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Próximo dos Jogos Paralímpicos de Inverno, Cristian Ribera fala sobre rotina de treinos e se diz confiante para competição

Cristian Ribera em ação na última edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno | Foto: Marcio Rodrigues/CPB
O rondoniense Cristian Ribera, 19, do esqui cross-country, é um dos seis brasileiros convocados para os Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim 2022, que começam no próximo dia 4 de março. A um mês da competição, o atleta falou como tem se preparado para a competição e que chegará confiante à capital chinesa após conquistar a medalha de prata na prova rápida (sprint) do Mundial de Lillehammer, na Noruega, no último dia 22 de janeiro

Além disso, o jovem também comentou sobre a relação com a sua irmã Eduarda Ribera, 17, mais conhecida como Duda, que será uma das representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, também no esqui cross-country.  Ela foi convocada após Bruna Moura sofrer um acidente e ser cortada do evento. Duda vai competir nos próximos dias 10 e 12 de fevereiro. “Quando estamos em período de competição, falamos bastante sobre o que temos que focar, nossas estratégias e como atingir nosso objetivo. Estamos sempre nos motivando demais, um ao outro”, disse o atleta. 

Cristian nasceu em Cerejeiras (RO). Ele tem artrogripose, doença congênita nas articulações das extremidades, e começou no esporte com 13 anos. Aos 15,  Cristian foi o atleta mais jovem a participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em PyeongChang 2018. Nessa competição, ele ficou em sexto lugar, sendo o responsável pelo melhor resultado do Brasil na história do evento. Confira a entrevista completa com o rondoniense: 

Como você descobriu o esqui cross-country?
Em setembro de 2015, profissionais do PEAMA, clube onde eu já estava começando a treinar para competir no atletismo e na natação, falaram-me sobre uma oficina de esqui, esporte de neve. À época, eu achei até meio engraçado. Eu pensei ‘Como a gente vai esquiar sem neve?’. Mas como bom curioso que sou, fui e me identifiquei muito com a modalidade. É um esporte que exige muito equilíbrio, força, coragem e, também, muita técnica. Como eu já andava – e ainda ando – de skate, tive uma facilidade maior. 

Como será sua rotina de treinos até Pequim e como é, durante o ciclo, treinar “fora da neve”?
Agora, próximo aos Jogos, normalmente, treinamos dois períodos todos os dias da semana. Vamos ficar na Itália até o dia 24 de fevereiro, dia em que iremos para Pequim. Em relação aos treinos “fora da neve”, é muito diferente.  Além de ter esse “pequeno detalhe”, de não ter neve [risos], treinamos com um esqui com rodas. Ele nos possibilita treinar no asfalto e simula bem a técnica que a gente faz na neve. No entanto, para as curvas, leva um tempinho para se acostumar com as mudanças.

Tem outras adaptações necessárias? 
Além da adaptação do equipamento, acho que nossa principal preocupação é com as roupas. Se usamos muito, dá calor. Mas, se usarmos pouco, passamos muito frio. Então, temos de achar esse meio termo.

Conte um pouco como é a relação com a sua irmã, que também é atleta e vai representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno. 

Nossa relação é a melhor possível. Como moramos juntos, estamos sempre perto um do outro. Às vezes, ela é difícil [risos]. Mas, na maior parte do tempo, a gente se dá bem e estamos sempre rindo. Estou super hiper mega animado com ela estar nos Jogos Olímpicos. Claro, não são as melhores circunstâncias, né? [Ele se refere ao acidente da Bruna Moura] Porém, sei o quanto ela trabalhou e se empenhou. Agora que ela ganhou a oportunidade de ir, sei que vai fazer tudo que puder para nos representar muito bem. 

Conseguem falar sobre outras coisas que não seja sobre o esqui cross-country? 
Quando estamos em período de competição, falamos bastante sobre o que temos que focar, nossas estratégias e como atingir nosso objetivo. Estamos sempre nos motivando demais, um ao outro. No entanto, na maior parte do tempo, conseguimos “desconectar”, sim. Gostamos muito de ver Fórmula 1 e jogamos bastante videogame juntos também. Ela diz que é a melhor de casa, mas é tudo mentira [risos]. Fora que estamos sempre mandando memes um ao outro. Eu a amo muito!

O que representou essa prata no Mundial? 
A prata foi sensacional. Sabia que eu estava rápido, mas confesso que também me surpreendi com o resultado. Na qualificatória, consegui chegar em primeiro. Depois, na semifinal, consegui cruzar a linha em primeiro também, com uma distância considerável, inclusive. Na final, foi simplesmente incrível: na reta final, estava em quarto lugar e consegui ultrapassar os dois que estavam à minha frente, conquistando a prata.

Isso representa que pode brigar por medalha nos Jogos Paralímpicos de Inverno ou é bem diferente?
Depois da prata, fiquei muito feliz e confiante de que posso fazer boas provas nos Jogos. O nível do Jogos, assim como foi no Mundial, vai ser muito alto. Cada detalhe importa muito. Não tenho certeza de que subirei ao pódio em Pequim, mas vou brigar e me entregar até o final de todas as provas. Pode ter certeza!

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
O atleta Cristian Ribera é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.

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