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Brasil conquista quatro ouros e sobe para 4ª posição no Mundial de natação paralímpica de Manchester 

Beatriz e Débora Carneiro exibem suas medalhas à beira da piscina no Manchester Aquatics Center | Foto: Alessandra Cabral/CPB

O Brasil subiu seis vezes ao pódio nesta quarta-feira, 2, no Mundial de natação paralímpica de Manchester, Inglaterra. Foram quatro ouros, uma prata e um bronze, números que colocaram o país na quarta posição do quadro de medalhas. 

O Mundial começou na segunda-feira, 31, e reúne 538 atletas de 67 países até o domingo, 6, no Manchester Aquatics Centre. O Brasil é representado por 29 nadadores de 10 estados (CE, MG, PA, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP), sendo 15 mulheres e 14 homens, e tem 18 pódios em toda a competição (sete ouros, cinco  pratas e seis bronzes). A liderança do quadro de medalhas é da Itália (13 ouros, três pratas e seis bronzes), seguida pela China (10 ouros, 11 pratas e seis bronzes) e pela Grã-Bretanha (oito ouros, quatro pratas e seis bronzes). 

A pernambucana Carol Santiago foi campeã pela terceira vez em três dias no Reino Unido, agora, nos 50m livre da classe S12 (baixa visão). Nos 100m peito S14 (deficiência intelectual), a paranaense Débora Carneiro conquistou o ouro, assim como o mineiro Gabriel Araújo, nos 100m costas S2 (limitação físico-motora), e o paulista Samuel de Oliveira, nos 50m borboleta S5 (limitação físico-motora). As outras medalhas brasileiras foram de Beatriz Carneiro, gêmea de Débora, prata na mesma prova da irmã, e da mineira Patrícia Santos, bronze nos 150m medley SM4 (limitação físico-motora). 

Campeã nos 100m costas e borboleta, Carol Santiago, que completa 38 anos nesta quarta-feira, estabeleceu o novo recorde mundial dos 50m livre da classe S12, com 26s65, nas eliminatórias. Na decisão, ela subiu ao lugar mais alto do pódio com o tempo de 26s71. A prata ficou com a ucraniana Anna Stetsenko (28s01) e o bronze, com a italiana Alessia Berra (28s38). Outra brasileira na decisão, Lucilene Sousa terminou a prova na quarta posição (28s56). 

“Meu técnico [Leonardo Tomasello] diz que quando caímos na água é para nadar forte. A gente veio para fazer isso. Deu tudo certo. Tudo encaixou direitinho. Pela manhã [nas qualificatórias], foi a minha melhor prova. Foi meu presente de aniversário. Esse é o resultado do investimento do Comitê Paralímpico Brasileiro na natação, que nos possibilita ir a diversas competições internacionais e treinarmos estratégias”, avaliou a pernambucana, que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão.

Juntas pela primeira vez em um Mundial, as gêmeas paranaenses Débora e Beatriz Carneiro fizeram uma dobradinha, com ouro e prata, respectivamente, nos 100m borboleta da classe S14 (deficiência intelectual). Débora, que já havia registrado recorde das Américas nas eliminatórias, voltou a quebrar a marca na final: 1min15s10. Beatriz cumpriu a distância em 1min15s72 e a australiana Paige Leonhardt, em 1min16s50. 

“Eu chorei muito e vou continuar chorando. Vou chegar a Maringá [cidade natal] chorando. Foi uma alegria imensa. Esse foi meu primeiro ouro em Mundial. Tive que focar e prestar atenção para fazer o melhor tempo da minha vida”, afirmou Débora. “É uma emoção dividir o pódio com a minha irmã. Nós mentalizamos esse tempo de 1min15, escrevemos em nossos cadernos e conseguimos”, completou Beatriz. 

A última medalha dourada do Brasil nesta noite em Manchester (tarde no Brasil) foi com outro recorde da competição e das Américas. O paulista Samuel de Oliveira, 17, caçula da delegação na Inglaterra, fez os 50m borboleta, sua prova favorita, em 31s21. 

Para subir ao lugar mais alto do pódio, o brasileiro superou os chineses Jincheng Guo, prata (31s53), e Weiyi Yuan, bronze (31s58). Juntos, os asiáticos já conquistaram seis medalhas neste Mundial. “É uma sensação única. Estou muito feliz. O esforço tem valido a pena. É uma prova muito difícil, porque qualquer erro pode tirar a medalha. Confesso que não fiz um tempo que imaginava. Foi melhor do que estava planejando. Consegui, também, graças ao acompanhamento psicológico que tenho feito”, destacou Samuel, que é desarticulado dos dois braços, desde que foi submetido a amputação após levar uma descarga elétrica de 13 mil volts ao tentar tirar uma pipa de uma árvore com uma barra de ferro. 

