A pandemia do novo coronavírus acabou interrompendo o planejamento de diversos atletas olímpicos e paralímpicos. E, aos poucos, todos tentam voltar a um ritmo próximo do normal, sem esquecer os cuidados com a saúde. No caso dos atletas da esgrima em cadeira de rodas, por conta de comorbidades, este trabalho precisa ser ainda mais meticuloso, fazendo com que eles permaneçam em atividade e possam estar prontos para voltar ao ritmo intenso de treinos em um futuro próximo.
O mestre Eduardo Nunes é um dos profissionais que têm este desafio. Entre outros atletas do Grêmio Náutico União (GNU), ele cuida da preparação de dois esgrimistas que estão de olho nos Jogos Paralímpicos: Mônica Santos e Vanderson Chaves. Cada um em seu estágio, eles tentam se preparar da melhor maneira possível para o tão sonhado retorno ao ritmo normal.
“A situação ainda não está controlada e preferi não retornar aos treinos presenciais neste momento, pois pertenço ao grupo de risco”, explica Mônica Santos. Seu companheiro de equipe, Vanderson Chaves, voltou há três semanas, com movimentação em dois dias da semana.
“Estamos trabalhando para que eles cheguem no período das Paralimpíadas na melhor forma possível. Mas como tudo é muito incerto ainda, é muito difícil fazer qualquer prognóstico”, reconhece o técnico.
Neste período de pandemia, um desafio ainda maior para os profissionais que preparam estes atletas, pois eles estão distantes de uma estrutura considerada ideal para os atletas paralímpicos. “Os treinos são com plastron (alvo), e fazemos trabalhos em que estamos focando na parte técnica, principalmente de fundamentos. A meta é tentar diminuir, o máximo possível, o prejuízo nos treinamentos nessa época de pandemia. As maiores dificuldades são a falta de fixadores na casa dos atletas, para que eles possam se movimentar com maior potência, amplitude e com segurança, e a impossibilidade de fazer combates para o ritmo de jogo”, explica o técnico.
Além da parte técnica, eles receberam treinos da equipe de preparação física e contam com acompanhamento de uma psicóloga do GNU. A conversa permanente também tem sido uma arma neste período difícil.
Nunes conhece como ninguém estes dois atletas. Mônica iniciou na esgrima com ele, em 2010. Um ano depois, foi a vez de Vanderson. Portanto, mais do que o desempenho, o profissional mostra extremos cuidado com os dois.
“Acho que eles estão bem, dentro do possível. Como todos, ainda estão um pouco inseguros em relação ao futuro. É um grande desafio, pois ninguém nunca tinha passado por uma situação como essa antes. Acho que fazer o retorno da maneira mais segura e sem apressar as coisas é o mais indicado, para que seja um retorno definitivo, sem retrocessos por causa de problemas de saúde e lesões”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)