As Paralimpíadas Escolares 2024, organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, tiveram atletas que já frequentam competições internacionais pelas Seleções Brasileiras de base de suas modalidades. Neste ano, eles se despedem do evento, que é a maior competição esportiva do mundo para jovens com deficiência em idade escolar.
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O evento na capital paulista, com disputas até o final da tarde desta sexta-feira, 29, reuniu participantes dos 26 estados e do Distrito Federal em 13 modalidades. O número de 2.013 inscrições para este ano é um recorde das Escolares. Supera as 1.800 registradas no ano passado, a maior quantidade de participantes até então. O estado campeão será divulgado ainda nesta sexta-feira.
Entre as atletas que vão sentir saudades das Paraimpíadas Escolares está a catarinense Ana Elisa Agostini, 17, da classe F46 (deficiência nos membros superiores) e dona de três medalhas nas Escolares 2024: ouro no lançamento de dardo e arremesso de peso, além de prata no lançamento de disco.
“As Paralimpíadas Escolares são a melhor competição de todas. Todo mundo gosta, porque a gente interage com gente da nossa idade de todo o Brasil. E gostei da minha marca no lançamento de dardo, de 27,32m. Sempre venho para essa competição com uma meta definida junto com meu treinador”, disse Ana, que tem má-formação na mão esquerda e pratica atletismo desde 2022, mesmo ano no qual veio para suas primeiras Paralimpíadas Escolares.
A atleta representou o Brasil neste ano na Gymnasiade, Olimpíada Internacional do Desporto Escolar, que foi realizada no Bahrein, em outubro, e contou com atletas com deficiência.
Ana voltou com o ouro no lançamento de dardo, sua prova favorita. “Eu ainda estou raciocinando e entendendo a importância dessa conquista. Muitas pessoas vieram aqui nas Paralimpíadas Escolares para me dar parabéns”, contou a jovem. Agora o objetivo da atleta é conseguir uma convocação para representar o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens de Santiago, previstos para 2025.
Também medalhista da Gymnasiade, com um bronze na prova dos 200m medley, a nadadora paranaense Emanuelle de Araujo, 17, da classe S6 (comprometimento físico-motor), disse que a marca das Paralimpíadas Escolares é o aprendizado.
“As Escolares ensinam tanto para as crianças como também para quem já é mais experiente. Eu me sinto muito motivada vendo atletas mais jovens chegando e acredito que os mais novos aprendem com os mais velhos e os mais velhos com os mais novos. Fico feliz de fechar minha participação aqui com cinco medalhas de ouro”, afirmou Emanuelle, que também realiza sua última participação na competição neste ano. Ela foi a vencedora das provas dos 50m livre, 100m livre, 100m costas, 200m medley e 400m livre.
A nadadora, que tem mielomelingocele, uma má-formação na medula espinhal, participa das Paralimpíadas Escolares desde 2019. “Tudo o que vivi nas Paralimpíadas Escolares valeu muito a pena. Mesmo nas provas em que não fui bem, tive um aprendizado para melhorar para as próximas”, disse.
No futebol de cegos, o cearense Anael Oliveira se despediu das Paralimpíadas Escolares representando o time de São Paulo, que, na final, venceu a equipe de Goiás por 5 a 0. O jovem fez parte da Escola Paralímpica de Esportes, projeto gratuito de iniciação esportiva do CPB. Anael também já representou a Seleção Brasileira principal e de jovens. Com a primeira, venceu edições do Grand Prix da modalidade na França, em 2022, e no Brasil, em 2023. Na base, participou da campanha vitoriosa do Parapan de Jovens de Bogotá, na Colômbia, também no ano passado.
“Este evento é um celeiro de novos atletas. São experiências inesquecíveis, as primeiras vitórias, primeiras derrotas, lições sobre trabalho coletivo. Vou sentir falta de participar, mas espero ter ensinado alguma coisa para os meninos”, disse o jogador, que teve um glaucoma congênito. Para Anael, que estreou nas Paralimpíadas Escolares em 2019 com uma quinta colocação, o próximo desafio esportivo será conquistar um título do Campeonato Brasileiro da modalidade com seu clube, a APADV-SP.
Além desta interação, as Escolares também proporcionaram trocas entre os jovens e medalhistas dos Jogos Paralímpicos de Paris. As judocas Rebeca Silva (ouro na categoria acima dos 70kg J2), Brenda Freitas (prata na categoria até 70kg J1) e Érika Zoaga (prata na categoria acima de 70kg J1) participaram de atividades com atletas da nova geração. Já Mariana D’Andrea, halterofilista campeã na categoria até 73kg, realizou um bate-papo com novatos da modalidade. Por fim, Beth Gomes, ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso da classe F53 (cadeirantes), também interagiu com os competidores no CT Paralímpico.
Paralimpíadas Escolares 2024
Em 2024, pela primeira vez, foram promovidas as seletivas estaduais das Paralimpíadas Escolares em três modalidades (atletismo, natação e bocha) inseridas no Meeting Paralímpico Loterias Caixa, evento realizado pelo CPB que percorreu todas as Unidades Federativas do Brasil durante o primeiro semestre com disputas de alto rendimento e para atletas em desenvolvimento.
São Paulo é a delegação com o maior número de atletas nesta edição das Paralimpíadas Escolares: 305 competidores. Em seguida estão os mineiros, com 176 atletas, e os catarinenses, com 159 (confira a lista completa de atletas por estado abaixo).
A modalidade com mais inscritos em 2024 é o atletismo, com 1.010 atletas. Em segundo, está a natação (323). Bocha (156), tênis de mesa (103) e badminton (102) completam o top-5 – veja a baixa a quantidade de participantes por modalidade na edição 2024 das Paralimpíadas Escolares.
No ano passado, o Estado de São Paulo terminou como o campeão geral. Foi o 11º título do estado desde 2006, ano em que o CPB organizou a primeira edição dos Paralímpicos do Futuro, evento que ocorreu até 2007 e antecedeu as Paralimpíadas Escolares, nome adotado a partir de 2009.
Confira os atletas por modalidade
Atletismo – 1.010
Basquete em cadeira de rodas – 27
Badminton – 102
Bocha – 156
Futebol de cegos – 16
Futebol PC – 63
Goalball – 49
Halterofilismo – 31
Judô – 64
Natação – 323
Tênis de mesa – 103
Tênis em cadeira de rodas – 15
Vôlei sentado – 51
Atletas por Estado
SÃO PAULO – 305
MINAS GERAIS – 176
SANTA CATARINA – 159
ESPÍRITO SANTO – 115
MATO GROSSO DO SUL – 101
RIO GRANDE DO SUL – 97
PARANÁ – 95
PARÁ – 91
PARAÍBA – 80
RIO DE JANEIRO – 78
DISTRITO FEDERAL – 75
PERNAMBUCO – 73
CEARÁ -66
GOIÁS – 60
TOCANTINS – 53
MATO GROSSO – 49
MARANHÃO – 48
RIO GRANDE DO NORTE – 45
AMAPÁ – 44
RONDÔNIA – 41
PIAUÍ – 35
SERGIPE – 32
AMAZONAS – 30
RORAIMA – 22
ACRE – 18
ALAGOAS – 18
BAHIA – 9
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
