O oitavo dia dos Jogos Paralímpicos de Tóquio começou com duas medalhas de bronze, sendo uma delas de maneira inédita, para a delegação brasileira. Os responsáveis pelas conquistas foram dois atletas da bocha.
Pela classe BC1, José Carlos Chagas de Oliveira superou o português André Ramos por 8 a 2 na disputa pelo terceiro lugar e ficou com o bronze. Esta foi a primeira medalha brasileira na classe BC1 em toda a história dos Jogos Paralímpicos.
Já na outra disputa pelo terceiro lugar, desta vez pela classe BC2, Maciel Santos derrotou o tailandês Worawut Saengampa por 4 a 3. Foi a terceira medalha paralímpica na carreira de Maciel – as outras foram uma prata nos pares nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e um ouro no individual em Londres 2012.
Já na natação, o destaque fica por conta de Daniel Dias. Maior medalhista paralímpico brasileiro, com 27 pódios, o nadador avançou para a final dos 50m livre (classe S5 – para atletas com comprometimentos físicos-motores). Esta será a última final paralímpica do paulista, que buscará a sua 28ª medalha em quatro edições dos Jogos antes de se aposentar definitivamente das piscinas.
Natação
Com o terceiro melhor tempo na fase classificatória (32s65), Daniel Dias chegou à final dos 50m livre S5. A prova será realizada às 7h29 e marcará a despedida do multimedalhista das piscinas.
Das 27 medalhas paralímpicas conquistadas pelo paulista, três foram na capital japonesa: bronze nos 200m livre, nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre – 20 pontos, ao lado de Patrícia Santos (S4), Joana Maria (S5) e Talisson Glock (S6).
Após a classificação, o nadador passou pela zona mista emocionado. “Achei que seria mais fácil, mas o carinho que estou recebendo das pessoas é o que fica. Agora tem que pensar na estratégia da prova e o que fazer. Estou procurando viver as emoções e curtir esta última prova”, disse.
Além da despedida do Daniel, mais quatro atletas vão disputar finais na manhã desta quarta, 1: Talisson Glock, nos 100m livre S6, que fez o segundo melhor tempo geral das classificatórias, com 1min05s94. A disputa por um lugar no pódio será às 5h14.
Já Cecília Araújo estará na final dos 50m livre S8, após terminar a prova na segunda colocação geral com o tempo de 31s40. A final será às 7h36.
Na última prova do dia, às 7h49, Carol Santiago, dona de quatro medalhas em Tóquio, e Lucilene Sousa, que também já subiu ao pódio na capital japonesa, vão disputar a final dos 100m peito (classe S12).
Confira a programação das finais (horário de Brasília):
05h14 – Talisson Glock – 100m livre S6
7h29 – Daniel Dias – 50m livre S5
7h36 – Cecília Araújo – 50m livre S8
7h49 – Lucilene Sousa e Carol Santiago – 100m S12
Bocha
Os brasileiros conquistaram duas medalhas nas provas individuais da bocha no final da noite de terça, 31 (horário de Brasília). O primeiro a subir ao pódio foi Maciel Santos (classe BC2), que disputou o bronze contra o tailandês Worawut Saengampa. O resultado final foi 4 a 3 para o brasileiro. A vitória apertada do brasileiro aconteceu após o último arremesso.
“Foi muito emocionante, foi na última bola. A gente sabe que, em Jogos Paralímpicos, o jogo é resolvido no detalhe. Eu estava jogando contra o último campeão mundial. É Paralimpíada! É coração! É Brasil. É emoção! Não dá para esperar menos do que isso”, comemorou o atleta.
Para Maciel, este momento é ainda mais especial. Ele se lembrou do colega da Seleção Brasileira de bocha Dirceu Pinto, que faleceu no ano passado, vítima de insuficiência cardíaca. “Sem dúvida nenhuma este momento é muito especial. Esta medalha vale ouro na minha vida. No ano passado, nós tivemos uma perda muito grande com o Dirceu. Eu vim para Tóquio para honrar o nome dele. Cada bolinha, cada arremesso, eu jogava com o pensamento de honrar o nome do Dirceu. Eu dedico esta medalha a ele, à família dele e à minha família”, completou Maciel, que volta a disputar a prova por equipes nesta quarta, 1, às 21h30 (horário de Brasília).
O segundo bronze da noite foi uma medalha inédita para o Brasil – a primeira em toda a história na classe BC1. O responsável pelo feito foi José Carlos Chagas de Oliveira. Ele venceu o português André Ramos por 8 a 2. “É muita emoção! Estou muito feliz e agradeço ao meu treinador, minha família e à minha namorada”, celebrou José Carlos.
Paulo Barbosa dos Santos, assistente técnico do atleta, destacou a importância histórica desta medalha. “A gente está muito feliz. É a primeira vez que o Brasil conquista o pódio na classe BC1 e que venham outras [medalhas]”, disse.
Tênis de mesa
O tênis de mesa do Brasil garantiu mais uma medalha nos Jogos Paralímpicos Na noite desta terça, 31, no Ginásio Metropolitano de Tóquio, a equipe da classe 9-10, formada por Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos, venceu a Turquia por 2 a 1, nas quartas de final da competição. O resultado é a garantia de mais um pódio, já que não há disputa de terceiro lugar nos Jogos.
As mesa-tenistas brasileiras já conquistaram duas medalhas no torneio individual dos Jogos, com Bruna Alexandre (prata na classe 10) e Cátia Oliveira (bronze na classe 1-2).
No primeiro jogo desta noite, Bruna Alexandre e Danielle Rauen foram superadas pelas turcas Merve Cansu Demir e Neslihan Cavas por 3 sets a 1 (11/3, 10/12, 4/11 e 8/11).
Na partida seguinte, Bruna Alexandre derrotou Merve Cansu Demir por 3 sets a 0 (11/9, 11/7 e 11/6). Por fim, no jogo decisivo, Danielle Rauen venceu Neslihan Cavas, também por 3 sets a 0 (11/3, 11/9 e 11/6).
Vôlei sentado
Na última partida da fase classificatória, a Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado venceu a Itália por 3 sets a 1 (23/25, 25/17, 25/16 e 25/21), garantindo a classificação para as semifinais como líder do Grupo A. A equipe está invicta na competição.
Tiro esportivo
Único brasileiro no tiro esportivo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, o paulista Alexandre Galgani disputou a classificatória da carabina de ar deitado 10m da classe SH2 (para atletas que precisam de suporte para a arma).
Alexandre terminou a fase classificatória com 633.9 pontos e na 10ª posição, ficando fora da final. Este foi o melhor resultado de Calgani em Jogos Paralímpicos. Nos Jogos Rio 2016, ele havia ficado em 24º lugar na carabina deitado. No dia 4, o atleta ainda vai disputar pela carabina deitado 50m.
Ciclismo
A paranaense Jady Malavazzi, de 26 anos, disputou a final da prova de estrada das classes H1 a H4 e ficou na 13ª colocação, com o tempo de 1h06min43.
Tiro com arco
Rejane Cândida da Silva foi eliminada pela britânica Victoria Rumary, ao perder para a oponente por 115 a 107.
Patrocínios
A delegação brasileira tem o patrocínio das Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)