Duas alunas da Escola Paralímpica de Esportes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Letícia Sanchez, 14, e Renízia Romaniello, 18, estão na segunda fase de treinamentos da Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado deste ano. As atividades acontecem no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, até o próximo domingo, 12, e reúnem as equipes de base e principal da modalidade.
Letícia começou a praticar vôlei sentado no próprio local, em 2019, quando tinha 11 anos. Foi apresentada à Escolinha, como o projeto é carinhosamente chamado, pelo professor Ricardo Oliveira. Ele leciona Educação Física no colégio onde a jovem estuda, na zona leste da capital paulista, e, além disso, dá aulas de goalball na Escola Paralímpica de Esportes.
“Eu me identifiquei bastante com o esporte e com o CT Paralímpico. É um lugar em que encontro pessoas com deficiências iguais à minha”, afirmou Letícia, que tem ambas as pernas amputadas, por ter nascido com má-formação nos membros. A jovem paulistana ainda disse que o esporte tem mudado a sua vida. “Eu comecei até a falar mais. Antes de jogar vôlei, eu era muito tímida”, continuou.
A convocação veio após Letícia se destacar nas Paralimpíadas Escolares, evento no qual foi campeã com o Estado de São Paulo, em novembro de 2022. Ela ainda esteve na 1ª Fase do Camping Escolar deste ano.
Mais do que ser convocada para a Seleção de base, a paulistana também tem treinado com atletas experientes, campeãs mundiais ]no final do ano passado, em Sarajevo, na Bósnia. “Elas são demais. Um dia, eu vou chegar lá e jogar igual”, comentou a jovem, que declarou ter o sonho de disputar uma edição dos Jogos Paralímpicos.
Colega de Letícia na seleção de base, Renízia Romaniello, 18, destacou que o contato com as atletas da Seleção Principal, proporcionado pelas semanas de treinamentos, permite o acesso a uma rotina de alto rendimento e uma troca diferenciada de experiências. “É um norte para alcançarmos o mesmo nível”, avaliou.
A jogadora treina com a Seleção de base desde 2022. Ela chegou à Escolinha após sua irmã, que tem deficiência intelectual, entrar no projeto. Com o vôlei sentado, Renízia teve mais facilidade para aceitar a sua própria deficiência. A atleta tem osteomielite, uma infecção nos ossos contraída em 2014, que a impede de movimentar o tornozelo direito.
“Antes de conhecer o esporte, eu não aceitava muito [ a deficiência]. Eu sofria tentando me adequar às modalidades tradicionais. Eu sentia dor e o impacto. Gostava de basquete, judô e dança. Agora, o esporte paralímpico é tudo para mim”, ressaltou.
Escola Paralímpica de Esportes
A Escola Paralímpica de Esportes é idealizada e realizada pelo CPB e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual, na faixa etária de 7 a 17 anos, em treze modalidades paralímpicas.
São oferecidas aulas de atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos, estabelecido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês).
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30.
As crianças recebem uniforme e lanche durante a estadia no CT Paralímpico. Também é disponibilizado transporte em locais estratégicos da Grande São Paulo. Todos os serviços são oferecidos gratuitamente. Para mais informações sobre o projeto, entrar em contato pelo e-mail: escolaparalimpica@cpb.org.br.
Patrocínios
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro