Cristian, o mais novo, tem deficiência visual e faz aulas de goalball. Já Higor tem deficiência intelectual e pratica atletismo. Todas as atividades são realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Além dos benefícios físicos, as aulas da Escola Paralímpica de Esportes têm transformado a rotina dos dois irmãos em casa, como contou a mãe Cristiane. “O Cristian passou a ser mais disciplinado depois que começou a praticar goalball. Isso foi algo que o esporte trouxe para ele. Hoje, o Cristian sabe que é preciso ter hora para acordar e comer, porque o professor [Ricardo Oliveira] falou. Ele também arruma a sua própria cama e incentiva o Higor a fazer a mesma coisa. Ele sabe que se o irmão mais novo é capaz de arrumar a cama, ele também é. Além disso, eles também me ajudam com a louça e com a comida. Eles estão até comendo melhor agora”, disse.
Cristian entrou na Escola Paralímpica em 2018, ano de início do projeto. Em 2020, por causa da pandemia, as aulas foram suspensas e só voltaram no final de 2021. Durante o período em que ficou impossibilitado de visitar o CT, Cristian chegou a ficar depressivo, segundo relatou Cristiane. “Foi muito difícil para ele. De repente, não podia mais sair de casa. O Cristian deixou de fazer o que mais gostava e se afastou dos seus amigos”.
Após o retorno das aulas, a mãe percebeu que seu filho de 9 anos voltou a ficar mais comunicativo e, hoje, chama a atenção por sua simpatia durante as aulas e competições no CT Paralímpico “Quando teve o Campeonato América de goalball aqui, peguei o contato dos atletas da Venezuela. Até hoje, eu converso com eles. Falo em português e eles respondem em espanhol. Minha mãe me ajuda na comunicação”, disse Cristian.
Ele gosta tanto da Escola Paralímpica e de goalball, que afirmou: “Por mim, viria todos os dias para o CT. Inclusive, aos finais de semanas. Só saio daqui para a Seleção Brasileira”, brincou o jovem, que mora em Capão Redondo, bairro da zona sul da capital paulista localizado a 21 km do CT Paralímpico.
Fã de Romário, Leomon e Parazinho, todos campeões paralímpicos de goalball nos Jogos do Tóquio 2020, Cristian também já tem inspirado outras pessoas por meio das coisas que aprendeu na Escola de Esportes do CPB. “Por ser mais comunicativo, Cristian faz questão de apresentar seus amigos ao Higor. É uma forma de ele conhecer novas pessoas e fazer mais amigos. E tudo isso só tem sido possível pelos ensinamentos passados na Escola Paralímpica de Esportes”, finalizou Cristiane.
Escola Paralímpica de Esportes
A Escola é realizada pelo CPB desde 2018 e, atualmente, são oferecidas aulas em 13 modalidades: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos, estabelecido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês). Todos os serviços são oferecidos gratuitamente.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30.
As crianças recebem uniforme e lanche durante a estadia no CT Paralímpico. Também é disponibilizado transporte em locais estratégicos da Grande São Paulo. Todos os serviços são oferecidos gratuitamente. Para mais informações sobre o projeto, entrar em contato pelo e-mail: escolaparalimpica@cpb.org.br.
Patrocínio
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)