Depois de um longo período de treinos em casa, à distância, por causa da pandemia da Covid-19, Mônica Santos manteve sua motivação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. A brasileira, aos 38 anos, vai à sua segunda edição de Jogos Paralímpicos com grande expectativa para “beliscar a medalha”. Depois de participar da Copa do Mundo de Esgrima em cadeira de rodas, em julho, a atleta pode sentir novamente o clima das competições internacionais e chega focada para representar o Brasil. A partir desta segunda-feira, 9, ao lado de Carminha Oliveira, Jovane Guissone e Vanderson Chaves, ela participa do último período de treinamentos no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, antes da viagem ao Japão.
Neste período com a delegação brasileira, no CT Paralímpico, o momento, segundo ela, é de lapidação. Esta etapa termina com a viagem para Tóquio, no dia 17 de agosto.
“A gente vai passar uma semana no CT para deixar mais afiadinho ainda, o que a gente já está conseguindo fazer de melhor. Cada um tem o seu ponto forte, é focar nesse ponto e deixar o 100% dele certo”, diz.
Foi o pensamento em Tóquio que não deixou Mônica desanimar, mesmo com as dificuldades trazidas pela Covid-19. Sem poder treinar pessoalmente com seu técnico, ela teve de driblar os imprevistos em casa, se acomodar em seu cantinho e focar na preparação. A concentração em seu objetivo, segundo a esgrimista, foi o que sustentou sua vontade.
“Foco e disciplina, acreditar muito em qual era o meu objetivo para acordar todo dia e deixar o cachorro gritar, a filha chamar. Pensar no que eu queria alcançar, manter o foco e a disciplina mesmo com treinos online, em casa, mesmo”, conta.
O adiamento dos Jogos de Tóquio, que seria em 2020, para este ano, foi também um dos pilares de motivação da atleta. Apesar dos problemas, Mônica reconhece que a mudança de data evitou o balde de água fria que seria o cancelamento da competição.
“Com essa pandemia toda, o que deu motivação para nós, para irmos aos treinos focados no objetivo, que é a medalha, foi saber que os Jogos Paralímpicos não tinham sido cancelados. Que estavam só adiados mais um pouquinho”, completa a brasileira.
Sobre o prejuízo para os treinamentos, a esgrimista traz uma ponderação: embora muita coisa tenha se perdido com a preparação à distância, os problemas vieram para todos os atletas, em nível mundial. Mônica pode comprovar isso durante a Copa do Mundo de Esgrima em cadeira de rodas, disputada em julho deste ano em Varsóvia, na Polônia. A competição serviu para que ela recuperasse o ritmo dos torneios internacionais e entendesse a situação das atletas.
“Uma coisa que vi agora, depois que voltamos da Polônia, é que todos foram afetados. É mundial, essa pandemia afetou todo mundo. Quem estiver melhor psicologicamente, quem teve a disciplina é que vai conseguir chegar nos resultados. Todo mundo foi pego de surpresa, minhas adversárias também tiveram que fazer esses treinos sem contato com os técnicos, com os mestres, com seus colegas. O que deu motivação maior foi saber que eles também estão com o mesmo preparo da gente”, ressaltou Mônica.
*Com informações da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)