Este fim de semana vai definir quais judocas representarão o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Na Inglaterra, a Seleção Brasileira buscará classificar o máximo possível de atletas ao longo de dois dias de batalhas no IBSA Grand Prix de Warwick, o último qualificatório da modalidade. Alguns representantes do país já estão matematicamente assegurados no Japão, e outros ainda sonham com a vaga.
Para facilitar, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) traz, categoria por categoria, a situação de cada um dos 13 judocas brasileiros que estão há um mês na Europa – disputaram o GP de Baku, mês passado, e seguiram no Azerbaijão se preparando antes da viagem ao Reino Unido.
As lutas começarão neste sábado, 19, às 10h locais (6h de Brasília), com seis brasileiros nos tatames: Giulia Pereira (até 48 kg), Maria Núbea Lins e Karla Cardoso (até 52 kg), Lúcia Araújo (até 57 kg), Thiego Marques (até 60 kg) e Luan Pimentel (até 73 kg). As finais começam às 16h30 locais (12h30 de Brasília). Haverá transmissão ao vivo pelo canal da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos) no YouTube (LINK AQUI).
No domingo, 20, nos mesmos horários, será a vez de Alana Maldonado (até 70 kg), Rebeca Silva e Meg Emmerich (mais de 70 kg), Harlley Arruda (até 81 kg), Arthur Silva (até 90 kg), Antônio Tenório (até 100 kg) e Wilians Araújo (mais de 100 kg).
Antes de acompanhar a situação de cada um deles na briga, é bom lembrar quantos pontos estarão em jogo no Grand Prix:
Campeão: 210 pontos
Vice: 150
Terceiro: 120
Quarto: 90
Quinto: 60
Sétimo: 30
(Observação: Se algum judoca ficar entre os sete classificados sem ganhar nenhuma luta, ganha metade da pontuação).
Além disso, cada luta rende pontos extras ao vencedor, de acordo com as classificações visuais:
B1 ganha de B3: 50 pontos
B1 ganha de B2: 40
B1 ganha de B1: 30
B2 ganha de B3: 40 pontos
B2 ganha de B2: 30
B2 ganha de B1: 20
B3 ganha de B3: 30 pontos
B3 ganha de B2: 20
B3 ganha de B1: 10
Para ilustrar, vamos dar um exemplo fictício de um judoca B3 que seja campeão derrotando um oponente B2, um B3 e outro B2. Neste caso, ele ganha 210 pontos pelo título + 20 pela vitória sobre o rival B2 + 30 pela vitória sobre o rival B3 + 20 pela vitória sobre o outro rival B2, totalizando 280 pontos que serão computados no ranking mundial.
Confira agora, peso por peso, a situação de cada atleta brasileiro:
MULHERES
Categoria: Até 48 kg
Representante: Giulia Pereira
Classificação visual: B1
Posição no ranking: 15ª
Situação: o peso de Giulia concede duas vagas às atletas B1. As seis restantes são para as mais bem ranqueados. Pela classificação visual, a brasileira é a quarta B1, mas a terceira é uma atleta da casa, portanto, já classificada como representante do país-sede. O foco dela, então, está na russa Viktoria Potapova, hoje quem levaria a segunda vaga B1 para os Jogos. A diferença de pontos entre as duas está em 199 (305 a 106).
Categoria: Até 52 kg
Representantes: Karla Cardoso e Maria Núbea Lins
Classificação visual: B3 (Karla) e B2 (Núbea)
Posição no ranking: 13ª e 20ª
Situação: também são duas vagas a quem é B1 e seis pelo ranqueamento. Hoje, a sexta e última vaga via ranking está nas mãos de Basti Safarova, atleta do Azerbaijão, que soma 510 pontos. Karla tem 182 e Núbea, 82.
Categoria: Até 57 kg
Representante: Lúcia Araújo
Classificação visual: B3
Posição no ranking: 4ª
Situação: duas vagas para B1 e seis via ranking. A campanha no GP anterior, em Baku, quando faturou o bronze, levou a brasileira a uma confortável quarta colocação no ranking, com 740 pontos, distante de quem poderia impedi-la de ir ao Japão.
