A Primeira edição do Camping Escolar Paralímpico de 2024, iniciada na última segunda-feira, 28, conta com 108 jovens atletas que participam do evento pela primeira vez. Os estreantes representam 71% dos convocados para a semana de atividades no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e realizada até esta sexta-feira, 2.
O Camping proporciona a 152 atletas, com idade entre 12 e 17 anos, selecionados a partir das Paralimpíadas Escolares, uma imersão na rotina de alto rendimento. A programação inclui treinos físicos e técnicos, com a mesma estrutura utilizada por atletas profissionais, bem como palestras sobre diversos temas que envolvem o esporte, tais como: nutrição e enfermagem, Atleta Cidadão e Bolsa Atleta, comunicação e saúde, entre outros. São 14 horas diárias de atividades – das 7h às 21h. O CPB arca com todos os custos de hospedagem, alimentação, uniforme e transporte dos participantes.
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Em sua primeira semana de treinos no CT, os estreantes puderam conhecer tanto outros jovens atletas com deficiência como também esportistas consagrados. Foram observados por treinadores, realizaram testes e avaliações físicas e tiveram orientações para aprimorar a técnica e o desempenho.
A capixaba Raquel Zambom, 14, nadadora da classe S10 (limitação físico-motora), contou ter gritado de alegria quando recebeu sua primeira convocação para participar do Camping. “É muito especial receber essa chance para treinar e buscar meu espaço. Quero chegar à Seleção um dia”, disse.
Raquel destacou que a vontade de ser uma nadadora profissional surgiu há dois anos. Segundo ela, o incentivo veio da mãe, que via na natação uma possibilidade de fortalecimento muscular da jovem. À época, a capixaba passava por um tratamento contra um câncer ósseo, doença que levou à perda de musculatura e de parte do fêmur de sua perna direita. “Minha mãe também sempre falava que um olheiro poderia vê-la competindo e que ela logo teria uma chance no esporte”, lembrou Raquel.
A jovem disse que a semana de treinamentos intensa já trouxe ganhos em sua resistência na piscina. Também afirmou que, para além da melhora de desempenho, o que mais gostou na experiência foi a possibilidade de fazer amizades com atletas de outros estados. “Eu sou meio tímida. Mas aqui conheci muita gente. Conheci o sotaque dos outros, foi muito legal. Fiz amizade com atletas do Sergipe, do Rio de Janeiro, de vários lugares”, afirmou.
O rondoniense Yann da Silva Aguiar, 15, nadador da classe S8 (limitação físico-motora), contou que acompanhava o Camping pelas redes sociais e sonhava ser convocado para o evento. “Parecia uma experiência incrível poder passar por algo igual ao que a Seleção vivencia. Este é o sonho de cada um que está crescendo no esporte. Está sendo mesmo do modo como eu esperava. Estamos trabalhando muito a parte técnica e a potência para eu ganhar velocidade”, afirmou.
Yann, que tem um deslocamento de quadril congênito e começou a nadar por indicação médica, disse que seu momento favorito no Camping foi o treino conhecido como T20, no qual os atletas nadam por 20 minutos sem parar em um ritmo forte para alcançar a maior distância possível.
O jovem nadador também disse estar feliz por ter conhecido alguns de seus ídolos da natação paralímpica no CT, como a campeã paralímpica e mundial pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão), o paulista Gabriel Cristiano (S8), dono de três bronzes no Mundial de Manchester, em 2023, e o paulista Victor dos Santos (S9, limitação físico-motora), 15, medalhista de ouro nos 100m costas no Parapan de Santiago 2023.
Patrocínio
O Camping Escolar Paralímpico conta com patrocínio via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
