O potencial de um atleta pode ser desenvolvido ao máximo com o acompanhamento de um bom treinador. Quando algumas das maiores conquistas da vida de um atleta vêm na forma de medalhas, parte desse sucesso se deve ao profissional que está todo dia cuidando da sua preparação. No dia a dia, atletas e treinadores desenvolvem-se durante a jornada rumo ao alto rendimento, mas têm bases de conhecimento distintas e é sobre a carreira do treinador que este artigo trata.
A formação acadêmica dos treinadores de atletas de alto rendimento é a Educação Física. Apenas educadores físicos podem exercer essa função. Mas para chegar ao posto de treinador de atletas de alto rendimento é necessário ir além. “Para ser um bom treinador é preciso estudo constante, conhecer muito seu atleta e construir em conjunto – treinador algum trabalha sozinho.”, explica o técnico de atletismo Alex José Sabino.
O desenvolvimento constante citado por Alex é feito de diversas formas, com destaque para cursos que ajudam no conhecimento da modalidade em que atua, ou que o técnico deseja atuar. Para essa finalidade, a Educação Paralímpica é uma via que promove conhecimento do básico ao avançado sobre o esporte paralímpico para formação e qualificação contínua.
Apesar do caminho da formatura em Educação Física até a conquista de um cargo de treinador de atleta paralímpico não ser retilíneo, há uma sugestão do ponto de partida. Para os educadores físicos que desejam desenvolver o conhecimento sobre os esportes paralímpicos, o curso mais indicado para iniciar a jornada é o de “Introdução ao Movimento Paralímpico”. Este curso é gratuito e à distância e as inscrições estão abertas.
O coordenador do Departamento de Ciência do Esporte na CPB, Thiago Lourenço, destaca a importância de se fazer cursos complementares que sejam de interesse dos educadores físicos: “Além da formação em Educação Física, os cursos de formação do Comitê Paralímpico Brasileiro, especializações nas áreas de Educação Física Adaptada, Fisiologia do Exercício e Metodologia do Treinamento Esportivo são importantes para a formação desses profissionais”. É importante ressaltar que todos os cursos do CPB são gratuitos.
Para cada profissional, as escolhas de desenvolvimento acadêmico precisam conversar com a carreira almejada. O técnico de Atletismo do CPB, Alex José Sabino, buscou mais conhecimento no nicho que o atraía, contando com estudo em Educação Especial pela UNICEP e também Treinamento Desportivo pela USP, em Ribeirão Preto, além de diversos outros cursos de menor duração relacionados ao esporte paralímpico.
À medida em que o desenvolvimento acadêmico se somava à experiência prática, Alex evoluiu de cargo ao longo da carreira até chegar a técnico dentro do CPB. Seu exemplo mostra como a ascensão de carreira é gradual, mas parte do princípio do desenvolvimento contínuo.
E para Alex é difícil traduzir o que faz um treinador ser referência em seu posto: “Na cultura que vivemos, os técnicos são em sua maioria aplaudidos pelos resultados e não pela ótima formação ou transformação que fazem em seu projeto, ou com os alunos envolvidos no trabalho. Por isso, acredito que todos são bons, porém alguns são diferenciados em algumas capacidades: capacidade de identificar, capacidade de descoberta para determinada prova, capacidade de formação”.
Esta carreira, como tantas outras, é desafiadora, mas proporciona benefícios muito peculiares aos profissionais: “As alegrias são inúmeras, ainda mais quando se trabalha com desenvolvimento de pessoas. Você conquistar algo, conseguir algo inédito é fantástico, mas trabalhar, desenvolver alguém ou um grupo de pessoas é difícil de descrever. As pessoas chegam sem nenhuma expectativa e, após um bom planejamento e trabalho em conjunto, coisas novas e muito positivas acontecem. Isso é fenomenal”, comenta Alex.
Além das conquistas compartilhadas durante o desenvolvimento do atleta, também chamam a atenção os ganhos pessoais dos técnicos, como a oportunidade de conhecer muitas pessoas, histórias e lugares e aprender com eles. Os técnicos são profissionais que estão lado a lado com os atletas e são corresponsáveis pelas conquistas do esporte paralímpico brasileiro.