Categoria: Até 70 kg
Representante: Alana Maldonado
Classificação visual: B2
Posição no ranking: 1ª
Situação: o peso de Alana permite duas vagas para B1 e seis via ranking. Com 1.520 pontos no topo da lista, a brasileira vai aproveitar o GP britânico para avaliar possíveis oponentes em Tóquio e se manter em ritmo de competição.
Categoria: Mais de 70 kg
Representantes: Meg Emmerich e Rebeca Silva
Classificação visual: B3 (ambas)
Posição no ranking: 3ª e 4ª
Situação: a categoria pesada do feminino prevê uma vaga para B1 e cinco às mais bem qualificadas. Cada país só poder classificar um atleta por peso, mas o regulamento do judô prevê exceções e a IBSA ainda convida uma atleta por peso, o que não descartaria a ida das duas brasileiras a Tóquio, pois ambas teriam pontuação suficiente para isso. Meg acabou se favorecendo dos duelos diretos com Rebeca nos últimos torneios, incluindo o GP de Baku, quando eliminou a conterrânea na semifinal antes de garantir o seu ouro – Rebeca ficou com o bronze. A distância entre elas é de 290 pontos.
HOMENS
Categoria: Até 60 kg
Representante: Thiego Marques
Classificação visual: B3
Posição no ranking: 9º
Situação: o peso de Thiego concede três vagas aos atletas B1. As sete restantes são aos mais bem ranqueados – descartando o Japão, país-sede. O brasileiro é o nono, com 363 pontos, mas, como há dois atletas do Cazaquistão à sua frente, ele ganha automaticamente uma posição na luta pela vaga. O foco, portanto, fica no mongol Yadamdorj Sukhbaatar, que soma 420 e seria hoje o último classificado da lista via ranking. Ou seja, ele precisa tirar 57 pontos de diferença para seu oponente e ainda ficar ligado em que vem atrás. O turco Recep Ciftci soma 362 pontos, e Zurab Zurabiani, da Geórgia, 360. Deverá ser a categoria mais disputada do qualificatório.
Categoria: Até 73 kg
Representante: Luan Pimentel
Classificação visual: B3
Posição no ranking: 12º
Situação: também são três vagas a quem é B1 e sete pelo ranqueamento. O brasileiro é o 12º, com 322 pontos, mas há dois lutadores da Geórgia e dois da Rússia à sua frente, o que o leva para o décimo posto na briga.
Categoria: Até 81 kg
Representante: Harlley Arruda
Classificação visual: B1
Posição no ranking: 10º
Situação: três vagas para judocas B1 e sete via ranking. O brasileiro é o 10º do mundo, com 277 pontos, sendo o terceiro B1. Porém, um dos oponentes à sua frente é japonês, que entra como representante do país-sede e abre uma lacuna para Harlley entrar como o segundo B1 mais bem qualificado. Precisa ficar atento ao chinês Yurong Wu, o próximo B1 da lista, que está 84 pontos atrás, e ao cazaque Abylay Adilbekov, a 125 pontos de distância do brasileiro.
Categoria: Até 90 kg
Representante: Arthur Silva
Classificação visual: B1
Posição no ranking: 6º
Situação: três vagas para judocas B1 e sete via ranking. O brasileiro é o segundo B1 mais bem colocado, com 632 pontos. O quarto B1, que é o argelino Abderrahmane Chetouane, é somente o 22º do mundo, com 52 pontos.
Categoria: Até 100 kg
Representante: Antônio Tenório
Classificação visual: B1
Posição no ranking: 3º
Situação: o peso do melhor judoca paralímpico de todos os tempos prevê duas vagas aos B1 e seis pelo ranking mundial. Tenório é o primeiro B1 da lista, muito à frente de quem poderia ameaçar sua ida ao Japão.
Categoria: Mais de 100 kg
Representante: Wilians Araújo
Classificação visual: B1
Posição no ranking: 7º
Situação: entre os peso-pesados do judô, há duas vagas para B1 e seis via classificação pelo ranking. O brasileiro é o segundo B1 da lista, com 530 pontos, contra 283 do chinês Song Wang, o terceiro B1 do ranking.
Patrocínios
O judô tem patrocínio das Loterias Caixa.
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)