O número de participantes nesta primeira etapa de 2023 é o recorde do evento, que é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2018, superando os mais de 15 mil registrados em 2022. A segunda edição deste ano está marcada para o dia 23 de setembro, em homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21) e ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22).
Presidente do CPB e bicampeão paralímpico no futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), Mizael Conrado, afirmou estar bastante satisfeito com o que o Festival proporcionou às crianças e aos jovens nesta manhã de sábado. “Foi uma verdadeira festa da inclusão, com a interação de pessoas com e sem deficiências em todo o território nacional. Mostramos, claramente, que todos podem fazer as mesmas coisas, ainda que de forma diferente. É uma grande alegria para nós, do CPB, organizarmos este evento”.
O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, foi uma das sedes que mais receberam participantes. Mais de mil crianças e adolescentes praticaram atletismo, bocha, tiro com arco e esgrima na capital paulista. O local ainda recebeu as visitas do secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Marcos da Costa, e do influencer Ivan Baron. E, ainda do CT, o vice-presidente do CPB, Yohansson Nascimento, comendou uma live, cuja íntegra pode ser assistida neste link.
No núcleo de Colatina, Espírito Santo, aproximadamente 730 crianças e jovens se reuniram para experimentar atletismo, futebol de cegos, vôlei sentado e bocha. A cidade gaúcha de Santo Ângelo proporcionou a prática de duas modalidades inéditas no Festival: hipismo e curling em cadeira de rodas. No outro extremo do país, em Boa Vista, capital de Roraima, aproximadamente 130 pessoas participaram de atividades relacionadas ao atletismo, à bocha e ao vôlei sentado. Dos participantes, 40 eram venezuelanos, como a jovem Angela Sara Velázquez, 16, que nasceu em Caracas e há dois anos mora no Brasil.
Em sua primeira participação no Festival, Sara, como é conhecida, afirmou que ficou encantada com o atletismo. Por ter perdido força nos membros inferiores, já na adolescência, a venezuelana se locomove com cadeira de rodas e praticou corridas curtas na pista do Parque Anauá, localizado no centro de Boa Vista. “Não conhecia o esporte paralímpico. Amei esta manhã. Eu me senti livre, sem vergonha de ser quem eu sou. Não sei explicar direito. Foi uma energia diferente e muito boa. Agora, não quero mais sair do atletismo. Vou procurar o Centro de Referência daqui”, prometeu, referindo-se ao projeto do CPB que aproveita espaços esportivos para a prática de modalidades paralímpicas, desde a base até o alto rendimento.
Outro participante do Festival em Boa Vista foi Anderson Barbosa, 18, também do atletismo. Morador da comunidade índigena São Jorge, a cerca de 210 km da capital de Roraima e já quase na divisa com a Venezuela, o jovem destacou que o esporte tem o ajudado na reabilitação. Ele sofreu uma descarga elétrica que o deixou com uma deficiência na mão esquerda. “Estar no Movimento Paralímpico é tudo para mim”, disse.
Além de jovens, Roraima também recebeu crianças que ainda estão descobrindo os benefícios das atividades físicas. Emilly Rocha, que completou seis anos neste sábado, integra o Centro de Referência de Boa Vista, local onde tem feito suas primeiras corridas. Acompanhada pela mãe Samilly Rocha, 30, e de seus dois irmãos, Emilly, que nasceu com má-formação no braço esquerdo, divertiu-se nesta manhã. “Ela é uma outra criança depois que começou a praticar esporte. Percebo que tem se desenvolvido muito, apesar de ainda ser tímida. A deficiência não a limita mais tanto no convívio com os coleguinhas”, analisou a mãe, orgulhosa da aniversariante.
A primeira edição do Festival, em 2018, foi realizada em 48 cidades com a participação de mais de 7.000 crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e atendeu mais de 10 mil crianças. A edição de 2020 foi cancelada devido à pandemia de Covid-19.
Em 2021, o Festival Paralímpico reuniu 8.000 crianças em 70 sedes espalhadas pelo país. No ano passado, o evento havia recebido seu maior número de pessoas, até este sábado, com cerca de 15 mil crianças e adolescentes em 98 cidades. Nesta edição, cerca de 36% dos inscritos tinham deficiência intelectual. Depois, vieram as crianças e os jovens com transtorno do espectro autista (19,5 %) e os com deficiências físicas (10,2%). Os outros inscritos se dividiram entre os que tinham deficiências visual, auditiva e múltiplas, além dos 20% sem deficiências.
Patrocínios
O Festival Paralímpico conta com o patrocínio das Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)