Um dúvida que sempre surge para os pais ou familiares é: crianças e jovens com deficiência podem praticar esportes? A resposta é sim, com certeza, desde que a prática seja adequada às suas limitações e potencialidades, às suas preferências esportivas, além de contar com apoio e respaldo familiar, com profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.
Para estimular a iniciação esportiva, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) investe no projeto chamado “Escola Paralímpica de Esportes”, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O programa proporciona a crianças e adolescentes com deficiência, com idade entre 10 e 17 anos, a prática esportiva em dez modalidades paralímpicas.
As aulas são semanais e voltadas para jovens em idade escolar da cidade de São Paulo e de municípios vizinhos.
Atualmente, as modalidades contempladas no programa são: atletismo, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos, estabelecido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês).
Segundo o departamento de Classificação Esportiva do CPB, o principal objetivo da iniciação esportiva é tornar a criança com deficiência uma criança ativa e saudável com a prática da atividade física.
Além de adquirir sua independência, inclusão e qualidade de vida, a criança com deficiência ativa vai ter uma propensão muito menor de desenvolver outras patologias, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, por exemplo.
“Em um participante da Escolinha do CPB que tenha uma lesão medular ou uma mielomeningocele [má-formação na coluna], e que seja cadeirante, a prática da atividade física vai fazer com que ele fortaleça membros superiores, o que vai ajudar na sua transferência da cadeira de rodas para um sofá, para o banco do carro ou para a cadeira da escola. Vai auxiliar em toda a sua qualidade de vida”, explica o coordenador de classificação do CPB, João Paulo Casteleti.
“Tem ainda toda a questão postural envolvida e o fortalecimento do tronco. Para as crianças com paralisia cerebral, por exemplo, vai melhorar na marcha, no equilíbrio, e vai diminuir o número de quedas. Essas ações motoras vão melhorar com a prática da atividade física”, completa.
Já Ricardo Oliveira, professor da modalidade goalball da Escolinha do CPB, acrescenta ainda que, além dos aspectos psicomotores, o projeto melhora a interação social dos participantes com outras crianças e com outros tipos de deficiências, ajudando-os a desenvolver novas amizades.
“Descobrimos aqui talentos motores que, futuramente, vão se tornar um talento esportivo para o esporte paralímpico. Conseguimos, por meio deste projetos como este, identificar para cada modalidade um potencial atleta para o futuro”, finaliza.
As aulas da Escola Paralímpica de Esportes retornaram no último dia 31 de janeiro e ainda há vagas para participar do projeto de iniciação esportiva, basta preencher a ficha de cadastro.
Para mais informações sobre o projeto, entrar em contato pelo e-mail: escolaparalimpica@cpb.org.br.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30.
Após um ano e seis meses com aulas paralisadas devido à pandemia da Covid-19, o projeto retornou em outubro de 2021 com diversos protocolos sanitários: todos deverão utilizar máscara, com exceção dos alunos no momento das atividades; os acompanhantes deverão apresentar o comprovante de vacinação contra Covid-19, assim como os alunos dentro da faixa etária do Programa Nacional de Vacinação.
As crianças recebem uniforme e lanche durante o período que estão no CT Paralímpico. Também é oferecido transporte em locais estratégicos nos municípios parceiros. Todos os serviços são oferecidos gratuitamente.
Patrocínio
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro