A judoca paulista Alana Maldonado e o jogador de futebol de 5 gaúcho Ricardinho Alves foram escolhidos os atletas do ano no Prêmio Paralímpicos 2018. A cerimônia aconteceu na noite desta quarta-feira, 12, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O fluminense Igor Barcellos, da bocha, foi escolhido como o “Atleta da Galera”, em votação popular. Esta foi a oitava edição do Prêmio Paralímpicos, honraria que encerra a temporada do Movimento Paralímpico nacional, e que neste ano contou com transmissão do SporTV.
“É uma noite em que tivemos muito para celebrar. Foram diversas medalhas e performances em 2018 que nos orgulharam e nos fizeram vibrar. Tivemos, ainda, projetos importantes que tiveram inicio em 2018, como o Centro de Formação – Esportes Paralímpicos. E não há palco melhor do que o Prêmio Paralímpicos para comemorarmos e agradecermos”, disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Nascida em Tupã, no interior de São Paulo, Alana Maldonado conquistou o título de melhor atleta feminina pelo segundo ano consecutivo. Nesta temporada, a judoca de 23 anos faturou o inédito título mundial para o Brasil, com a vitória na categoria até 70kg. Além disso, foi ouro no Open Internacional na Alemanha e no Brasil.
“Foi um ano muito abençoado, com a sensação de dever cumprido. O objetivo foi alcançado e uma temporada que tive lesão, mas consegui me recuperar. Desde que entrei no judô sonhava com esse momento e fiz história ao conquistar a primeira medalha de ouro paralímpica no Mundial de Judô”, disse a atleta, que possui baixa visão em decorrência da doença de Stargardt, descoberta quando tinha 14 anos.
Ricardinho Alves, por sua vez, foi o grande destaque da conquista do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira de futebol de 5, em Madri, na Espanha. Além de ter sido artilheiro da competição, o gaúcho de Osório ainda sagrou-se campeão nacional novamente por seu clube, a Agafuc-RS. Esta é a primeira vez que um atleta do futebol de 5 fatura a principal categoria do Prêmio Paralímpicos.
“Foi um ano de ouro. Com minha equipe disputei quatro competições e venci todas. No Mundial fomos campeões, fiz gol na final, fui artilheiro e melhor jogador. Estou bastante feliz e já vamos pensar no próximo ano, quando teremos Copa América e o Parapan em Lima”, disse Ricardinho, que completa 30 anos neste sábado, 15, e perdeu a visão aos 6, por causa de um descolamento de retina.
O “Atleta da Galera” de 2018 foi Igor Barcellos, da bocha. O fluminense recebeu 44,4% dos votos válidos e superou Evellyn Ramos, da natação, com 36,8%, e André Rocha, do atletismo, vencedor desta categoria em 2017, que terminou com 18,8%. Cerca de 24 mil pessoas participaram da votação popular, nas duas fases realizadas pela internet. Igor nasceu com paralisia cerebral devido à falta de oxigênio no parto. Descobriu a bocha ao assistir pela TV os Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Em 2018, foi convocado pela primeira vez pela Seleção Brasileira de bocha e participou da BISFED Regional Open São Paulo.
Outro momento de comoção da noite foi na entrega do Prêmio Aldo Miccolis (um dos pioneiros do esporte adaptado no Brasil), que homenageia pessoas que dedicaram sua vida ao esporte paralímpico. Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro entre 2009 e 2017 e atual presidente do Comitê Paralímpico Internacional, recebeu das mãos de Mizael Conrado a honraria.
Foram premiados ainda os destaques de 25 modalidades (confira a relação completa dos vencedores abaixo). Denilson Lourenço, mentor de Alana Maldonado, faturou como o melhor técnico de modalidades individuais. Alessandro Tosim, comandante da equipe masculina de goalball, medalhista de ouro no Mundial de Malmo, na Suécia, venceu como o melhor técnico de modalidades coletivas. O atleta revelação do ano foi Cristian Ribera, de 16 anos, do esqui cross-country. Foi ele o responsável pela melhor performance do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno, em PyeongChang, na Coreia do Sul.
O Prêmio Personalidade Paralímpica, que homegeia pessoas que contribuíram com o Movimento na temporada, foi dado ao Senador Flexa Ribeiro, relator da Medida Provisória das Loterias, em que defendeu o investimento destinado ao esporte paralímpico. O Prêmio Clube Caixa, destinado ao clube de destaque do ano, foi para a Associação dos Paraplégicos de Uberlândia – Aparu (MG). Por fim, o Prêmio Memória Paralímpica foi para a a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF), considerada uma das maiores entidades de pessoas com deficiência do Brasil e do mundo.
Lista de vencedores
Atletismo – Petrúcio Ferreira
Basquete em CR – Marcos Sanchez
Bocha – Maciel Santos
Canoagem – Igor Tofalini
Ciclismo – Lauro Chaman
Esgrima em CR – Jovane Guissone
Esportes de Neve – Cristian Ribera
Futebol de 5 – Ricardo Alves
Futebol de 7 – Evandro Gomes
Goalball – Leomon Moreno
Halterofilismo – Mariana D’Andrea
Hipismo – Rodolpho Riskalla
Judô – Alana Maldonado
Natação – Daniel Dias
Parabadminton – Vítor Tavares
Parataekwondo – Débora Menezes
Remo – Diana Barcelos e Jairo Klug (2 atletas)
Rugby em CR – José Raul Schoeller
Tênis de mesa – Cátia Oliveira
Tênis em CR – Ymanitu Geon
Tiro com arco – Jane Karla
Tiro esportivo – Geraldo von Rosenthal
Triatlo – Jessica Ferreira
Voleibol sentado – Wescley Oliveira
Atleta revelação – Cristian Ribera
Atleta da Galera – Igor Barcellos
Melhor atleta feminino – Alana Maldonado
Melhor atleta masculino – Ricardo Alves
Melhor técnico individual – Denílson Lourenço
Melhor técnico coletivo – Alessandro Tosim
Troféu Aldo Miccolis – Andrew Parsons
Personalidade Paralímpica – Senador Flexa Ribeiro
Clube Caixa – Associação dos Paraplégicos de Uberlândia – Aparu (MG)
Memória Paralímpica – ANDEF
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)