Antes, Gabriel Araújo havia sido o primeiro brasileiro a disputar uma final nesta quarta-feira e se sagrado campeão nos 100m costas, prova em que também subiu ao lugar mais alto do pódio na última edição do Mundial, na Ilha da Madeira, Portugal, e ficou com a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. No Reino Unido, ele fez o tempo de 1min55s34, recorde das Américas e da competição. O pódio foi completado pelo chileno Alberto Abarza (2min06s42), que detinha a melhor marca do continente na prova, e pelo polonês Jacek Czech (2min07s04). 

“É a prova mais difícil para mim. Mas a cada treino e competição, eu tenho aprendido mais. Era o único recorde das Américas que não era meu e cheguei com o objetivo de batê-lo. Agora, podem pesquisar recordes das Américas e todos, entre as provas que disputo, estarão com meu nome, Gabriel Araújo”, disse o mineiro, 21, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. A antiga marca regional era 1min56s81 e foi estabelecida por Alberto Abarza em junho de 2018, na cidade de Berlim, Alemanha. 

Patrícia Santos faturou a única medalha de bronze do Brasil no dia. Nos 150m medley SM4, a mineira completou a distância em 3min06s30. A sul-africana Kat Swanepoel ficou com o ouro (2min51s41) e a alemã Gina Boettcher foi prata (3min01s70). “Nunca vai ser fácil conquistar uma medalha. O caminho é esse. Estou trabalhando para controlar melhor minha mente durante as provas. Um pequeno descuido pode colocar tudo a perder”, sintetizou a atleta, que foi baleada no pescoço durante um assalto a uma casa lotérica onde trabalhava como caixa e ficou tetraplégica. A organização do evento chegou a anunciar a desclassificação de Kat Swanepoel e, por um momento, Patrícia foi considerada medalhista de prata. No entanto, a sul-africana contestou e continuou como a campeã da prova. 

Outros brasileiros disputaram finais nesta quarta-feira e não subiram ao pódio. O mineiro João Pedro Brutos, nos 100m peito S14, encerrou a disputa na quarta posição (1min05s92). O carioca Douglas Matera, responsável por ganhar a 100ª medalha de ouro do país em Mundiais de natação, terminou os 50m livre S12 na quinta colocação (25s28). A paulista Esthefany Rodrigues (S5) fez os 50m borboleta em 46s66 e ficou em quinto lugar. A potiguar Cecília Araújo e o paulista Gabriel Cristiano ficaram em quarto nos 100m borboleta S8, com as marcas de 1min20s89 e 1min04s79, respectivamente. Assim como o revezamento misto 4x50m medley – 20 pontos, formado por Samuel de Oliveira, Laila Suzigan, Gabriel Melone e Lídia Cruz, que anotou o tempo de 2min42s60. 

Confira as provas com brasileiros nesta quinta-feira, 3 (horários de Brasília):

100m peito SB12 – 5h12 – eliminatórias
Carol Santiago

100m livre S8 masculino – 5h29 – eliminatórias
Gabriel Cristiano

50m costas S3 – eliminatórias 
Edênia Garcia (5h41)
Susana Schnarndorf (5h45)
Maiara Regina (5h45)

200m medley SM5 masculino – 6h04 – eliminatórias
Samuel de Oliveira

200m medley SM5 feminino – 6h11 – eliminatórias 
Esthefany Rodrigues

100m livre S9 – eliminatórias 
Mariana Gesteira (6h40)
Camille Rodrigues (6h43)

400m livre S6 masculino – 13h35 – final direta
Talisson Glock

400m livre S6 feminino – 13h43 – final direta
Laila Suzigan

100m livre S8 feminino – 14h28 – final direta 
Cecília Araújo

50m costas S4 – 15h02 – final direta 
Lídia Vieira 

200m livre S2 – 15h31 – final direta 
Bruno Becker e Gabriel Araújo

Revezamento misto 4x100m medley – 49 pontos – 16h41 – final direta 
Revezamento misto 4x 100m livre – S14 – 16h49 – final direta 

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Beatriz Carneiro, Bruno Becker, Débora Carneiro, Douglas Matera, Gabriel Araújo, Gabriel Melone, João Pedro Brutos, Lucilene Sousa, Mariana Gesteira, Patrícia Pereira e Samuel de Oliveira são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo
Os atletas Cecília Araújo, Esthefany Rodrigues, Gabriel Cristiano e Lucilene Sousa são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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