Camping Escolar Paralímpico mescla homens e mulheres na prática de futebol de paralisados cerebrais

qui, 06 jul 2023 18:45:39 -03:00

Amanda Oliveira se prepara para chutar bola durante atividade do Camping Escolar Paralímpico | Foto: Ana Patrícia/CPB

O Camping Escolar Paralímpico, realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio de sua Diretoria de Desenvolvimento Esportivo, oferece oportunidade para que duas jovens atletas experimentem uma rotina de alto rendimento no futebol de paralisados cerebrais, modalidade que atualmente só compõe o programa dos Jogos Parapan-Americanos e é praticado apenas por homens no evento.

A iniciativa é realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, até o próximo domingo, 9, e está em sua segunda edição de 2023. É o primeiro ano em que as atletas foram chamadas para participar das atividades. O futebol PC conta com oito jogadores nesta edição do Camping – seis homens e duas mulheres. No total, estão reunidos 118 atletas, oriundos de 20 unidades federativas (AP, CE, ES, DF, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SE, SC e SP) em 11 modalidades: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de paralisados cerebrais, halterofilismo, natação, taekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.

“Aqui no Camping, há uma rotina totalmente diferente da que tenho em casa. Acordo cedo, tenho de cumprir horários, treinar bastante. Isso tem sido muito bom para mim”, contou Amanda Oliveira, 17, de Campo Grande (MS). Ela começou a jogar futebol em 2022, por convite de seu professor da modalidade.

Além do desenvolvimento pessoal e esportivo, a experiência proporciona a Amanda a oportunidade de conhecer mais atletas. “O futebol me leva a conhecer pessoas novas, fazer amizades e conexões, tanto na minha modalidade como também em outras, no atletismo, na bocha, no basquete, em várias. Isso é muito legal no CT”, completou.

A mineira Jennifer Revoredo descobriu o futebol ainda mais cedo, aos dez anos. Ela afirmou que seus pais sempre praticaram esporte e a incentivaram a buscar atividades físicas. Porém, quando ela começou a jogar bola em um campo público, com pessoas sem deficiência, ficaram preocupados com o risco de ela se machucar. Hoje, ela treina futebol e atletismo no Centro Integrado de Desenvolvimento do Esporte (Cidep) com outros atletas com deficiência. “Quando descobri o futebol PC, vi que eu poderia jogar de igual para igual, sem perigo de me machucar, jogando contra gente com mais força”.

Jennifer disse que o atletismo é uma modalidade que, por estar presente no programa dos Jogos Paralímpicos, pode lhe abrir mais portas em uma carreira no esporte do que o futebol PC, que não faz parte. Porém, sua preferência mesmo é pela bola. “Sou apaixonada pelo futebol. Eu gosto de chutar bola, fazer gol, de vitória. Já chorei muitas vezes por fazer um gol importante”, afirmou.

Ela afirmou querer que mais jogadoras se interessem pelo futebol PC para que sejam criados torneios femininos da modalidade. “Eu, desde que comecei a jogar, coloquei na cabeça que mulher pode, sim, participar desse esporte, mulher pode fazer o que ela quiser. Vou conversar com as meninas que puder para trazer elas para cá”. O convite é reforçado por Wilson Bortoli Júnior, técnico responsável pelo futebol PC no Camping Escolar Paralímpico. “Conseguimos dar um treino bem tranquilo para elas, colocando as jogadoras nas posições que ficam mais adequadas. Para nós, técnicos, é muito importante garimpar essas meninas e inseri-las no futebol, para que possam surgir times femininos”, afirmou.

Patrocínio
O Camping Escolar Paralímpico conta com o patrocínio via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)