Os 23 atletas da Seleção Brasileira de halterofilismo embarcam para Dubai na madrugada desta sexta-feira, 18, para disputar o Mundial da modalidade, de 22 a 30 de agosto. Este vai ser o segundo Mundial de halterofilismo desde os Jogos Paralímpicos de Tóquio e etapa obrigatória para halterofilistas que buscam classificação para os Jogos de Paris 2024.
Os halterofilistas brasileiros vêm de um calendário intenso de competições, o que levou à equipe técnica a optar por não realizar uma etapa de treinamentos no CT antes da viagem. Nesta quinta-feira, 17, um dia antes da partida para Dubai, parte do grupo se reúne no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Outros, incluindo a campeã paralímpica de Tóquio 2020, Mariana D’Andrea, que treina em Itu (SP) e Lara Lima, campeã Mundial junior em Tbilisi, na Geórgia, em 2021, de Uberlândia (MG), se dirigem diretamente ao aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Nos dias 29 e 30 de julho, os halterofilistas disputaram a Segunda Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de halterofilismo, também no Centro de Treinamento, em São Paulo, nos dias 29 e 30. Em seguida, dias 3 e 4 de agosto, parte da equipe viajou a Santiago, no Chile, para disputar a Seletiva para os Jogos Parapan-Americanos, que acontecem na mesma cidade, em novembro. A delegação brasileira de 18 atletas voltou da competição qualificatória com 16 medalhas.
Além disso, a manauara Maria de Fátima e o carioca Gustavo Souza participaram de edições do Meeting Loterias Caixa de Manaus, em julho, e Rio de Janeiro, em agosto, respectivamente, durante o período de preparação.
O calendário de competições logo antes do Mundial foi um ponto favorável da preparação, disse o pernambucano José Arimatéia Lima. “Eu me preparei muito bem para essa competição e tenho a expectativa de dar meu melhor. Chego confiante, por ter conseguido melhorar minha marca internacional recentemente”, afirmou ele, que foi ouro na Seletiva ao levantar 203kg na categoria até 97kg. Ele pratica halterofilismo desde 2019 e tem amputação nas pernas em decorrência de acidente de caminhão sofrido em 2019.
“Minha preparação está intensa meu coração está a mil. Estou muito feliz por representar meu país e só tenho a agradecer a Deus por me proporcionar essa competição. Será meu primeiro Mundial de muitos que virão e darei meu melhor, fazendo o que eu venho treinando a muito tempo”, afirmou Maria de Fátima, que nasceu com má-formação nas pernas e se dedica ao halterofilismo há quatro anos.
Para o mineiro Jean Rufino, a proximidade de competições de alto rendimento foi um desafio que exigiu concentração e preparação. “Foi algo muito novo para mim, ter que me preparar para competições tão próximas, mas procurei treinar forte, descansar bem e estar sempre com pensamento positivo para que pudesse fazer os melhores resultados possíveis”, afirmou ele, que se tornou cadeirante após ser alvo de disparo de arma de foto em 2017.
“Foi uma preparação cansativa, mas mantive o foco. Não deu tempo de sentir cansaço. Estou pronta para este Mundial. Agora é manter a concentração e barra para cima”, disse a mineira Caroline Fernandes, que foi ouro na categoria até 79kg na Seletiva do Chile. A halterofilista jogou futsal até 2013, quando sofreu amputação na perna direita após acidente de carro.
A equipe brasileira adulta em Dubai supera em número a convocada para a edição anterior do Mundial, em Tbilisi, na Geórgia. Na edição passada, o Brasil contou com 18 atletas para as disputas na elite da modalidade. Naquela ocasião o Brasil também foi representado por sete atletas no Mundial júnior, para aqueles com até 20 anos.
O Brasil levará seus quatro medalhistas de edições anteriores do Mundial. São eles: a paulista Mariana D’Andrea, prata na Geórgia em 2021; a mineira Lara Lima, ouro na categoria junior na Geórgia, em 2021; o baiano Evânio da Silva, bronze na Cidade do México em 2017; e a paranaense Márcia Menezes, bronze em Dubai em 2014. Além disso, a delegação contará com nove estreantes.
Com seis atletas, Minas Gerais será o estado com o maior número de representantes no Mundial de halterofilismo paralímpico. O país contará com atletas de 12 unidades federativas (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP). Dentre os convocados, 11 vêm da região Sudeste, sete do Nordeste, três do Sul e dois do Norte. A Seleção Brasileira será formada majoritariamente por mulheres. São 14, cerca de 61% do grupo, ante nove atletas masculinos.
Patrocínios
A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do halterofilismo.
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)