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Estratégia e técnica: conheça a bocha e saiba onde jogar essa modalidade

Atleta Maciel de Souza ao fundo observa bolas da bocha durante treino da Seleção Brasileira | Foto: Ale Cabral / CPB

Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. Essa modalidade pode ser praticada por homens e mulheres em disputas individuais, em dupla ou equipe.  

No Brasil, a bocha é administrada pela Associação Nacional de Desporto de Deficientes (ANDE). Internacionalmente, a modalidade é gerida pela Federação Internacional de Bocha (BISFed).  

Para praticar essa modalidade, os interessados devem procurar um dos 76 clubes no território nacional que oferecem a prática da bocha. Já para participar de competições, o clube precisa ser filiado à ANDE e, atualmente, 62 clubes atendem a esse requisito.

Clique aqui e confira os clubes filiados à ANDE
 

Regras e Curiosidades  

Em um jogo estratégico, os jogadores têm como objetivo arremessar suas bolinhas coloridas o mais próximo possível da bola branca, que é conhecida como Jack. Vence quem tiver mais bolas próximas ao alvo. Ao todo, são 13 bolas, sendo seis azuis, seis vermelhas e a branca. Todas são feitas de fibra sintética e pesam cerca de 280g.  

Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio. No caso dos atletas com maior comprometimento dos membros, também podem usar a calha, uma espécie de rampa para arremessar a bola e contam com um ajudante para ajustar a calha (popularmente chamado de calheiro).  

Os tetraplégicos, por exemplo, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha na ponta. O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça.   

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Classes

Os jogadores de bocha são divididos em quatro classes funcionais de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não. Todos devem competir sentados na cadeira de rodas.  

As classes BC1 e BC2 são para atletas com paralisia cerebral, sendo a primeira para atletas com mais comprometimento motor, por isso podem ter auxílio. Já a classe BC3, é para atletas com deficiências mais severas das quatro classes, mas podem ter paralisia cerebral ou outras patologias.  

Por último, há ainda a classe BC4, que é destinada a jogadores que possuem outras patologias que não a paralisia cerebral, como lesão medular alta (tetraplegia) ou doenças degenerativas ou que afetem o sistema nervoso por exemplo.   

Confira as classes e que tipo de auxílio os atletas podem ter em cada uma delas:  

– BC1 – Opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido).  

– BC2 – Não podem receber assistência.  

– BC3 – Deficiências muito severas. Usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra pessoa.  

– BC4 – Outras deficiências severas, mas que não recebem assistência.
 

Principais Medalhas da Bocha  

A modalidade teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de bocha jogada na grama. E foi justamente no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha em Jogos: Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976.   

Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil encerrou a sua participação com duas medalhas na modalidade: um ouro nos pares BC3, com Antonio Leme, Evelyn de Oliveira e Evani Soares, e uma prata nos pares BC4, com Eliseu dos Santos, Dirceu Pinto e Marcelo dos Santos.  

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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