O Estado de Minas Gerais foi o campeão da segunda etapa regional das Paralimpíadas Escolares 2023, em Brasília. O anúncio foi realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) na noite desta sexta-feira, 1º, no encerramento do evento, que começou na quarta-feira, 30 de agosto. A terceira e última regional será em São Paulo, entre 6 e 8 de setembro.
Com 37 pontos, os mineiros ficaram à frente do Mato Grosso do Sul, segundo colocado (32 pontos), e de Goiás (27 pontos). De acordo com o regulamento oficial do torneio, a classificação geral das etapas regionais é definida pela soma das colocações dos Estados obtidas nas três modalidades, que obedece a uma pontuação pré-estabelecida para cada posição na tabela.
Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do CPB, encerrou o evento e se orgulhou do desempenho dos 530 atletas presentes em Brasília. “O CPB vem inovando a cada ano e a nossa meta do desenvolvimento esportivo é exatamente aumentar o número de atletas. Neste ano, nós vamos ter cerca de 1.800 crianças participando. Isso mostra que o Comitê está no caminho certo, identificando e dando oportunidade para os jovens”, declarou.
Ao todo, o evento reuniu representantes de 11 estados (AC, AM, BA, GO, MG, MS, MT, PI, RO, RR e TO) e do Distrito Federal, que disputaram provas de atletismo, bocha e natação.
A delegação campeã contou com Matheus Henrique Oliveira, 13, que viralizou por causa de um vídeo em que aparece comemorando um gol do Atlético Mineiro, no último domingo, 27, durante a inauguração do novo estádio do clube de Belo Horizonte. Durante a etapa das Paralimpíadas Escolares, ele disputou três provas: lançamento de disco, arremesso de peso e corrida de cadeira de rodas (75m), sendo medalhista de ouro nas três.
“Em 2019, o Bill, meu professor Walter Junior me viu na rua e me convidou para treinar, mas eu não quis. No ano passado, minha mãe [Luciene Oliveira] me incentivou e eu topei. Quando competi nos Jogos Escolares de Minas Gerais [JEMG], conheci outros atletas paralímpicos e entendi que sou capaz e posso ser livre”, afirmou Matheus, que nasceu com artrogripose, condição clínica caracterizada por múltiplas contraturas articulares que limitam os movimentos.
Outro destaque da competição foi a nadadora Iandra Ribeiro, 15, do Rio Branco, Acre. Ela ficou cega há cerca de um ano, em decorrência de uma hidrocefalia, e entrou para o esporte há apenas três meses. Após a sua primeira competição, a atleta volta para casa com uma medalha de ouro conquistada nos 50m livre. “Meu objetivo é aprender outros tipos de nado, além do crawl. Quero continuar na natação porque faz sentido na minha vida. Eu me sinto mais útil”, concluiu a jovem.
Já na bocha, Rondônia contou com duas representantes homônimas: Gabrielly Nascimento, 15, campeã na classe BC2 (não contam com auxílio de ajudantes), e Gabrielly Onofrio, 11, medalhista de ouro na BC1 (atletas que têm opção de auxílio). A mais velha é de Espigão D’Oeste e está na modalidade há dois anos, enquanto a mais nova começou há três meses, no município de Cacoal.
Organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, com exceção de 2008 e 2020, as Paralimpíadas Escolares são o maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a competição é composta por três fases regionais e uma nacional.
Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47), bicampeão paralímpico e tri mundial; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata nos Jogos de Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; a mesatenista Bruna Alexandre, bronze nos Jogos do Rio 2016 e prata nos Jogos de Tóquio 2020, entre outros.
A primeira etapa regional de 2023 foi realizada em Belém, Pará, de 9 a 11 deste mês. O evento reuniu cerca de 500 participantes de 10 estados na capital paraense e terminou com o título dos anfitriões. A terceira e última fase regional das Paralimpíadas Escolares ocorrerá no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 6 e 8 de setembro. O local também receberá a etapa nacional, de 28 de novembro a 1º de dezembro. Os três primeiros colocados nas regionais de atletismo e natação se classificam automaticamente para a nacional. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, conquistam a vaga.
No ano passado, o Estado de São Paulo terminou como o campeão das Paralimpíadas Escolares. Foi o 10º título do estado desde 2006, ano em que o CPB organizou a primeira edição dos Paralímpicos do Futuro, evento que ocorreu até 2007 e antecedeu as Paralimpíadas Escolares, nome adotado a partir de 2009.
Confira a classificação final da regional Brasília das Paralimpíadas Escolares 2023:
1º Minas Gerais
2º Mato Grosso do Sul
3º Goiás
4º Distrito Federal
5º Rondônia
6º Mato Grosso
7º Amazonas
8º Tocantins
9º Roraima
10º Bahia
11º Acre
12º Piauí
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)