A Primeira Etapa do Circuito Loterias Caixa de halterofilismo foi encerrada neste domingo, 24, com a quebra de mais dois recordes nacionais por atletas das categorias mais pesadas da modalidade. Os resultados no último dia de competição foram obtidos pelo carioca Gustavo de Souza (categoria acima de 107kg) e pelo mineiro Mateus Assis, (até 107kg). Com isso, o evento chegou ao final com um total de sete novas marcas nacionais.
O Circuito foi organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e patrocinado pelas Loterias Caixa. É um dos mais importantes eventos paralímpicos nacionais. Tem como objetivo desenvolver as práticas desportivas no país, além de melhorar o nível técnico das modalidades. Historicamente, ele reúne atletas consagrados e jovens promessas do paradesporto brasileiro. Para sua edição deste final de semana, o evento contou com 110 atletas de oito estados e do Distrito Federal (AM, AP, MG, PE, PR, RJ, RN e SP). A competição, primeira de halterofilismo no CT na temporada, teve transmissão ao vivo pelos canais de YouTube e Facebook do CPB.
Gustavo, 24, suportou já em seu primeiro levantamento 235kg e deixou para trás seu próprio recorde nacional, 232kg levantados no Meeting Paralímpico Loterias Caixa do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado. A seguir, o halterofilista que competiu pelo clube ADAAN-RJ obteve mais duas marcas ainda maiores: 241kg no segundo levantamento e 246kg no terceiro, todos realizados com sucesso, elevando sua marca do ano passado em 14kg.
A marca de Gustavo deste domingo no CT é igual à registrada pelo iraniano Mahdi Sayadi, que ficou em segundo lugar no ranking mundial de 2023, com levantamento realizado no Mundial de Dubai, no mês de agosto.
Gustavo se tornou o atleta paralímpico brasileiro a suportar mais peso em abril de 2023, no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa, no CT Paralímpico, quando ergueu 220kg e passou a ganhar projeção no cenário nacional. A seguir, ele realizou suas primeiras competições fora do Brasil: o Mundial de halterofilismo em Dubai, em agosto, e os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, em novembro.
“Meu desenvolvimento neste último ano vem de muito trabalho. Há muita dedicação, alimentação correta e cuidado com o corpo, além dos treinos. Sou um jovem com muita garra e muito talento para lapidar para escrever meu nome no esporte paralímpico”, afirmou Gustavo.
“O ano passado tive minhas primeiras viagens internacionais, minhas primeiras impressões no alto nível mundial. Sem essas viagens, eu não seria quem eu sou hoje. Isso permitiu aprimorar o talento que eu tenho e me trouxe muito aprendizado”, avaliou Gustavo, que compete agora no Meeting Paralímpico Loterias Caixa do Rio de Janeiro, em maio.
“Nós acompanhamos o Gustavo desde o ano passado. Ele não veio com o resultado esperado do Parapan, quando teria chances de buscar um ouro, mas não validou suas marcas. Nossa estratégia para que ele siga crescendo foi qualificar seu técnico [Antônio Carlos Aveiro Junior], proporcionando uma experiência internacional e de técnicas e métodos de treinamento. Até a chegada do Gustavo, não tínhamos um atleta com destaque na categoria mais pesada. Ele é um atleta muito novo, que terá muito para se desenvolver”, avaliou Murilo Spina, coordenador do halterofilismo no Cômitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Já o recorde de Mateus foi obtido no terceiro levantamento, quando o atleta suportou 218kg. Com isso, o representante do clube Praia/CDDU/Uberlândia deixou para trás a melhor marca anterior na categoria até 107kg que já era sua: 216kg suportados em dezembro de 2022, no CT Paralímpico.
“Eu venho tentando esse índice há algum tempo e estou muito feliz de ter saído aqui. Há duas semanas, eu tentei esse peso, mas não havia saído. Alcançar essa meta agora é uma grande felicidade. Eu estava um pouco nervoso, mas isso faz parte. Quando fico nervoso desse jeito, significa que tudo vai dar certo”, disse o atleta.
Além de Mateus, outros 12 atletas da Seleção Brasileira participaram da etapa de Dubai da Copa do Mundo, de 29 de fevereiro a 6 de março. O Brasil encerrou a competição na terceira colocação no ranking de medalhas, com dois ouros, cinco pratas e um bronze.
Outros recordes
Além dos recordes de Mateus e Gustavo, outras cinco marcas nacionais foram superadas no sábado, 23, dia de abertura do Circuito Loterias Caixa. A primeira recordista foi Lara Lima, que levantou 104kg em seu terceiro movimento. A marca anterior já era da própria Lara, com 103kg registrados nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago de 2023, no Chile.
A carioca Tayana Medeiros suportou 141kg em sua terceira tentativa e derrubou um recorde recém-conquistado por ela própria, na Copa do Mundo, no dia 3 de março. Na Copa disputada Nos Emirados Árabes, a halterofilista saiu com a medalha de ouro ao erguer 140kg.
Outro recorde recém-obtido em Dubai que caiu no Circuito Loterias Caixa foi o da potiguar Maria Rizonaide (até 50kg). A halterofilista levantou 103kg, seis a mais do que havia conseguido nos Emirados Árabes e garantiram a ela a medalha de bronze na Copa do Mundo.
Ainda no sábado, a mineira Cristiane Alves se tornou a primeira brasileira a erguer 100kg competindo na categoria até 55kg. O resultado supera em 6kg a melhor marca anterior, 94kg erguidos pela própria Cristiane em abril de 2023, no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de halterofilismo, disputado no Centro de Treinamento Paralímpico.
Durante a tarde, o mineiro Marco Túlio Cruz garantiu o recorde brasileiro da categoria até 49kg ao atingir 156kg. O recorde anterior já era do próprio atleta, obtido no Centro de Treinamento Paralímpico em 2023.
O sábado também teve como destaque a participação da paulista Mariana D’Andrea, campeã paralímpica e mundial. A atleta validou três movimentos competindo pela categoria até 79kg, sendo o melhor deles de 140kg.
Os atletas da Seleção Brasileira tiveram no Circuito a última competição no CT antes da etapa da Copa do Mundo de Tibilisi, na Geórgia, última disputa que permitirá obtenção de marcas para qualificação aos aos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, obrigatória para candidatos a participar do megaevento.
A Segunda Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa de halterofilismo está marcada para os dias 29 e 30 de junho. A temporada da modalidade se encerra em dezembro, com a realização do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa. As duas competições também acontecerão no CT Paralímpico.
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Circuito Loterias Caixa.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficiais do halterofilismo.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gustavo de Souza, Mariana D’Andrea, Lara Lima, Maria Rizonaide e Tayana Medeiros são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Time São Paulo
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 109 atletas e 13 atletas-guia de 13 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)