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Brasileiro encerra participação nos Jogos de Inverno com dois top 10

Dois top 10. Este é o saldo do snowboarder paulista André Cintra nos Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeonChang 2018. A competição só acaba no domingo, 18, mas o brasileiro já cumpriu todos os seus compromissos na Coreia do Sul. Na madrugada desta sexta, 16 (horário de Brasília), o atleta terminou na 10ª colocação na prova de banked slalom em sua classe LL1 (deficiência em membros inferiores ou amputações acima do joelho), mesma posição alcançada no snowboard cross, no último domingo, 11.  
 
Esta é a segunda participação do Brasil em edições de Jogos de Inverno. Além de André, Aline Rocha e Cristian Ribeira, do esqui cross-country, integram o time em PyeongChang. A dupla já competiu nas provas de longa distância e de sprint. Neste sábado, 17, ainda disputa a média distância e o revezamento misto. A cerimônia de encerramento da competição está marcada para domingo, 18, a partir das 8h (horário de Brasília). 
 
Mistura de snowboard cross com giant slalom, o banked slalom, novidade no programa dos Jogos Paralímpicos de Inverno, teve uma pista composta por 24 portas, 14 curvas e 707 metros de extensão em PyeongChang. Cada atleta pôde descer o percurso três vezes, com o melhor tempo valendo para a classificação final. 
 
A temperatura negativa durante a prova, misturada à chuva do dia anterior, transformou o já desafiador percurso em um trajeto duro e escorregadio que levou muitos atletas ao chão. Em sua primeira tentativa, André acabou caindo em uma das últimas curvas. Para não ser desclassificado da bateria, esforçou-se para levantar e passar pela bandeira. O tempo foi o 12º (1min35s18), dentre 13 competidores. 
 
Na segunda descida, o brasileiro avançou duas posições, pulando para 10ª, após completar o percurso sem complicações e baixar o tempo para 1min07s88 – 7ª melhor marca da bateria. Na derradeira e decisiva tentativa, o paulista, apesar de uma performance segura, não conseguiu superar sua melhor marca e fez 1min08s53. A boa corrida na segunda descida, no entanto, lhe garantiu um lugar entre os top 10 do mundo. O ouro e a prata ficaram com os norte-americanos Noah Elliott (51s90) e Mike Schultz (53s42) e, o bronze, com o croata Bruno Bosnjak (54s08). 
 
“É hora de comemorar. Claro que gostaria de ter ido melhor, mas conseguimos dois top 10 aqui e isso é muito importante. Vale sempre ressaltar que o Brasil não tem neve e enfrentamos adversários que vivem nas montanhas, com a prancha no pé. É o começo de um trabalho para mim e para o país. Estamos aprendendo muita coisa ainda”, avaliou Andre. 
 
Técnico do brasileiro, o canandense Ryan Rausch está com André desde agosto do ano passado. Ex-atleta de snowboard e ex-integrante do time nacional do Canadá, o treinador foi só elogios ao pupilo após a participação nos Jogos de Inverno. “Estou com o André há alguns meses e o tanto que ele evoluiu é incrível, considerando que não passa o tempo todo na neve. Tivemos um feedback muito legal de outros técnicos e atletas daqui”, afirmou. “O desempenho dele hoje, principalmente, foi muito bom devido às condições da neve. Era gelo por toda a parte. Isso já é difícil para quem tem as duas pernas, imagine pra quem usa uma prótese”, ressaltou Ryan. 
 
Aos 38 anos, André ocupou o posto de atleta mais experiente da equipe do Brasil na Coreia do Sul não apenas pela idade, já que Aline e Cristian tem apenas 27 e 15 anos, respectivamente, mas, sim, porque esta foi a sua segunda participação em Jogos. O atleta estreou na neve há quatro anos, em Sochi. Em solo russo, terminou a única prova que disputou, o snowboard cross, em 28º dentre 33 participantes – na época, não havia divisão das classes com amputações acima e abaixo do joelho como em PyeongChang. 
 
O Brasil ainda compete neste sábado, 17, com a dupla do cross country Aline e Cristian. Eles disputam a prova de média distância (5km e 7.5km, respectivamente) na madrugada, a partir de 0h40, e o revezamento misto, a partir de 22h. Cristian é dono do melhor desempenho do país até agora em Jogos de Inverno Olímpicos e Paralímpicos. Em sua estreia na Coreia, na prova de 15km, alcançou um inédito e histórico sexto lugar. 
 
Os Jogos de PyeongChang são o maior da história e reúnem 567 atletas de 48 países, mais os neutros. Além do esqui cross-country e do snowboard, estão no programa nesta edição o biatlo, o esqui alpino, o curling em cadeira de rodas e o hóquei e o snowboard. Todas as competições têm transmissão ao vivo no site (paralympic.org) e no YouTube (ParalympicSportTV) do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).
 
André Cintra – São Paulo (SP)
Data de nascimento: 22/03/1979
Peso: 77kg
Altura: 1,80m
Classe: LL1 – lower limb impaired (deficiência nos membros inferiores)
Modalidade: Snowboard
História: Aos 17 anos, André sofreu um acidente de moto e teve que amputar a perna direita um pouco acima do joelho. Em 2010, se interessou pelo snowboard e resolveu se aventurar no esporte. Ele foi o primeiro atleta brasileiro a conseguir se classificar para os Jogos Paralímpicos de Sochi, em 2014, quando o Brasil fez sua estreia na competição de inverno. 
 
Assessoria de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro em PyeongChang 

Nádia Medeiros (nadia.medeiros@cpb.org.br)
 

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