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Conheça o esqui cross-country e seus representantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno 2022

Cristian Ribera participa de prova de esqui cross-country durante os Jogos de PyeongChang 2018 | Foto: Marcio Rodrigues/CPB

A exatos 10 dias do início dos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim 2022, os atletas brasileiros que irão representar o Brasil na modalidade esqui cross-country já se encontram em solo chinês. Enquanto os atletas aguardam o momento de brigar por medalhas, o esqui-cross country ganha destaque e desperta a curiosidade daqueles que se interessam pelo esporte paralímpico.

O esqui cross-country foi um dos dois esportes lançados na primeira edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno da história, na cidade de Örnsköldsvik, na Suécia, em 1976. Este é um esporte de neve no qual atletas paralímpicos com deficiências física ou visual participam de corridas de curta, média ou longa distância com esquis em provas que incluem subidas e descidas em vários níveis. Nas descidas, os atletas chegam a atingir 40 km por hora. Na história do esporte, a norueguesa Ragnhild Myklebust merece destaque por seus feitos. Ela é a atleta com mais vitórias na história dos Jogos paralímpicos de Inverno, e uma exímia esquiadora, tendo recebido 16 medalhas de ouro na modalidade entre os anos de 1988 e 2002.

Os atletas que competem no esqui cross-country são de diversas categorias e dependendo da condição física, o esquiador pode usar um sit-ski (uma cadeira equipada com um par de esquis). Atletas com deficiência visual competem com um atleta-guia (classes B2 e B3 podem escolher se competem com um guia ou não). Independente da limitação, os atletas competem entre si pela mesma medalha em cada uma das provas. Para definir o vencedor, é feita uma correção de tempo de acordo com a classe do competidor.

Nas provas de longa distância do esqui cross-country, os atletas largam separadamente, em contagem regressiva. Ao final da prova são feitas as correções de tempo e só então são anunciados os medalhistas. 

Em um país de clima tropical como o Brasil, os atletas do esqui cross-country precisam adaptar os treinos para simular as condições na neve e fazer o preparo para a competição. Fernando Alves, treinador da atleta paralímpica Aline Rocha, competidora da prova de esqui cross-country na categoria sitting, destaca que existem duas adaptações que são mais importantes para possibilitar as práticas. São elas: o rollerski (sistema de rodas que simula a função dos esquis) e o mountainboard/carveboard (um skate de montanha que possibilita os treinos em ambientes mais irregulares).

Mas as adaptações às condições climáticas distintas dos países onde ocorrem as provas são fáceis de serem contornadas. Segundo o Fernando, há outros aspectos mais complexos e sensíveis na hora de planejar o treino com foco nas provas, como por exemplo, a colocação da pele na região onde o atleta não possui sensibilidade térmica. Fernando ressalta que “atualmente o fator mais relevante é o próprio contato com a neve e suas variações de acordo com a temperatura ou se é artificial/natural, dentre outras diferenças”.

A neve não é comum no Brasil e tampouco se faz presente em quantidade suficiente para a realização das provas na casa dos anfitriões dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim. Por isso, nesta edição, quase 100% da neve será artificial, produzida por máquinas posicionadas nas encostas dos locais de realização das provas.

Nesta edição dos Jogos, o país entra em cena com sua maior delegação nacional na competição, com seis atletas, sendo cinco do esqui cross-country (Aline Rocha, Cristian Ribera, Guilherme Cruz Rocha, Robelson Moreira Lula e Wesley dos Santos) e um do snowboard (André Barbieri).

O melhor resultado do Brasil, até agora em Jogos Paralímpicos de Inverno, foi a sexta colocação na prova de 15km do esqui cross-country com Cristian Ribera em PyeongChang 2018.
 

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