Desde segunda-feira, 8, treinadores e esportistas do país têm passado por atividades práticas e teóricas no CT Paralímpico, lideradas pelo ex-atleta norte-americano Adam Bleakney, medalha de prata nos 800 m, da classe T54 (para cadeirantes), nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004. Além de ter competido na capital grega, Adam também representou os EUA em outras três edições de Jogos: Sidney 2000, Pequim 2008 e Londres 2012. Hoje, ele atua como treinador da seleção norte-americana de atletismo paralímpico e técnico-chefe da modalidade na Universidade de Illinois.
A paranaense Aline Rocha, 31, única mulher brasileira a disputar os Jogos Paralímpicos de Inverno (PyeongChang 2018 e Pequim 2022), também esteve presente em uma edição dos Jogos de Verão, Rio 2016, ocasião em que participou dos 1.500 m e da maratona em cadeira de rodas. Ou seja, ela já tem uma trajetória no atletismo. Inclusive, com a colaboração de Adam.
“Há alguns anos, tive a oportunidade de treinar com o Adam e os seus atletas em Illinois. O Fernando [Orso, treinador de Aline] também foi para os EUA. Depois disso, ele fez algumas modificações nos meus treinos e isso permitiu uma boa evolução nas minhas duas últimas temporadas. Muitas coisas que faço hoje, diariamente, já são baseadas nos métodos do Adam”, disse a paranaense.
Para ela, a experiência no Camping Internacional de atletismo tem sido excelente para todos os participantes. “Adam passou uma metodologia de treinamentos focada na largada das provas de velocidade e também fez uma análise individualizada dos posicionamentos de cada atleta presente no evento. São ensinamentos preciosos para melhorarmos tecnicamente”, continuou.
Além de oferecer uma semana de capacitação liderada por Adam, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), por meio do patrocínio da Braskem, destinou 31 cadeiras de rodas e 12 petras a seus Centros de Referências, sediados em todas as regiões do Brasil, para fomentar, desde a base, o desenvolvimento dos atletas brasileiros em provas disputadas com tais equipamentos.
“Estamos no caminho certo para melhorar o desempenho nas corridas em cadeira de rodas. O CPB fez um grande investimento em equipamentos para muitos clubes e, ainda, disponibilizou um curso de capacitação com os técnicos Fernando Orso e Eduardo Leonel. Agora, todo esse conhecimento tem sido transmitido para vários treinadores do Brasil. Esse movimento será fundamental para atingirmos resultados expressivos em competições internacionais”, concluiu Aline.
Cristian Ribeira na pista do CT Paralímpico | Foto: Ale Cabral/CPB
O rondoniense Cristian Ribera, 19, vive a expectativa de estrear nos Jogos Paralímpicos de Verão. Assim como Aline, ele esteve presente nas duas últimas edições dos Jogos de Inverno (PyeongChang 2018 e Pequim 2022). Na Coreia do Sul, com 15 anos, ele foi sexto lugar na prova de 15 km do esqui cross-country, melhor resultado brasileiro na história do evento. Além disso, em janeiro de 2022, Cristian foi vice-campeão mundial na prova rápida (sprint) da modalidade.
“O esqui cross-country ainda é a minha prioridade, mas estou treinando forte no atletismo. Acho difícil conseguir uma vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Há outros brasileiros na minha frente. Estou aproveitando esse começo de ciclo para evoluir. Talvez, em 2028, em Los Angeles, eu me classifique”, disse o atleta. “Fico feliz por estar neste Camping com o Adam. Ele treina os melhores do mundo e estamos aprendendo muito nesta semana, tanto na teoria como na prática. Agora, precisamos participar de mais competições internacionais”, destacou.
O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e pela Braskem.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)