Jovens atletas de diferentes estados do Brasil se concentram no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, desde o último sábado, 6, até esta quinta-feira, 11, para vivenciar uma rotina de alto rendimento durante o Camping Escolar Paralímpico.
Os 152 atletas de dez modalidades participantes do programa, promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) por meio de sua Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE), foram selecionados entre os atletas com melhor desempenho nas Paralimpíadas Escolares de 2023.
Foram reunidos esportistas de 10 modalidades: atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol PC (para paralisados cerebrais), halterofilismo, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.
Os atletas tiveram ao longo da semana acesso a uma rotina com treinos em dois períodos, atendimento de fisioterapia e avaliações físicas.
Na opinião do pernambucano Brayand de Souza, 16, o camping é uma atividade fundamental para ajudá-lo a se desenvolver como atleta. “Eu valorizo muito a oportunidade de me tornar um atleta cada vez melhor, melhorar minhas marcas. Escutei dos técnicos aqui no Camping sobre a importância de agarrar as oportunidades que estão à sua frente, porque talvez não haja uma outra chance”, afirmou.
O jovem também elogiou a estrutura do CT Paralímpico, onde fez seus primeiros treinos de musculação. “O CT é um paraíso para um atleta. Tem tudo o que você quer: academia, fisioterapia, uma pista boa de borracha. Isso dá muita chance para eu melhorar meu resultado”, disse o pernambucano da cidade de Petrolina, medalhista de ouro das Paralimpíadas Escolares de 2023 nas provas de 1.000m, 400m e 100m na classe T11 (deficiência visual).
Os participantes do Camping retornam para suas casas na próxima sexta-feira, 12. Porém, a estadia de Brayand no CT Paralímpico será ainda maior. Em junho, ele teve sua primeira convocação para treinar por uma semana com a Seleção Brasileira de jovens do atletismo. Com isso, ele permanecerá no CT até o dia 20 deste mês.
Brayand corre desde março do ano passado. Antes, ele havia experimentado o futebol de cegos, mas não se adaptou à modalidade. “Eu era um menino isolado, que não fazia nada. O atletismo mudou minha vida. Ganhei muitas medalhas de ouro. Agora, estou sempre conhecendo lugares novos, tendo experiências que nunca imaginei na vida”, afirmou.
Para a atleta maranhense do badminton, Melissa Vitória, 13, treinar no Camping ofereceu oportunidade de evolução. “Aqui, tem muita gente competitiva, que sabe jogar muito bem. Estou a cada dia melhorando”, disse a atleta, que tem má-formação congênita na perna direita e joga na classe SL4.
Melissa também afirmou que gostou de treinar com o volante de pena ao invés do feito de nylon, que usa em seu estado natal. “Os movimentos mudam. O volante de pena vai mais rápido, precisa treinar bastante a batida”, explicou.
“Em minha cidade, Macapá, eu jogo em uma quadra de futsal. Aqui no CT, sinto que ela trava mais, é muito bom de jogar”, completou o amapaense Pedro Yago Ribeiro, 15, da classe SH6 (baixa estatura), também do badminton.
Os atletas do Camping, além de cumprirem todas as atividades propostas pelos técnicos do CPB e confederações, responsabilizam-se por participarem de competições regionais e/ou nacionais de suas modalidades ao longo do ano.
O Camping é uma das iniciativas mais bem-sucedidas que envolvem a base do paradesporto nacional. No Parapan de Jovens de Bogotá 2023, por exemplo, nove dos 96 atletas que representaram o Brasil passaram pelo projeto. Todos subiram ao pódio na capital colombiana.
A primeira edição do Camping Escolar Paralímpico foi realizada em 2012, à época com apenas duas modalidades: atletismo e natação. Em 2018, o evento foi ampliado e passou a contar com atletas de todas as modalidades disputadas nas Paralimpíadas Escolares.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
