Uma das modalidades candidatas a estrear nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028, o surfe já estará presente na próxima edição do Festival Paralímpico Loterias Caixa, evento que acontece neste sábado, 20, em 119 locais das 27 unidades federativas do Brasil.
O esporte será oferecido em Ubatuba, um dos núcleos do Festival no litoral norte de São Paulo. Crianças com e sem deficiência poderão experimentar essa e outras atividades no município: atletismo de praia, esportes de rede (badminton, frescobol e beach tenis) e canoagem (incluindo a caiçara e a havaiana).
Em janeiro, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, da sigla em inglês) anunciou 22 modalidades que estarão nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles (EUA), oportunidade em que também deixou aberta a possibilidade incluir o surfe paralímpico ou a escalada paralímpica no megaevento. Uma decisão final deve sair no final do ano, após avaliação do conselho do IPC.
Juan Ricardo Feindt, professor da rede municipal de ensino e coordenador do Festival na cidade, afirmou que o surfe é uma modalidade que atrai participantes por ter um risco baixo de lesão. “Usamos pranchas macias e os instrutores ficam sempre muito próximos às crianças. Se, mesmo assim, houver uma queda, elas não sofrerão impacto”, explicou Juan, que também é ex-atleta de vôlei sentado e do tiro com arco.
Segundo o professor, o público que mais busca o surfe adaptado é o das pessoas com transtorno do espectro autista. Também há procura de crianças com paralisia cerebral, síndrome de down e deficiência visual. Na edição de 2023, para atender melhor os participantes com severas limitações de locomoção, a prefeitura de Ubatuba adquiriu cadeiras especiais que podem ser fixadas à prancha.
Em relação à possibilidade de o surfe se tornar uma modalidade paralímpica, Juan disse que essa seria uma novidade muito positiva para o Brasil. “Se o surfe entrar nos Jogos, vamos ter muito primeiro, segundo e terceiro lugares”, afirmou.
Sobre as demais modalidades presentes em Ubatuba, Juan disse que haverá uma mistura de esportes tradicionais da região e modalidades paralímpicas, com o objetivo de atrair mais participantes. “Queremos valorizar a cultura local e, ao mesmo tempo, fortalecer a prática de modalidades internacionais na cidade. Graças ao incentivo que o Festival dá ao Movimento Paralímpico, conseguimos manter aulas de canoagem, tiro com arco e natação ao longo do ano”, finalizou. Até esta terça-feira, 16, 125 crianças estavam inscritas para o evento no município litorâneo.
O Festival Paralímpico acontece em todo o território nacional. Ele é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio da sua Diretoria de Desenvolvimento Esportivo. A expectativa do CPB é reunir mais de 16 mil crianças nos 119 núcleos nas 27 unidades federativas do país.
Além disso, de forma inédita, a iniciativa terá duas edições em 2023. A primeira etapa será neste sábado, 20, e a segunda, 23 de setembro. As inscrições ficarão abertas até o dia do Festival.
Dos núcleos selecionados, 34 são Centros de Referência, projeto que faz parte do Plano Estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisitado em 2021, com o objetivo de aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.
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A primeira edição do Festival, em 2018, foi realizada em 48 cidades com a participação de mais de 7.000 crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e atendeu mais de 10 mil crianças. A edição de 2020 foi cancelada devido à pandemia de Covid-19.
Em 2021, o Festival Paralímpico reuniu 8.000 crianças em 70 sedes espalhadas pelo país. No ano passado, o evento teve a sua maior edição até aqui, com cerca de 15 mil crianças e adolescentes em 98 cidades.
Patrocínios
O Festival Paralímpico conta com o patrocínio das Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)