atletas da natação e atletismo serão contemplados com os conteúdos. Posteriormente, o programa será apresentado às confederações de outras modalidades para auxiliar os demais integrantes da seleção brasileira no planejamento das atividades físicas.
Serão disponibilizadas equipes multidisciplinares do CPB, entre fisiologistas, preparadores físicos, nutricionistas, treinadores e psicólogos, que irão realizar videochamadas de maneira individualizada ou em pequenos grupos, para analisar as possibilidades de cada atleta e apresentar uma agenda de atividades que contemplará treinamentos, dietas nutricionais e sessões de terapia com psicólogos.
O Programa de Acompanhamento também vai beneficiar os atletas que estavam com alguma lesão, já que haverá atividades voltadas para a recuperação física. O CPB utilizará ainda as redes sociais para palestras e outras atividades de formação por meio de dinâmicas educacionais. Desde a última quinta-feira, dia 2, estão sendo realizadas “lives” no Instagram do CPB com a equipe técnica de natação paralímpica. A ação, que vai ocorrer sempre às segundas e quintas, às 17h, durante o mês de abril, vai abordar temas como fisioterapia, treinamento de classes baixas, nutrição, medicina esportiva, entre outros.
“Este programa fará com que os atletas não se sintam abandonados neste período, além de evitar que sejam elaborados treinos sem nenhuma orientação técnica. Com isso, vamos prevenir lesões e permitir que eles retornem, após a pandemia, com as condições físicas e mentais próximas ao ideal. Neste momento, o ganho de peso é a nossa maior preocupação em relação aos atletas”, explica o diretor técnico do CPB, Alberto Martins.
ATLETAS
Os atletas paralímpicos citaram o planejamento de treinos específicos e atendimento individualizado para cada um como alguns dos principais benefícios que o Programa de Acompanhamento trará aos participantes.
“Os atletas vivem realidades muito diferentes. E o projeto foi elaborado pensando nisso. Então, haverá atividades exclusivas para atletas que moram na cidade, no interior e no litoral. Os treinos também serão distintos para quem mora em apartamento ou casa. O fato de individualizar este acompanhamento de acordo com o tipo de isolamento do atleta contribuirá bastante para que mantenhamos em atividade e mais tranquilos com a nossa preparação”, aponta Verônica Hipolito, que compete nos 100m e 200m pela classe T37.
“Essa iniciativa do atleta poder treinar em casa, com os exercícios pré-elaborados com o conhecimento específico para cada situação, será muito importante para este momento e até para o restante das nossas vidas. Agora é colocar esta programação em prática para me manter preparado. Estou feliz com esta nova dinâmica que teremos”, completa o nadador Matheus Reine, da classe S11.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)