O Brasil experimentou nesta terça-feira, 18, o seu melhor dia no Mundial de Atletismo Paralímpico de Londres. Os atletas do país conquistaram cinco medalhas nas duas sessões do dia e fizeram com que a equipe saltasse para a sexta colocação no quadro geral de medalhas do evento, disputado no Estádio Olímpico. A equipe verde e amarela está atrás apenas de China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Tunísia e Ucrânia. A competição se estenderá até o domingo, 23.
O dia de destaque dos brasileiros teve início pela manhã. Izabela Campos foi a primeira medalhista, com o bronze no lançamento de disco F11 (cego total), com a marca de 31,83m. Em seguida, foi a vez de André Rocha, que brilhou e conquistou o ouro na mesma prova, mas da classe F52. Ele registrou 23,80m e bateu o próprio recorde mundial (23,24m), que havia sido estabelecido na etapa de Berlim do Grand Prix do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês).
Na parte da noite em Londres (tarde no Brasil), a medalha inicial veio com Mateus Evangelista. O atleta de Rondônia foi o segundo colocado nos 200m T37 (paralisados cerebrais), com o tempo de 23s41. Aos 23 anos e fazendo sua estreia em Mundiais de Atletismo, ele foi superado apenas pelo sul-africano Charl Du Toit, que venceu com 23s27. Completou o pódio o argelino Sofiane Hamdi (23s94).
“Essa medalha foi conquistada na raça. Tentei buscar o sul-africano todo o tempo, mas não deu no fim. De qualquer forma, foi uma prova excelente e estou muito satisfeito”, disse Mateus, cujo lado direito do corpo tem os movimentos limitados por falta de oxigenação no cérebro na hora do parto.
Em seguida, foi a vez de Rodrigo Parreira. Vice-campeão paralímpico do salto em distância T36 (paralisados cerebrais), ele conseguiu a mesma posição em solo londrino. Rodrigo saltou 5,55m em sua quinta tentativa, ficando a apenas oito centímetros do ucraniano Roman Pavlyk (5,63m). O bronze foi do atual campeão paralímpico, Brayden Davidson, da Austrália, com 5,39m.
“Foi uma prova decidida no detalhe. O atleta da Ucrânia acertou este salto e acabou vencendo a prova. Eu estou feliz, de qualquer forma. Quando olho para trás, vejo que há grandes saltadores aos quais superei, então fico muito satisfeito. Não é fácil chegar até aqui”, disse o goiano de 22 anos.
Por fim, Izabela Campos voltou à ação e conseguiu mais uma medalha, agora uma prata no lançamento de dardo F11 (cegos totais). Após queimar as suas cinco primeiras tentativas, a atleta encaixou seu último lançamento para obter a marca de 24,90m. O suficiente para superar todas as suas adversárias, menos a chinesa Huimin Zhong, que venceu com 26,05m. Ness Murby, do Canadá, atingiu 23,69m e ficou com o bronze.
“Eu decidi ir pra cima e não deixar escapar a medalha. Eu sabia que poderia fazer muito mais do que tinha conseguido, mas não havia encaixado ainda. Eu aprendi hoje, verdadeiramente, a me controlar durante uma situação de adversidade. Estou saindo muito feliz”, disse Izabela, que perdeu a visão aos 18 anos, vítima de sarampo.
Outros brasileiros também competiram nesta terça-feira. Paulo Henrique Reis ficou com a sétima posição do salto em altura T13 (baixa visão), com a marca de 1,74m. Gustavo Araújo, por sua vez, foi o quinto colocado nos 200m T13, com o tempo de 22s51. Mesma posição de Edson Pinheiro nos 200m T38 (paralisados cerebrais), que cumpriu a distância em 23s56. Ariosvaldo Fernando ficou com o oitavo posto na final dos 400m T53 (cadeirantes), com 52s22.
Três atletas do país foram desclassificados em suas respectivas disputas: Daniel Mendes (400m T11) e Renata Bazone (800m T11), sob alegação de terem sido puxados pelos atletas-guia. Já Jhulia Santos concluiu a prova dos 100m na segunda colocação mas foi desclassificada. Minutos antes, ela e o guia Newton Júnior fizeram a largada da eliminatória dos 800m, mas abandonaram 60 metros após a prtida. A arbitragem do Mundial entendeu que tratou-se de uma atitude antidesportiva e, por este motivo, invalidou o resultado da atleta natural do Pará nos 100m.
Confira, abaixo, a participação dos brasileiros nesta quarta, 19, sexto dia do Mundial de Londres. O SporTV anuncia a transmissão das provas a partir das 15h. O perfil do CPB no Facebook também exibirá, via streaming, ao vivo, toda a programação do dia.
Esta é a oitava edição do Mundial de Atletismo Paralímpico. Cerca de 1.300 atletas de 100 países disputam as 213 medalhas, todas no Estádio Olímpico de Londres. Em 2015, em Doha, no Catar, o Brasil ficou com a sétima colocação no quadro geral de medalhas do evento. Foram oito medalhas de ouro, 14 de prata e mais 13 de bronze.
Programação dos brasileiros – quarta-feira (19/7)
15h18 – Mateus Evangelista (semifinal dos 100m T37)
15h58 – Fabrício Júnior (eliminatórias dos 200m T12)
16h20 – Michel Abrahame (final do salto em distância T47)
17h02 – Petrúcio Ferreira (final dos 400m T47) – caso avance
17h35 – Fábio Bordignon (final dos 200m T35)
*Horário de Brasília
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Patrocínio
A equipe brasileira de paratletismo tem patrocínio das Loterias da Caixa e da Braskem.
Time São Paulo
Os atletas Gustavo Araújo e Mateus Evangelista são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 56 atletas e nove atletas-guia de 10 modalidades.
Assessoria de imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)