Luciene Caroline dos Santos e Wesley da Silva Picetti, participantes do Camping Escolar Paralímpico, que começou na última terça, 25, e termina nesta quarta, 3, foram convocados para o Mundial de Jovens de Atletismo. O evento acontecerá em Nottwil, na Suiça, entre 28 de julho e 5 de agosto.
O Camping tem como objetivo proporcionar aos jovens, com idade entre 12 e 17 anos, o primeiro contato com a rotina de treinamentos e atividades de um atleta de alto rendimento. Os atletas passam por testes e avaliações, treinos especializados para o aumento das performances pessoais e palestras com técnicos do Comitê Paralímpico Brasileiro e atletas profissionais.
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Luciene e Wesley participaram das Paralímpiadas Escolares no ano passado e saíram com medalha de ouro. Luciene, no arremesso de peso. Wesley conseguiu três medalhas douradas: nos 100m, no arremeso de peso e arremesso de dardo. No Mundial de Jovens, a sergipana competirá apenas no arremesso de peso, enquanto o rondoniense irá competir nos 100m, 200m e arremesso de dardo.
A atleta da classe T20 (deficiência intelectual) conta a expectativa para o Mundial de Jovens: "Eu estou muito nervosa e ansiosa. Comecei a treinar há apenas um ano, e disse para o meu professor que não ia saber arremessar. Quando tentei e consegui, ele disse, "está vendo como você sabe?""
Wesley, que nasceu com paralisia cerebral, começou no esporte por reabilitação e disse que os médicos afirmaram que ele não chegaria a andar: "A primeira notícia que o médico deu para a minha mãe foi que, a cada dia, minha atrofia ia aumentar e eu não ia andar. Quando eu era pequeno, eu caia a cada dois passos que dava e meu médico dizia que eu iria ficar de cama, quando eu chegasse à juventude".
Contrariando totalmente o diagnóstico, agora ele se prepara para o Mundial de Jovens de Atletismo. "Eu estou muito feliz, eufórico. Quero trazer uma medalha. Vai ser minha primeira competição internacional e eu não sei como é a experiência, mas eu vou ficar feliz, se conseguir. Meu objetivo é, futuramente, conseguir uma convocação para os Jogos Paralímpicos."
A respeito do futuro, Luciene comenta que quer continuar se dedicando ao esporte: "Tenho muita vontade e o sonho de ser atleta, participei de outra competição na Paraíba, além das Paralímpiadas Escolares, e é isso que quero fazer."
Para Wesley, o Camping Escolar Paralímpico é muito importante: "É muito diferente. Principalmente a infraestrutura do CT. Lá em Rondônia, não temos muita infraestrutura. A pista é de areia e é bem difícil de treinar. Aí quando viemos para cá é um sonho realizado. Gostei de tudo até agora, os treinos não são excessivos, gosto também das atividades que a gente faz fora os treinos, dos passeios que faremos. Gosto de tudo."
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)