Jade venceu o Aberto dos EUA, nas chaves de simples e duplas, disputado em Nova York, no último mês de setembro. Foram as primeiras vitórias de um atleta brasileiro cadeirante em um Grand Slam – um dos quatro principais torneios da temporada na modalidade. Além do Aberto dos EUA, o da Austrália, Roland Garros e Wimbledon estão nesse grupo de competições.
Por seu desempenho, ela também foi escolhida a “Atleta Revelação” de 2022 na 11ª edição do Prêmio Paralímpicos, evento ocorrido em fevereiro deste ano.
Jade e os demais atletas da Seleção chegaram ao Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, nesta quarta-feira, 1 º, para a primeira atividade do ano. O grupo ficará na capital paulista até a próxima segunda, 6.
Jade busca uma vaga na Seleção Brasileira adulta, que disputará o Mundial de Vilamoura, Portugal, em maio. Além disso, ela se prepara aos Jogos Para-Panamericanos de Santiago, Chile, em novembro, bem como tenta estar no top-20 do ranking da modalidade e garantir uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Para alcançar essas metas, a tocatinense afirmou que mudou sua rotina em 2023. “Até o ano passado, eu dividia o tempo entre treino e estudos. Agora, terminei o Ensino Médio e posso focar mais no tênis. Isso dá uma diferença gigantesca”, disse.
Os treinos também são diferentes. Agora, ela tem a possibilidade de estar, constantemente, ao lado das atletas mais experientes da Seleção. “Já disputava alguns torneios do circuito como adulta e jogava com elas. Mas, agora, está mais intenso. Vejo o quanto estou evoluindo”, avaliou.
Sobre o reconhecimento, Jade disse sentir orgulho por ser uma mulher que representa o Brasil e o tênis do país.
“Vai muito além de mim. É uma conquista importante para todo o esporte paralímpico feminino.
Foram muitas as mensagens que recebi, de pessoas que se inspiraram a partir das minhas vitórias. Elas passaram a entender o quanto são capazes. Isso, para mim, é a maior conquista que posso ter”.
A atleta, que nasceu com mielomeningocele, uma má-formação na medula nervosa, começou a jogar tênis aos 8 anos de idade. Hoje, treina no Cetefe-DF, em Brasília. “Desde os 5 anos, eu sabia que queria ser atleta”, afirmou.
Jade começou a se destacar nas Paralimpíadas Escolares, maior competição para crianças e jovens com deficiências no mundo. Sua primeira participação no evento, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi aos 12 anos.
A tocantinense ainda participou de mais dois projetos do CPB: Camping Escolar, que insere jovens em uma rotina de alto rendimento, e também atuou em um dos Centros de Referência do Comitê, iniciativa que aproveita espaços esportivos em todas as regiões do país para desenvolver o paradesporto desde a base até o profissional.
A Seleção Brasileira terá ao menos mais duas semanas de treinamento ao longo de 2023.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)